Débora Falabella

Débora Falabella, 2019
Texto
Débora Lima Falabella (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1979). Atriz. Com trabalhos nos palcos, no cinema e na TV, destaca-se por interpretar personagens de grande repercussão, que vivem crises individuais e interpessoais. No teatro, tem atuação ligada ao campo experimental e de pesquisa em linguagem cênica.
Tem contato com as artes desde criança: a mãe, Maria Olympia Falabella, é cantora lírica, e o pai, Rogério Falabella, ator, escritor e diretor. Começa a atuar ainda na infância, em Belo Horizonte, e aos 15 anos, estreia em sua primeira peça, a montagem de Flicts, escrita por Ziraldo (1932).
Pelo trabalho no teatro mineiro, é indicada a um teste para o elenco da novela Malhação (1995), da Rede Globo, na qual interpreta a personagem Antônia. Falabella não se adapta ao trabalho e decide voltar para Minas Gerais poucos meses depois. Em entrevista, explica que se sente “um peixe fora d'água” em “Malhação” e no Rio de Janeiro1.
Na cidade natal, começa uma faculdade de publicidade e propaganda, mas abandona o curso quando é convidada para um novo projeto televisivo: a quarta e quinta temporadas da novela infantil Chiquititas, do SBT, em 1999, na qual vive Estrela Vieira. Por causa das gravações, muda-se para a Argentina.
Em janeiro de 2001, a atriz retorna à Globo, desta vez para a novela Um Anjo Caiu do Céu. Na trama, interpreta a jovem Cuca, uma menina que se revolta com a mãe, a vilã Laila [Christiane Torloni (1957)], foge de casa, corta o cabelo bem curto e finge ser menino. A atuação rende a Falabella os troféus Qualidade Brasil do Rio e de São Paulo, na categoria de melhor atriz revelação.
Concomitantemente, estreia no cinema, protagonizando o curta-metragem Françoise (2001), sobre uma menina solitária e com muitas fantasias. Pelo trabalho, é premiada nos festivais de cinema de Gramado e Brasília. Também interpreta no cinema a protagonista de Lisbela e o Prisioneiro (2003), a atriz Denise Dumont (1955), em Cazuza – O Tempo não Para (2004), e a jovem Carolina, de A Dona da História (2004).
Em outubro de 2011, tem papel e atuação de destaque na novela O Clone. É escalada para a personagem Mel, uma jovem rica que sofre de dependência química. “Eu fiz todo tipo de preparação, fui a reuniões de dependentes químicos, conversei, frequentei alguns encontros para compreender melhor”2, lembra a atriz. Segundo Falabella, em O Clone, ela começa a entender o que é ser uma atriz de fama e sucesso na televisão.
A escalada de papéis icônicos na Globo, uma marca da carreira de Falabella, inclui ainda a ex-primeira-dama do Brasil, Sarah Kubitschek, na minissérie JK (2006), a personagem-título do remake da novela Sinhá Moça (2006) e a vingativa Nina, de Avenida Brasil (2012).
Neste último trabalho, Falabella entra para a história da teledramaturgia nacional, em uma trama que mexe com os limites entre vilã e mocinha. A novela obtém grande audiência, principalmente pelas discussões entre Nina e a madrasta que a tinha abandonado na infância, Carminha, interpretada por Adriana Esteves (1969). As duas atrizes exploram marcantes nuances de humor, maldade e tragédia, em papéis carismáticos.
Apesar da presença ativa na TV, Débora Falabella também tem atuação significativa no teatro, sua origem artística. Retoma essa atividade em 2003, em parceria com a atriz e diretora Yara de Novaes (1966), a quem Falabella se refere como sua inspiração. “Não consigo pensar em alguém que tenha sido referência tão forte na minha carreira quanto a Yara, mesmo ela estando sempre ao meu lado. É uma inspiração que tenho desde antes de fazer teatro e algo que ainda me alimenta de forma recorrente”3, diz.
Juntas, elas fundam, em 2005, o Grupo 3 de Teatro, com o ator Gabriel Fontes Paiva (1980), e desenvolvem espetáculos focados em inter-relações pessoais. As peças “partem do espaço íntimo para falar do social, das relações entre as pessoas para falar do mundo, e não o contrário. Tem uma percepção do teórico francês Jean-Pierre de que o íntimo é o cósmico. Ou seja, existem espetáculos que através do pessoal ligam o espectador à outra instância, da ordem do cosmos, dos arquétipos.”4
Notas
1. MATTOSO, Laura. Débora Falabella. TV Folha. 18 de fevereiro 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/tvfolha/tv1802200115.htm. Acesso em: 2 out. 2019.
2. REDE GLOBO. Disponível em: http://memoriaglobo.globo.com/perfis/profissionais/debora-falabella.htm. Acesso em: 2 out. 2019.
3. FALABELLA, Débora. Aprendi com Yara de Novaes a buscar minha liberdade, diz Débora Falabella. Folha de S.Paulo. 6 de outubro 2019. Entrevista a Walter Porto. Ilustríssima. Acesso em: 6 out. 2019
4. TEATROJORNAL. O amor crítico do grupo 3 com o teatro. 9 de dezembro 2018. Disponível em: https://teatrojornal.com.br/2018/12/o-amor-critico-do-grupo-3-com-o-teatro/. Acesso em: 3 out. 2019.
Espetáculos 6
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2004 - 2003
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Fontes de pesquisa 6
- CASA DE CULTURA LAURA ALVIM. A Serpente: Rio de Janeiro, RJ, [2005]. Programa do Espetáculo.
- FALABELLA, Débora. Aprendi com Yara de Novaes a buscar minha liberdade, diz Débora Falabella. Folha de S.Paulo. 6 de outubro 2019. Entrevista a Walter Porto. Ilustríssima. Acesso em: 06 out. 2019
- MATTOSO, Laura. Débora Falabella. TV Folha. 18 de fevereiro 2001. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/tvfolha/tv1802200115.htm. Acesso: 02 out. 2019
- Programa do Espetáculo - O Continente Negro - 2007.
- REDE GLOBO. Disponível em: http://memoriaglobo.globo.com/perfis/profissionais/debora-falabella.htm. Acesso em: 02 out. 2019
- TEATROJORNAL. O amor crítico do grupo 3 com o teatro. 9 de dezembro 2018. Disponível em: https://teatrojornal.com.br/2018/12/o-amor-critico-do-grupo-3-com-o-teatro/. Acesso em: 03 out. 2019
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DÉBORA Falabella.
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