Nina Moraes
![Cabide, s.d. [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001952001013.jpg)
Cabide
Nina Moraes
Plástico, vidro, parafina, cola, silicone e acrílica
122,00 cm x 136,00 cm
Texto
Nina Maria de Moraes e Castro Santos (São Paulo, São Paulo, 1960). Artista plástica, cenógrafa, professora. Estuda filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP na década de 1980, e entra em contato com o grupo de teatro experimental Viajou sem Passaporte e com o coletivo de artistas visuais 3Nós3. Viaja para Paris em 1981, onde convive com artistas do nouveau realisme, especialmente François Dufrêne (1930). Conclui o curso de artes plásticas em 1982, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo, onde é aluna de Regina Silveira (1939), Julio Plaza (1938 - 2003) e Nelson Leirner (1932). Nesse ano, faz sua primeira exposição individual em São Paulo, intitulada Morceaux Choisis. Em 1987, faz a cenografia de Bailado do Deus Morto, com direção de Lívio Tratemberg, e do espetáculo PRNY, dirigido por Wilson Sukorski, em 1988, ambos realizados na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. Trabalha como artista gráfica em capas de livros, discos e peças de comunicação visual. Recebe, em 1989, o prêmio aquisição do 11º Salão Nacional de Artes Plásticas, da Fundação Nacional de Arte - Funarte, Rio de Janeiro. Em 1992, passa a integrar o Grupo Arte Construtora. Em 1999, cria o troféu para o Prêmio Multicultural do jornal O Estado de S. Paulo.
Análise
Já em seus primeiros trabalhos, Nina Moraes utiliza produtos industriais muitas vezes envolvidos por resina plástica. Posteriormente suas obras apresentam-se como assemblages, que a artista constrói por meio de aglomerações e justaposições de objetos com cola, parafina ou outros materiais, acondicionados em caixas de madeira e cobertos com placas de vidro. Como nota o crítico Ivo Mesquita, Nina Moraes utiliza um processo de encapsulamento de materiais, formas e cores, estabelecendo testemunhos sobre a cultura da atualidade e conferindo um caráter pessoal e afetivo a suas obras.
O vidro é um material recorrente em sua produção, por suas propriedades, como a transparência e a distância que estabelece em relação a seus conteúdos. Os recipientes abandonam sua função de guardar coisas, tornando-se o suporte da obra e o lugar de exposição de um conjunto de memórias pessoais e sonhos.
Em algumas séries, os recipientes ordenados lembram compoteiras e vidros dispostos em bares e armazéns. Os objetos variados (como pedras, cacos de cerâmica, vidros, pequenos brinquedos ou mãos de ex-votos) têm o aspecto de objetos arqueológicos, formas desgastadas pelo tempo. Já nas Prateleiras (1996) os objetos de vidro de uso cotidiano, fixados de cabeça para baixo em estantes também de vidro, parecem desafiar a gravidade, apresentando grande leveza e estranheza. Em Das Lamentações (1999) emprega objetos de vidro também descartados, que são expostos em vitrines. A artista cria um universo a partir de sucata, realizando obras que solicitam a reflexão sobre a produção e o consumo em nossa sociedade, evocando ainda uma memória coletiva.
Obras 2
Cabide
Das Lamentações
Exposições 72
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16/10/1981 - 20/12/1981
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14/10/1983 - 18/12/1983
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15/5/1984 - 10/6/1984
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2/9/1985 - 9/9/1985
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2/9/1985 - 9/9/1985
Fontes de pesquisa 17
- A PRESENÇA do desenho. Apresentação Vitória Daniela Bousso. São Paulo: Paço das Artes, 1990. [24 p.], 11 il. p.b.
- ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
- ARTISTAS colecionistas. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 1995.
- BRAZILIANART Book IV: livro de arte brasileira. Curadoria Nair Barbosa Lima; versão em inglês Thomas William Nerney. São Paulo: JC Editora, 2003.
- CÁ entre nós. Curadoria Maria Alice Milliet; apresentação Marcos Mendonça; texto Maria Alice Milliet; fotografia Beatriz Albuquerque, Eduardo Castanho, Eduardo Giannini Ortega; tradução Izabel Murat Burbridge, Thomas William Nerney. São Paulo: Paço das Artes, 2000. [52] p., il. color. ENTRE objetos. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1995. , il. color.
- EXTRA-SMALL extra-large. Goiânia: Galeria de Arte Marina Patrich, 1999.
- HOMEM sanduíche. São Paulo: Praça Ramos de Azevedo, 1993. , il p&b.
- MACUNAÍMA 89. Apresentação Iole de Freitas, Luíza Interlenghi, Lorenzo Mammì Rio de Janeiro: Funarte. Instituto Nacional de Artes Plásticas, 1989. [108] p., il. p&b.
- MORAES, Nina. Meio sólido, meio líquido. Tradução Rubens Santos. Goiás: MAC, 2001. [16] p., il. color.
- MORAES, Nina. Nina Moraes. São Paulo: Centro Cultural, 1990. , 1 il. p&b.
- MORAES, Nina. Nina Moraes. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1996. f. dobrada, 6 il. color.
- MORAES, Nina. Nina Moraes. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1991. 6 p., il. color.
- O LÁPIS e o papel: sobre a liberdade, o despojamento e o sentido. Tradução Brian Honeyball. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 2000. [24] p., il. color.
- OS ANJOS estão de volta. Curadoria Maria Lúcia Montes; tradução Maria Lúcia Montes. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2000.
- PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1990, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1990: papel - desenho, gravura, papel como meio, livro de artista. São Paulo: MAM, 1990.
- PURA arte: Mario Ramiro, Nina Moraes, Jorge Sayao. Sao Paulo: MAC/USP, 1989.
- REAL: Nina Moraes, Fernando Limberger, Georgia Creimer, Iran do Espírito Santo. São Paulo: IAB / Sala Flávio Império, 1989. , il. p&b.
Como citar
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NINA Moraes.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9993/nina-moraes. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7