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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Clarissa Diniz

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.11.2023
1985 Brasil / Pernambuco / Recife
Clarissa Diniz de Moura (Recife, Pernambuco, 1985). Curadora, pesquisadora, crítica de arte. Realiza pesquisas voltadas para a arte contemporânea, sobretudo questionando e expandindo noções de crítica, curadoria, circulação e do que é a arte brasileira. A questão social é tema presente em suas produções.

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Clarissa Diniz de Moura (Recife, Pernambuco, 1985). Curadora, pesquisadora, crítica de arte. Realiza pesquisas voltadas para a arte contemporânea, sobretudo questionando e expandindo noções de crítica, curadoria, circulação e do que é a arte brasileira. A questão social é tema presente em suas produções.

Em 2008, completa a licenciatura em educação artística e artes plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Durante o curso, idealiza a revista Tatuí (2006), periódico independente, de caráter experimental, dedicado a explorar e ampliar aspectos diversos da crítica de arte. Atua como editora e coordenadora da revista até seu encerramento (2015), e comissiona textos, promove debates e residências editoriais, em que algumas edições são concebidas coletivamente.

No Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), em Recife, realiza a exposição contidonãocontido (2010), com cocuradoria de Maria do Carmo Nino (1945) e do educativo do museu. A mostra acontece como um laboratório, em que a equipe, junto ao público, lança um olhar crítico para o acervo da instituição e propõe reflexões sobre sua legitimidade e representatividade.

Ingressa no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2011, e muda-se para a capital carioca. Obtém o título de mestre com a dissertação Cama de Gato – um ensaio a partir de "Malhas da Liberdade", de Cildo Meireles (2013). A pesquisa analisa as estratégias políticas e de alteridade da produção do artista multimídia Cildo Meireles (1948) e, de modo mais amplo, de parte da arte brasileira da época.

No Itaú Cultural, realiza a exposição Contrapensamento Selvagem (2011), com cocuradoria de Cayo Honorato (1979), Orlando Maneschy (1968) e Paulo Herkenhoff (1949). A mostra reúne artistas de fora do eixo Rio-São Paulo e funciona como um manifesto de não pureza conceitual, em que as obras se contaminam no ambiente expositivo, compondo uma apresentação caótica. O interesse dos curadores é evidenciar o poder disruptivo da arte. A exposição marca o modo de atuação que Diniz e Herkenhoff levam para o projeto curatorial do Museu de Arte do Rio (MAR). Inaugurado em março de 2013, na zona portuária carioca, o MAR é implementado por Herkenhoff, seu primeiro diretor, como um museu poroso, que se constitui com base na comunidade. Segundo Herkenhoff,

Clarissa Diniz deve atuar à frente dessa interlocução fundamental por ser uma curadora que "valoriza o trabalho em conjunto"1. Diniz participa ativamente da conformação do museu e integra a equipe como gerente de conteúdo, desenvolvendo projetos editoriais, programas públicos, exposições e trabalhando ações de interlocução com a comunidade.

As exposições que realiza no MAR são marcadas pelo trabalho curatorial coletivo, por envolver comunidades geralmente marginalizadas pelo circuito da arte e pela transversalidade. Entre elas, destacam-se: Do Valongo à Favela: Imaginário e Periferia (2014), em que o museu é aproximado de sua vizinhança com base no imaginário e nas representações do Rio de Janeiro, sobretudo da contribuição afro-brasileira na conformação da região; Dja Guata Porã – Rio de Janeiro Indígena (2017), em que o Rio é abordado sob a perspectiva das comunidades indígenas locais, que participam da curadoria e criam obras comissionadas; e O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção (2018), que aborda aspectos sociais, culturais e políticos da história do samba.

Clarissa Diniz encerra suas atividades no MAR em 2018, quando integra como professora a equipe da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV Parque Lage). Em 2019, inicia o doutorado em sociologia e antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua pesquisa parte das relações entre a arte moderna brasileira e os povos indígenas para analisar os modos pelos quais a arte produz violência epistêmica.

Entre 2016 e 2019, realiza curadorias importantes feitas de forma coletiva, que lançam um olhar provocativo e subversivo para a arte, questionando seus cânones e propondo novas acepções. Entre elas, a 13ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba e no Belenzinho (2016 e 2017), intitulada Todo Mundo É, Exceto Quem Não É, que apresenta artistas naïf ao lado de outros já estabelecidos. A provocação dos curadores é apresentar o naïf como condição generalizada e analisar de forma inclusiva os diálogos possíveis entre os artistas. A exposição À Nordeste (2019), realizada no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, apresenta um conjunto heterogêneo de obras e artistas, para refletir sobre as relações complexas entre centralidades e periferias no Brasil. A ideia é problematizar a noção de uma identidade fixa de Nordeste. A provocação se revela no título, que, ao optar pela crase ao invés do artigo definido, sugere a ideia de posição, perspectiva e movimento.

Como crítica de arte, Diniz se destaca pela escrita contundente e questionadora. Além da publicação de artigos, organiza e colabora com projetos editoriais. Entre eles: Crachá: Aspectos da Legitimação Artística (2008), acerca das dinâmicas de legitimação social existentes no campo da arte; e Crítica de Arte em Pernambuco: Escritos do Século XX (2012), coletânea que busca ampliar o sentido de “texto crítico” com base na prática crítica pernambucana.

A crítica de arte aliada a práticas experimentais e a atividade curatorial colaborativa marcam a trajetória profissional de Clarissa Diniz, que colabora com o desenvolvimento e a consolidação da carreira de artistas e contribui ativamente com a pesquisa sobre arte contemporânea brasileira e sua circulação.

Nota

1. AOS 28 ANOS, Clarissa Diniz se destaca como curadora-assistente no MAR. O Globo, Rio de Janeiro, 17 maio 2014. Caderno Cultura.

Exposições 27

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Performances 1

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Fontes de pesquisa 32

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