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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Davi Kopenawa Yanomami

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.09.2024
18.02.1956 Brasil / Amazonas
Davi Kopenawa Yanomami (Comunidade Marakana, Alto rio Toototopi, Amazonas, 1956). Líder índigena, xamã, escritor. Importante figura da resistência dos povos indígenas, Davi compartilha os conhecimentos de seu povo para, além de registrar sua memória registrar, contribuir com o debate sobre o fim da exploração da natureza e na luta pelos direitos...

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Davi Kopenawa Yanomami (Comunidade Marakana, Alto rio Toototopi, Amazonas, 1956). Líder índigena, xamã, escritor. Importante figura da resistência dos povos indígenas, Davi compartilha os conhecimentos de seu povo para, além de registrar sua memória registrar, contribuir com o debate sobre o fim da exploração da natureza e na luta pelos direitos dos indígenas brasileiros.

Em 2004, participa junto a outros indígenas e não indígenas, da criação do Hutukara Associação Yanomami, que atua tanto “internamente” com projetos ligados à educação e saúde dos yanomamis, que vivem isolados na Amazônia bem como segue uma atuação de mediação com o “mundo dos brancos” e a representação política desse povo frente às instituições não-indígenas.

Os primeiros contatos de sua comunidade, até então isolada no Amazonas, com os não-indígenas foram responsáveis pela chegada de doenças, até então desconhecidas que ocasionaram a morte de grande parte de sua aldeia entre as décadas de 1950 e 1960. Levando a viver em outra comunidade no estado de Roraima. Davi tem importante papel na luta pela demarcação de terras indígenas yanomamis  nestes dois estados, a partir do início da década de 1980.

Tem longa atuação como intérprete para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), traduzindo e mediando a relação das comunidades com equipes médicas, bem como colaborando com a FUNAI na expulsão de invasores do território. A partir deste trabalho amplia sua relação com órgãos do governo e o diálogo com outras comunidades.

Um dos principais representantes da resistência e luta pelos direitos do povos indígenas, especialmente yanomamis, registra as cosmologias de seu povo, seus primeiros contatos com os homens brancos e como sua relação com a natureza pode contribuir com o “adiamento do fim do mundo” causado pela exploração econômica da terra e dos recursos naturais, além de narrar como os brancos levaram doenças responsáveis, junto com a violência física, para a morte de grande parte de sua comunidade, no livro A queda do céu (2015), em co-autoria com o antropólogo francês Bruce Albert (1952). Sua trajetória na escrita também acontece no roteiro de A última floresta - Palavras de um xamã yanomami (2021), filme dirigido por Luiz Bolognesi (1966), no qual é apresentada a luta de Davi em manter vivos os espíritos  e a cosmologia na comunidade yanomami ao mesmo tempo que enfrentam a chegada e exploração da região da comunidade de Watoriki, em Roraima. por garimpeiros e o fascínio dos jovens indígenas pelos bens oferecidos pelos exploradores.

Sua atuação em prol da preservação e divulgação de conhecimentos o leva a ser eleito, em 2021, como membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Davi Kopenawa viaja por muitos países divulgando sua causa e denunciando crimes, especialmente, por parte de garimpeiros contra os povos indígenas brasileiros, atuando de maneira próxima com organizações não-governamentais brasileiras e internacionais.

Símbolo da luta indígena pela demarcação de terras e pela preservação do planeta, Davi Kopenawa resgata na cosmologia e modo de viver de seu povo os caminhos para adiarmos o colapso, seja climática ou social, além de preservar a existência de sua comunidade.

Obras 1

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Exposições 2

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Fontes de pesquisa 5

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