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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Maria Helena Kühner

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
24.01.1933 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
Maria Helena de Oliveira Kühner (Juiz de Fora MG 1933). Autora e pesquisadora. As linhas mestras de sua obra são a pesquisa sobre linguagem e comunicação populares e a criação artística de cunho social e político.

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Biografia
Maria Helena de Oliveira Kühner (Juiz de Fora MG 1933). Autora e pesquisadora. As linhas mestras de sua obra são a pesquisa sobre linguagem e comunicação populares e a criação artística de cunho social e político.

A incursão inicial pelo teatro é marcada pelo reconhecimento da qualidade dos trabalhos voltados para o público infantil, característica que marca sua produção. Em 1964, Joãozinho Peteleco, dirigida por Nair Miorin Paiva, recebe o Prêmio Curso de Arte Dramática - CAD da Universidade do Rio Grande do Sul. No segmento para o público adulto, enfrenta problemas a ditadura militar, instalada em 1964, que a acompanham até o fim do regime autoritário. As duas versões de Represa, 1965 e 1979, são proibidas pela censura. A história de um professor universitário torturado e seus conflitos não chega a ser encenada.

Em 1971, recebe o Prêmio do Serviço Nacional de Teatro - SNT pelo texto de teatro infantil Anchieta. Dirigida por Eugênio Gui, a montagem legitima a autora como um nome importante do gênero nos anos 1970, como afirma o escritor e ensaísta Antonio Hohlfeldt, que a considera "talvez como a segunda, senão a principal autora contemporânea de teatro infantil no Brasil, mercê da conjugação que a autora alcança, em suas peças, da carpintaria cênica e estrutura dramática perfeitas, e uma temática intimamente ligada à realidade do universo infanto-juvenil".1

Ainda em 1971, publica o livro Teatro em Tempo de Síntese, pela editora Paz e Terra, com prefácio de Sábato Magaldi. O crítico Yan Michalski sintetiza a obra e manifesta sua boa acolhida: "O modesto - para não dizer inexistente - acervo brasileiro de ensaios sobre assuntos do teatro contemporâneo acaba de enriquecer-se definitivamente com o lançamento de um livro surpreendente (...). Paciente pesquisadora dos problemas da estética teatral (...), Maria Helena Kühner convida-nos a um interessantíssimo passeio de meditação sobre a gênese do pensamento teatral contemporâneo".2

Torna-se membro da Comissão Estadual de Teatro do Rio de Janeiro, com a responsabilidade de avalizar projetos teatrais, entre 1971 e 1974, ano em que passa a assessorar a política teatral do SNT. Até o fim dessa década, os cargos que ocupa, ligados a órgãos oficiais, sofrem interferência e vetos do Serviço Nacional de Informação.

Também nesse período, dedica-se à dramaturgia popular e assume a direção do Teatro Operário de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Duas peças revelam o engajamento da autora nesse trabalho: Pedro Malasarte, em 1973, dirigida por Eugênio Gui, e A Máquina, em 1976 - essa proibida pela censura e que marca o fechamento do teatro. Em 1974, publica Teatro Popular: Uma Experiência, pela editora Francisco Alves, relato sobre a primeira montagem dessa empreitada. Nos anos seguintes, outros livros na área de ensaios sobre o panorama brasileiro são publicados, como O Teatro de Revista e a Questão Cultural Popular, Funarte, 1979; CPCs: Momento ou Modelo?, Inacen, 1981; e A Comunicação Teatral - de 1980 a 1983, Europa, 1984.

Em 1985, depois de desenvolver mais uma pesquisa com dramaturgia popular junto ao Grupo Favela, do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, dirige e monta com a companhia o espetáculo Mangueira É. Essa nova experiência rende outro livro em co-autoria com Gilberto Kühner: Teatro: Espelho e Resposta, Editora Trampo, 1989.

Em 2002, retoma seu trabalho como diretora, encenando O Homem, a Mulher e a Aposta. Em 2003, Ana C. ou Um Navio no Espaço; e em 2006, João do Vale, o Poeta do Povo, todos de sua autoria.

O incessante trabalho dedicado ao teatro brasileiro chega também à internet. Em 2005, cria e implanta o site de consulta Catálogo da Dramaturgia Brasileira de Maria Helena Kühner, que pretende ser permanentemente atualizado e englobar mais de 5 mil títulos. Esse trabalho, cujas pesquisas para seu desenvolvimento se iniciam em 1995, recebe o Prêmio Shell, na categoria especial. Funda, com Carlos Augusto Nazareth e Rômulo Rodrigues, o Centro de Pesquisa e Estudo do Teatro Infantil - Cepetin, em 2006, responsável pela criação do Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil e do Fórum Permanente de Dramaturgia, entre outras atividades.

Notas
1. HOHLFELDT, Antonio. Correio do Povo, Porto Alegre, 20 mar. 1976.

2. MICHALSKI, Yan. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Suplemento Literário, 27 mar. 1971.

Espetáculos 34

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Fontes de pesquisa 6

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  • CATÁLOGO da dramaturgia brasileira de Maria Helena Kühner. Disponível em: [http://www.kuhner.com.br/catalogo]. Acesso em: 7 mai. 2007.
  • KÜHNER, Maria Helena. Opinião. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001.
  • KÜHNER, Maria Helena. Teatro Popular: Uma Experiência. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.
  • KÜHNER, Maria Helena. Teatro em Tempo de Síntese. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.
  • MICHALSKI, Yan. Reflexões sobre o Teatro Brasileiro no Século XX. Rio de Janeiro: Funarte, 2004.
  • Programa do Espetáculo - Jogos na Hora da sesta - 1978. Não catalogado

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