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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Otávio Roth

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 21.04.2024
20.10.1952 Brasil / São Paulo / São Paulo
30.08.1993 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

O Som do Gato, 1986
Otávio Roth
Pasta de celulose sobre tela
95,00 cm x 150,00 cm

Otávio Roth (São Paulo, São Paulo, 1952 - Idem, 1993). Gravador, designer gráfico, ilustrador, papeleiro, escritor, professor. Com forte senso social e ecológico, destaca-se pelas séries de xilogravuras da Declaração Universal dos Direitos Humanos permanentemente expostas nas sedes da ONU, pela pesquisa e experimentação com papel e pela criação ...

Texto

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Otávio Roth (São Paulo, São Paulo, 1952 - Idem, 1993). Gravador, designer gráfico, ilustrador, papeleiro, escritor, professor. Com forte senso social e ecológico, destaca-se pelas séries de xilogravuras da Declaração Universal dos Direitos Humanos permanentemente expostas nas sedes da ONU, pela pesquisa e experimentação com papel e pela criação da Handmade, a primeira fábrica de papel artesanal do Brasil.

Em 1971, com bolsa de estudos, viaja para Israel, onde começa a fotografar. No ano seguinte, em São Paulo, ingressa no curso de publicidade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Vai para Londres em 1974 e, por influência de Paul Pietch (1911-2012), aprende técnicas de gravura e de fabricação de papel artesanal. Com bolsa do Conselho Britânico, gradua-se em arte e design na Hornsey College of Art, em 1977. Nesse ano, muda-se para Oslo, onde atua como designer, ilustrador e gravador.

Em Oslo, produz uma série de xilogravuras ilustrando os trinta artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos com símbolos universalmente compreensíveis. Em 1978, por ocasião do 30o aniversário do texto, a série é exibida em uma grande exposição organizada pela Anistia Internacional na capital norueguesa. Mais tarde, passa a ficar permanentemente exposta nas sedes da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, Viena e Genebra, fato que o torna o primeiro artista vivo a expor na ONU. Com o passar do tempo, as gravuras vão sendo impressas em diversas línguas: norueguês, inglês, francês, japonês, espanhol, dinamarquês e português.

Em 1979, um álbum com 30 linoleogravuras suas é publicado pela editora CJS Graphics, em Nova York. O artista é eleito o melhor gravador do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e cria xilogravura para a primeira edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Nos anos 1980, funda a Handmade, primeira fábrica de papel artesanal do Brasil. Durante esse período dá continuidade a sua pesquisa sobre fabricação de papel, oferecendo workshops e cursos em várias instituições, entre elas a ESPM, a Universidade de São Paulo (USP) e o Center for the Book Arts, em Nova York. Lá trabalha como assistente do pintor e fotógrafo americano Chuck Close (1940-2021). De volta ao Brasil, estabelece com a escritora Ruth Rocha (1931) uma parceria que resulta na adaptação das xilogravuras da Declaração Universal dos Direitos Humanos destinada ao público infantil. A dupla produz ainda uma premiada série de livros infantis publicada pela Editora Melhoramentos. O papel como expressão autônoma de arte, não mero suporte da obra, uma questão central em seu trabalho, fica em evidência nessa série: as figuras e cenas são todas construídas com o procedimento básico do recortar e colar – bastante comum na prática infantil e escolar. São usadas inúmeras variações de papéis, dos artesanais feitos à mão aos industrializados encontrados no mercado. Tirando proveito das estampas e texturas criadas ou encontradas, chega-se a uma unidade entre o material e a representação. Dessa maneira, um pedaço de papel branco e fibroso pode ser nuvem numa página, espuma do mar em outra e ainda a plumagem de um pássaro na seguinte. 

Outro acontecimento relevante de sua atuação na área editorial é a publicação de "O que é papel" (1983), pela icônica série Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. O livro fala sobre a importância do material no dia a dia e no desenvolvimento da cultura. Também como parte de sua pesquisa, cria o pulp painting, um método de pintura que consiste em pintar não sobre o papel, mas com o próprio papel, utilizando uma pasta de celulose tingida, colocada em bisnagas.

Otávio Roth é um artista comprometido com causas sociais, mas também com a prática artística como constante invenção e alargamento das possibilidades expressivas. Incansável pesquisador e pioneiro na manufatura do papel no Brasil, atua não com uma preocupação plástica, mas fazendo do processo artesanal sua linguagem e principal objetivo.

 

Obras 5

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Foto de Carolina Vilaverde/Instituto Vladimir Herzog
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

O Ovo do Georginho

Pasta de celulose sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

O Som do Gato

Pasta de celulose sobre tela

Exposições 23

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Fontes de pesquisa 7

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  • DESTAQUES da arte contemporânea brasileira. São Paulo: MAM, 1985.
  • EXPOSIÇÃO . Catálogo. Vitória: Galeria de Arte e Pesquisa/UFES, 1984.
  • KLINTOWITZ, Jacob. O Ofício da arte: a pintura. 2. ed. São Paulo: SESC SP, 1987.
  • OTÁVIO Roth: pulp paintings. Apresentação de Neil Ferreira. São Paulo: Galeria Papier, 1986.
  • Otavio Roth. Mini-currículo. Disponível em: http://www.papeloteca.org.br/otavio_roth.htm Acesso em 14 jan. 2010.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1984, SÃO PAULO, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1984: arte sobre papel. São Paulo: MAM, 1984.
  • http://www.papeloteca.org.br/otavio_roth.htm.

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