Débora Almeida
Texto
Débora de Almeida (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1977). Atriz, professora de teatro, escritora, diretora teatral, cantora, pesquisadora e produtora cultural. Seu primeiro contato com o teatro é no Colégio Pedro II. É bacharel em interpretação teatral (1998) pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Em 1998, participa da fundação do Grupo Elo de Teatro, atuando em espetáculos dirigidos por Érika Thebaldi, Márcio Vieira e por ela mesma. Em 2001, licencia-se em artes cênicas pela Unirio e toma parte na fundação da Cia dos Comuns, na qual exerce as funções de atriz, colaboradora dramatúrgica, pesquisadora, produtora e administradora. Atua em três espetáculos dirigidos pelo encenador baiano Marcio Meirelles (1954), A Roda do Mundo (2001), Candace – A Reconstrução do Fogo (2003) e Bakulo – Os Bem Lembrados, e em Silêncio (2007), com direção de Hilton Cobra (1956).
Em 2009, estreia Sete Ventos, espetáculo solo baseado em depoimentos de mulheres negras e na figura de Iansã¹, em que assina dramaturgia e direção. Sete Ventos circula por diversos estados, participando de festivais nacionais e internacionais. Em 2015, o texto é publicado pela editora Autografia.
Na televisão e no cinema, trabalha com os cineastas Eduardo Coutinho (1933-2014) em Jogo de Cena (2007) e Sandra Kogut (1965) em Campo Grande (2015).
Análise
Desde sua entrada para a Cia dos Comuns, Débora Almeida dedica-se ao trabalho e à pesquisa em cultura afro-brasileira e performance negra (teatro e dança afro-contemporâneos). Seus referenciais são a dança, o candomblé e a presença do corpo negro em cena.
Percebe-se seu engajamento na produção do seminário A Presença do Negro no Teatro Brasileiro (2001), do Festival Olonadé – A cena negra brasileira (2005 e 2007) e do Fórum Nacional de Performance Negra (2005 a 2015). A realização do projeto Akanni, com oficinas de artes negras para escolas estaduais do Rio de Janeiro em 2005 e 2006, também demonstra a dedicação às atividades formativas.
Participa de encontros com temática negra e/ou feminina, no Brasil e no exterior, entre eles o Festival Mundial de Artes Negras (Fesman), no Senegal, em 2010, quando o Brasil é o país homenageado. O trabalho mais específico sobre a representação da mulher negra e suas narrativas é Sete Ventos, que consolida a pesquisa individual sobre o feminino negro e a estética do ritual de Iansã. A peça marca a incursão da artista pelo universo literário e o desenvolvimento da pesquisa sobre a interação com a plateia na construção da cena.
Em 2011, realiza, em parceria com a ONG Estimativa, a 1a Mostra Internacional da Mulher Negra (Mimunegra), para a discussão de obras artísticas realizadas por mulheres negras.
Nota
1. Orixá feminino nas religiões afro-brasileiras.
Espetáculos 5
Fontes de pesquisa 4
- ALMEIDA, Débora. Entrevista concedida por Débora Almeida à pesquisadora Daniele Avila Small. Rio de Janeiro, 9 set. 2016.
- CRÍTICA, Questão de. Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.questaodecritica.com.br/. Acesso em: 05 set. 2019.
- INTERNATIONAL Association of Theatre Critics (IATC), Paris. Disponível em: http://aict-iatc.org/en/. Acesso em: 05 set. 2019.
- THE THEATRE Times, Nova York. Disponível em: https://thetheatretimes.com/about/. Acesso em: 05 set. 2019.
Como citar
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DÉBORA Almeida.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa467061/debora-almeida. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7