Linn da Quebrada

Linn da Quebrada, 2019
Texto
Lina Pereira (São Paulo, São Paulo, 1990). Artista multimídia, cantora, compositora, atriz e performer. Usa música e performance para dar visibilidade a questões de gênero, corpo e sexualidade, remetendo-se, principalmente, à luta de travestis e pessoas transgênero, marginalizadas pela sociedade.
Inicia carreira como Mestre de Cerimônias (MC), compondo rimas de rap, mas é no funk que se consolida, com a música “Enviadescer” (2016). As letras de Linn são explícitas e evidenciam o desejo e a sexualidade considerados fora da norma. Suas mensagens questionam o masculino e a sociedade, construídos em torno do machismo e da superioridade do homem diante do feminino.
Em 2017, Linn da Quebrada lança seu primeiro disco, Pajubá, gravado por meio de campanha de financiamento coletivo. O disco mistura diferentes influências e ritmos musicais, que garantem uma sonoridade que vai do funk, seu lugar de origem, até ritmos das religiões afro-brasileiras.
No disco, são relançadas músicas como “Bixa Preta”, e “Enviadescer”. A primeira, com produção do cantor Jaloo (1987), põe em foco questões raciais para além da sexualidade e ganha nova roupagem. Acompanham canções inéditas como “Tomara” e “Bixa Travesty”. As letras seguem questionando o masculino e a posição central do homem na sociedade e nas discussões sobre sexualidade. Em Pajubá, o tema central é a potência dos corpos femininos e, segundo Linn, a forma de ela sustentar em si mesma a força do feminino. As apresentações no palco trazem o corpo da artista como instrumento de performance.
Também transita pelo audiovisual, como no projeto BlasFêmea (2017), filme experimental que traz “Mulher” como música tema. O clipe, roteirizado, dirigido e protagonizado por Linn e lançado na SP-Arte, é dividido em três momentos: primeiro, há uma crítica ao “culto da masculinidade”, que gera relações de poder abusivas; depois, a narrativa busca a sinergia entre todas as representações de feminilidade contra a violência motivada pelo machismo, a transfobia e a misoginia; por fim, são exibidas cenas reais das vivências das mulheres que participaram do trabalho.
No ano seguinte de BlasFêmea, Linn protagoniza e colabora no roteiro do longa-metragem Bixa Travesty, dirigido por Claudia Priscilla (1972) e Kiko Goifman (1968), que mescla documentário com ficção e combina relatos e registros de shows da artista. Segundo Claudia “O discurso da Linn trata de uma política do cotidiano, de uma forte discussão sobre o corpo como ferramenta e da transgeneridade”.
O corpo e suas possibilidades de vivenciar o feminino são centrais no trabalho de Linn da Quebrada. Seus projetos, por meio da música e da performance, são manifestos pela liberdade de expressão e de sexualidade de corpos marginalizados.
Mídias (1)
A Enciclopédia Itaú Cultural produz a série Cada Voz, em que personalidades da arte e cultura brasileiras são entrevistadas pelo fotógrafo Marcus Leoni. A série incorpora aspectos de suas trajetórias profissionais e pessoais, trazendo ao público um olhar próximo e sensível dos artistas.
Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Núcleo de Enciclopédia
Gerente: Tânia Rodrigues
Coordenação: Glaucy Tudda
Produção de conteúdo: Camila Nader
Núcleo de Audiovisual e Literatura
Gerente: Claudiney Ferreira
Coordenação: Kety Nassar
Produção audiovisual: Letícia Santos
Edição de conteúdo acessível: Richner Allan
Direção edição e fotografia: Marcus Leoni
Assistência e montagem: Renata Willig
Assistência de fotografia: Rui Dias Monteiro
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 5
- BALSEMÃO, Rafael. Conheça Linn da Quebrada, multiartista travesti que se apresenta em noite feminista no Opinião. Gauchazh. 2 maio 2018. Cultura e Lazer. Disponível em: < https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/noticia/2017/04/conheca-linn-da-quebrada-multiartista-trans-que-se-apresenta-em-noite-feminista-no-opiniao-9780263.html>. Acesso em: 21 maio 2019
- COTTENS, Carolina. A demolição do sagrado e a nova construção do feminino por Linn da Quebrada em “BlasFêmia. Noize. 14 abr 2017. Disponível em: < https://noize.com.br/exclusivo-demolicao-sagrado-e-nova-construcao-de-feminino-por-linn-da-quebrada-em-blasfemea/#1 >. Acesso em: 21 maio 2019
- DAEHN, Ricardo. Linn da Quebrada mostra as garras e o vigor, no documentário Bixa Travesty. Correio Braziliense, Distrito Federal, 22 set. 2018. Diversão e Arte. Disponível em: < https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2018/09/22/interna_diversao_arte,707510/linn-da-quebrada-mostra-as-garras-e-o-vigor-no-documentario-bixa-trav.shtml >. Acesso em: 22 maio 2019
- LINN DA QUEBRADA. Site oficial da artista. Disponível em < https://www.linndaquebrada.com/release >. Acesso em: 21 maio 2019
- TERTO, Amauri. Linn da Quebrada: ‘Uso a música como arma. Como arma voltada para mim mesma’. HuffPost Brasil. 6 out. 2017. Disponível em: < https://www.huffpostbrasil.com/2017/10/06/mc-linn-da-quebrada-uso-a-musica-como-arma-como-arma-voltada-para-mim-mesma_a_23234549/ >. Acesso em: 21 maio 2019
Como citar
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LINN da Quebrada.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa640169/linn-da-quebrada. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7