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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Waldik Soriano

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.10.2017
13.05.1933 Brasil / Bahia / Caetité
04.09.2008 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Eurípedes Waldick Soriano (Caetité, Bahia, 1933 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008). Compositor, cantor. Até os 25 anos trabalha como lavrador, peão, motorista de caminhão e garimpeiro. Em 1958, muda-se para São Paulo para se tornar cantor ou ator de cinema. Enquanto espera oportunidade, faz bicos variados: de servente de pedreiro a engraxate. 

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Biografia

Eurípedes Waldick Soriano (Caetité, Bahia, 1933 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008). Compositor, cantor. Até os 25 anos trabalha como lavrador, peão, motorista de caminhão e garimpeiro. Em 1958, muda-se para São Paulo para se tornar cantor ou ator de cinema. Enquanto espera oportunidade, faz bicos variados: de servente de pedreiro a engraxate. 

Em 1960, grava o primeiro disco em 78 rpm, com os boleros “Quem és Tu?” e “Só Você”, de sua autoria, pela Gravadora Chantecler. Pela Copacabana, grava o LP Boleros Para Ouvir, Amar e Sonhar (1967), até chegar, nos anos 1970, à Continental, com os sucessos “Paixão de um Homem” e “Carta de Amor”.

A partir de 1972, integra o elenco da gravadora RCA Victor. Atua nos filmes Paixão de um Homem (1972) e O Poderoso Garanhão (1973). Grava a canção “Eu Não Sou Cachorro, Não”, que se torna referência do gênero brega. 

No início da década de 1980, grava álbuns dedicados a suas influências: o cubano Bienvenido Granda (1915-1983), a Orquestra Sonora Matancera e Roberto Carlos (1941). Seu último disco de canções inéditas Amei Demais (1995) é lançado pela RGE.

A partir de 2002, após o lançamento do livro Eu Não Sou Cachorro, Não, de Paulo César Araújo (1962), sua obra é revisitada. Em 2006, é homenageado no disco Eu Não Sou Cachorro, Mesmo, produção da Allegro Discos que reúne bandas independentes de rock  a um repertório popular dos anos 1970.

Conhece a atriz Patrícia Pillar (1964) que deseja produzir documentário sobre sua carreira e registra o show que origina os CD e DVD Waldick Soriano ao Vivo, lançado pela Som Livre em 2007. O documentário Waldick Soriano – Sempre no Meu Coração é lançado em 2009, um ano após a morte do cantor.

Análise

Como o personagem Durango Kid, referência visual, Waldick Soriano torna-se imagem do herói romântico e viril e traz a reboque um sentimentalismo desavergonhado como o da maioria de seus ouvintes, identificados com ele. Um exemplo é “Paixão de um homem” (1969): 

Amigo 
Se essa cartinha falasse 
Pra dizer àquela ingrata 
Como está meu coração 
Vou ficar aqui chorando
Pois um homem quando chora 
Tem no peito uma paixão.

Apesar do romantismo, existe certa liberalidade em suas letras de dor-de-cotovelo. Sempre acredita no amor, mas não em sua eternidade. O amor é vivido dia a dia como canta na letra de “Vamos Gozar a Vida” (1973): 

Deixa o mundo girar 
Deixe o povo falar que eu não ligo 
Quero viver minha vida 
E gozar nesta vida sempre contigo 
Eu nunca vi neste mundo 
Um alguém ser feliz sem ser amado 
Quero viver minha vida 
E gozar desta vida sempre ao seu lado.

A esperança está lá, mas pode virar decepção ou profunda tristeza, como em “Meu Coração Está de Luto” (1967): “Hoje está fazendo um ano / Que por ti vivo sofrendo / De que me deste o desengano / Tenho medo de morrer”. Acaba associado ao estilo cafona ou brega, pelo sentimentalismo e pela temática romântica de suas canções.

Sobre suas referências musicais diz ao Pasquim em 1972 que “[falando de si próprio] ele não criou nada, ele apenas fez uma transa entre Bienvenido Granda, Anísio Silva, Nelson Gonçalves Orlando Dias e outros mais, entende? Vicente Celestino, Orlando Silva e todo esse meio aí. A única diferença que há é que minha maneira de cantar é diferente deles”.

Fontes de pesquisa 3

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  • ARAUJO, Paulo César. Eu não sou cachorro não. Música popular cafona e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
  • CABRERA, Antônio Carlos. Almanaque da música brega. São Paulo: Matrix Editora, 2007.
  • SOUZA, Tárik de (org.). O som do Pasquim. Rio de Janeiro: Desiderata, 2008.

Como citar

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