Lui Farias
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Luis Mario Chicharo de Farias (Nova Friburgo, Rio de Janeiro, 1958). Diretor, roteirista, produtor e ator. Filho do diretor e produtor Roberto Farias (1932), participa do ambiente cinematográfico desde a infância. A estreia no cinema se dá como ator, aos 13 anos, em As Aventuras Com Tio Maneco (1971), dirigido por Flávio Migliaccio (1934-2020). Trabalha como assistente de direção em Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias, e em Aguenta, Coração (1982), dirigido pelo tio Reginaldo Faria (1937).
Em 1985, estreia como diretor em Com Licença, Eu Vou à Luta, filme baseado no livro autobiográfico da escritora Eliane Maciel (1965). Reconhecido no Festival de Gramado, de 1986, ganha prêmios em diversas categorias, entre eles, o de melhor roteiro para Lui Farias e o de melhor atriz para Marieta Severo (1946). Em 1989, lança o longa-metragem o policial Lili, a Estrela do Crime, com a atriz Betty Faria (1941) no papel principal. No mesmo ano, o filme ganha o prêmio de melhor cenografia no Festival de Cinema de Brasília.
O diretor trabalha em programas de TV e na produção de videoclipes. Em 2007, dirige o longa-metragem infanto-juvenil Os Porralokinhas.
Lui Farias é conhecido pelo público pela direção de Com Licença, Eu Vou à Luta, filme visto por mais de um milhão de espectadores e baseado no livro best seller da escritora Eliane Maciel, e Lili, a Estrela do Crime, narrativa que se aproxima da linguagem de histórias em quadrinhos.
O primeiro filme é ambientado no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e conta a história de Eliane [Fernanda Torres (1966)], uma adolescente de classe média-baixa, que se apaixona por Otávio [Carlos Augusto Strazzer (1946-1993)], homem 18 anos mais velho. Disposta a enfrentar a proibição e os preconceitos sociais, a jovem inicia a luta pela liberdade e pelo futuro do relacionamento amoroso. Lui Faria imprime ao filme uma narrativa direta, com base no trabalho dos atores e do fotógrafo. Opta por uma luz naturalista, para manter a atenção do espectador na história.
Em Lili, a Estrela do Crime – inspirado no romance Lili Carabina (1988), do escritor Aguinaldo Silva (1944) –, o cineasta faz uso de flashbacks, para construir uma narrativa não linear, com influência da linguagem de quadrinhos policiais. A história tem como ponto de partida a morte do marido de Elisa do Nascimento, interpretada por Betty Faria, que a deixa em situação financeira complicada. Ela conhece um assaltante de bancos e entra para o crime, transformando-se em uma bandida temida pela polícia.
Os dois filmes são baseados em histórias reais, mas diferem na forma com que Lui Farias decide contá-las. Apesar da curta filmografia, essa variedade narrativa faz o diretor destacar-se no cinema nacional dos anos de 1980, pela capacidade de realizar adaptações literárias e pela inovação estilística.
Obras 1
Fontes de pesquisa 5
- BILHARINHO, Guido. O cinema brasileiro nos anos 80. Uberaba: Instituto Triangulino de Cultura, 2002.
- FILME B, Portal de Cinema. Disponível em: http://www.filmeb.com.br/quemequem/html/QEQ_profissional.php?get_cd_profissional=PE271. Acesso em: 28 abr. 2012.
- FILME Cultura. Diretores estreantes: 27 depoimentos sobre a experiência de realizar o primeiro longa-metragem. Filme Cultura, Rio de Janeiro, n. 48, nov. 1988. p. 70-74.
- PICCHIARINI, Ricardo; ORTIZ, Claudia. Com Licença, Eu Vou À Luta. São Paulo: Apontamentos 75, 1992.
- RETROSPECTIVA do Cinema Brasileiro. São Paulo: Sesc, 2008. SPsesc 2008/m
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LUI Farias.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa605224/lui-farias. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7