Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Tom Payne

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.05.2018
1914 Argentina
1996 Brasil / Minas Gerais / Alfenas
Thomas Payne (Lomas de Zamora, Argentina, 1914 – Alfenas, Minas Gerais, 1996). Cineasta, ator, roteirista. Tom Payne muda-se nos anos 1930 para a Inglaterra, para ser artista plástico. Em 1937, trabalha em cinema, como figurante, ator e assistente de produção, entre outros, mesmo sem constar nos créditos. Convidado pelo cineasta Alberto Cavalcan...

Texto

Abrir módulo

Biografia

Thomas Payne (Lomas de Zamora, Argentina, 1914 – Alfenas, Minas Gerais, 1996). Cineasta, ator, roteirista. Tom Payne muda-se nos anos 1930 para a Inglaterra, para ser artista plástico. Em 1937, trabalha em cinema, como figurante, ator e assistente de produção, entre outros, mesmo sem constar nos créditos. Convidado pelo cineasta Alberto Cavalcanti (1897-1982), vem ao Brasil compor a equipe técnica da Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Seu primeiro trabalho é como assistente de direção em Caiçara (1950). É promovido à direção em Terra é Sempre Terra (1951). Com a saída de Cavalcanti da Vera Cruz, assume a direção, com o dramaturgo e cineasta Abílio Pereira de Almeida (1906-1977), de Ângela (1951). Autor do argumento de Sai da Frente (1952), ainda dirige, dentro da companhia, Sinhá Moça (1953), com Oswaldo Sampaio (1912-1996). O filme é sucesso de público, vencedor do Leão de Bronze, no Festival de Veneza (1953), e do prêmio especial do senado de Berlim, no Festival de Berlim (1954). Com a falência da Vera Cruz, Payne ainda realiza Arara Vermelha (1957), fracasso comercial. Faz para a TV Tupi o programa A Vida com Eliane (1957), com a então esposa Eliane Lage (1928), atriz por ele descoberta. Atua em dois filmes da Universal-International rodados no Brasil, ambos dirigidos pelo cineasta alemão Curt Siodmak (1902-2000), Curuçu, o Terror do Amazonas (1956) e Escravos do Amor das Amazonas (1957), e em programas televisivos do Reino Unido. Tenta voltar ao cinema, sem sucesso, e torna-se empresário no Guarujá.

Análise

Tom Payne se faz diretor dentro da Vera Cruz, companhia cinematográfica que propõe industrializar o cinema brasileiro, trazendo técnicos da Europa e realizando grandes produções. Os quatro filmes que dirige – sejam os três dentro da companhia (Terra é Sempre Terra, Ângela e Sinhá Moça), seja Arara Vermelha – seguem as fórmulas do estilo hollywoodiano: narrativa linear e clara, gêneros demarcados, ação contínua, câmera onipresente, entre outras características.

No lançamento, Payne recebe críticas favoráveis por Sinhá Moça, um melodrama folhetinesco de época, que trata do abolicionismo e da escravidão no Brasil, enaltecido pelo domínio técnico e pela direção de atores. Ainda que mostre as condições e revoltas dos escravos, o filme centra-se na luta dos brancos abolicionistas que salvam os negros. Os demais filmes de Payne são contemporâneos à feitura e tratam de temas mundanos. Os melodramas Terra é Sempre Terra e Ângela versam sobre a decadência da aristocracia. O primeiro focado na elite cafeeira e na ascensão da indústria paulista; o segundo, nos problemas causados pelo vício no jogo. Ainda que Payne opte pela linguagem convencional, é curioso notar o gosto por personagens complexos e dúbios: seus filmes, salvo Sinhá Moça, não apresentam heróis masculinos. Isso é mais evidente na aventura Arara Vermelha. O suposto herói, um tenente da polícia, rouba uma pedra preciosa após perder dinheiro no jogo e foge, tentando vendê-la, para recomeçar sua vida, carregando consigo a esposa grávida.

Obras 2

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 10

Abrir módulo
  • CARNEIRO, Gabriel. Sinhá Moça. Revista Zingu!, São Paulo, edição 39, maio 2010.
  • CARNEIRO, Gabriel. Terra é Sempre Terra. Revista Zingu!, São Paulo, edição 39, maio 2010.
  • CINEMATECA BRASILEIRA. Site. São Paulo. Disponível em: <http://www.cinemateca.gov.br/>. Acesso em: 12 nov. 2012.
  • MARTINELLI, Sérgio. Vera Cruz: imagens e história do cinema brasileiro. São Paulo: A Books, 2002.
  • O ESTADO de São Paulo. Sinhá Moça. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 17 maio 1953. p. 10.
  • ORTIZ, C. Tom Payne, novo diretor-assistente da Vera Cruz. Folha da Manhã, São Paulo, 17 fev. 1950. 1º Caderno, p. 8.
  • RAMOS, Fernão Pessoa (org). História do cinema brasileiro. São Paulo: Art Editora, 1987.
  • SILVA NETO, Antonio Leão da. Dicionário de filmes brasileiros: curta e média metragem. São Bernardo do Campo: Edição do Autor, 2011.
  • SILVA NETO, Antonio Leão da. Dicionário de filmes brasileiros: longa metragem. São Bernardo do Campo: Edição do Autor, 2009.
  • TEIXEIRA, Novais. Um dos cinco grandes do cinema: o Japão. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 set. 1953. p. 14.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: