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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

André Parente

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 07.08.2024
1957 Brasil / Minas Gerais / Sabinópolis
André de Souza Parente (Sabinópolis, Minas Gerais, 1957). Pesquisador de novas mídias e artista visual. Em 1970, participa de oficinas de fotografia, cinema e gravura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro. É influenciado pelo grupo brasileiro de videoarte, do qual participa sua mãe, Letícia Parente (1930-...

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Biografia 

André de Souza Parente (Sabinópolis, Minas Gerais, 1957). Pesquisador de novas mídias e artista visual. Em 1970, participa de oficinas de fotografia, cinema e gravura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro. É influenciado pelo grupo brasileiro de videoarte, do qual participa sua mãe, Letícia Parente (1930-1991). Realiza filmes em Super-8, como o documentário A Morte da Galinha em Sabinópolis (1976), e no formato 35mm, como o experimental Os Sonacirema (1978). No fim da década de 1970, ingressa na Cooperativa de Realizadores Cinematográficos Autônomos (Corsina), da qual participam os artistas Lygia Pape (1927-2004) e Arthur Omar (1948).

Em 1980, gradua-se em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faz  mestrado e doutorado em comunicação na Université Paris 8 (Saint-Denis, França), sob orientação do filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995). Obtém pós-doutorado em 2002, sob orientação do pintor belga Philippe Dubois (1958), na Universidade de Paris III (Paris, França), da qual se torna professor visitante. Em 1991, funda, com Rogerio Luz (1936), o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) na UFRJ.

No fim da década de 1990, incorpora instalações interativas e videoinstalações à sua produção, apresentadas em países como Alemanha, França, Espanha e Suécia. Ao longo de sua trajetória, desenvolve projetos com outros artistas e teóricos. Em 2002, é contemplado com o prêmio Transmídia, do Instituto Itaú Cultural, fruto da parceria com Ricardo Basbaum (1961). Em 2003, organiza o livro Redes Sensoriais: Arte, Ciência e Tecnologia com Katia Maciel (1963) e apresenta a  videoinstalação Entre Margens. Vence o prêmio Petrobrás de Novas Mídias em 2004, e o prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Instituto Sergio Motta) em 2005. Em 2006, a pesquisa sobre os vídeos de Letícia Parente é contemplada com o prêmio Petrobrás de Memória das Artes. Com Katia Maciel, realiza outros trabalhos colaborativos, como Esteroscopia (2006), Dança das Cadeiras (2007) e Na Parede (2007). Apresenta as obras Curto-Circuito em 2007, Belvedere em 2009 e Circuladô em 2010 – videoinstalações icônicas da produção do artista. 

Em 2011, ganha o prêmio Caixa Cultural Brasília e, no ano seguinte, realiza exposição retrospectiva sobre Letícia Parente  no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA) e no Centro Cultural Dragão do Mar no Ceará. Em 2014, recebe o 14o prêmio Marc Ferrez de fotografia.

Análise

André Parente inicia as pesquisas em arte no fim da década de 1970, explorando a linguagem audiovisual. Sua produção inclui instalações interativas, videoinstalações, textos e pesquisas em busca de um espaço de investigação artística interdisciplinar.

Seu trabalho transita entre a fotografia e o cinema, e as pesquisas nestas linguagens colocam em questão o papel da imagem no pensamento. Tal problematização abre espaço para discussões sobre o modo como as imagens virtuais são geradas – por tecnologias de comunicação, novas mídias e ciência contemporânea –, como alteram as condições de experiência e como produzem novas formas de subjetividade.

Além da formação acadêmica, as primeiras referências são recebidas de sua mãe, a artista Letícia Parente, que integra o grupo pioneiro de videoarte no Brasil. Sob influência desta interação, André Parente volta-se para o caráter experimental do vídeo e para a análise conceitual da imagem. O artista trabalha também em colaboração com a pesquisadora e artista Katia Maciel. Juntos, elaboram um mapeamento dos trabalhos de Letícia Parente, além de realizarem trabalhos em vídeo que refletem sobre a relação entre indivíduos, seus relacionamentos afetivos e as ligações destas dinâmicas com a arquitetura e o tempo. 

A lista de videoinstalações e instalações interativas realizadas pelo artista é vasta. Uma delas chama a atenção por elucidar características marcantes dos trabalhos de André. A videoinstalação Entre Margens, concebida em 2004, é constituída de maneira simples: é composta por duas imagens projetadas, uma em frente da outra: uma delas retrata um rio, e a outra, uma paisagem. Nesta obra, André Parente apoia-se em conceitos do cinema (como campo e contracampo) e utiliza-se da sutileza e força poética do conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa (1908-1967). No vídeo que mostra o rio, é possível perceber, pelas características da imagem, a passagem do tempo por meio de mudanças de velocidade do rio, sobreposições, edições e saltos temporais. O vídeo que mostra a paisagem permanece imutável – apresenta-se quase como uma fotografia, ou ainda, como se observasse a natureza e seus tempos. Em determinado momento, um movimento de câmera de uma das telas faz com que as duas imagens se coincidam, "formando uma panorâmica infinita" da paisagem, nas palavras do artista. Um elemento novo aparece – um jovem que surge de lugar nenhum e corre. A imagem oposta inicia seu movimento circular em direção ao lado esquerdo, e assim o que era terra vira rio. Nesta instalação é possível notar, com a ajuda do som de ambiências e do narrador, o contraste e o encontro dos vídeos. O espectador pode ter a sensação de que o tempo é transitório e efêmero e, também, de que o passar das horas, dias e meses não esboça mudança. O artista mostra como percebe o tempo da imagem e como este tempo transforma a imagem em poesia.

Obras 16

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Exposições 106

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Instalações 2

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Performances 1

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Fontes de pesquisa 7

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