Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Daniel Minchoni

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.04.2024
1980 Brasil / São Paulo / São Paulo
Daniel Minchoni (São Paulo, São Paulo, 1980). Poeta, grafiteiro, produtor cultural. Seus poemas têm influência do concretismo, que valoriza as dimensões gráficas e sonoras do texto como elementos de significado, em condição de igualdade com o conteúdo. Seu trabalho utiliza o conceito de poesia expandida, investigando as manifestações da literatu...

Texto

Abrir módulo

Daniel Minchoni (São Paulo, São Paulo, 1980). Poeta, grafiteiro, produtor cultural. Seus poemas têm influência do concretismo, que valoriza as dimensões gráficas e sonoras do texto como elementos de significado, em condição de igualdade com o conteúdo. Seu trabalho utiliza o conceito de poesia expandida, investigando as manifestações da literatura em interface com linguagens como música, artes visuais e arte urbana. 

Vive em São Paulo até os 17 anos, quando se muda para o Nordeste. Em 1998, ingressa na graduação de comunicação social na Universidade Potiguar (UnP). No mesmo ano, inicia sua carreira na poesia falada, quando entra para a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN.

Conclui a graduação em 2002, ano em que participa da criação do Poesia Esporte Clube (PEC), projeto de experimentação poética e saraus na Casa da Ribeira. No ano seguinte, ingressa na pós-graduação em estudos da mídia, processos e significados, também na UnP. As experiências de organização de eventos de poesia falada se desdobram na fundação da Editora Jovens Escribas, em 2004.

Em 2006, volta a morar em São Paulo, onde dá seguimento à produção de encontros literários. Em 2008, participa da criação do Sarau do Burro, realizado mensalmente na galeria A7MA, espaço no bairro paulistano da Vila Madalena voltado para arte urbana. O formato dos poemas declamados no sarau, muitas vezes assemelhados ao haikai1 e à linguagem da comunicação urbana, é influenciado pela cultura do hip hop e do grafite, que marcam o público do local.

A partir de desdobramentos do sarau, participa da criação do selo editorial independente DoBurro, em 2011, especializado na publicação de experimentos poéticos relacionados a poesia falada, arte urbana e artes visuais. 

Desde 2011, atua como arte-educador na Casa das Rosas, no curso de poesia expandida. No mesmo espaço, apresenta mensalmente o Menor Slam do Mundo, evento que promove batalhas de declamação, com poemas com duração máxima de dez segundos cada. Os participantes se apresentam em um palco, sendo avaliados por um sistema de notas com júri popular para decidir o vencedor.

Um dos seus poemas mais conhecidos é o “Funk da literatura ostentação”, de 2014, que exemplifica a interdisciplinaridade de sua obra. O poema musicado em ritmo de funk realiza uma paródia/homenagem sobre o universo cultural desse estilo. Na canção, o eu-lírico valoriza mais o conhecimento do que as correntes de ouro, usadas pelos representantes do estilo conhecido como funk ostentação, e identifica as bibliotecas como espaços de desejo e realização.

No livro de poemas Phala’cia (2022), revisita sua relação com a palhaçaria, estabelecendo um paralelo entre a performance, a sátira e o humor do palhaço. O livro é pensado para soar como um sarau, repleto de interferências na forma e no conteúdo. Não é um livro coeso, mas uma experimentação composta por falas entrecruzadas e referências heterogêneas, com linguagens tão diversas quanto a cidade de São Paulo.

Apresentado como um ensaio poético, a obra é fruto de uma pesquisa acerca das possibilidades de tradução da cultura do slam para a linguagem escrita e visual. Um dos recursos é justamente a experimentação formal, que reflete a diversidade de vozes presentes nos saraus e slams abertos ao público.

Daniel Minchoni possui uma linguagem poética experimental, fortemente influenciada pela oralidade e pelo imagético. Sua poesia visual traz referências da comunicação urbana, da publicidade e da performance circense de palhaços. Uma de suas principais contribuições culturais está na idealização de eventos literários de poesia falada.

Notas

1. O haikai é um tipo de poema de origem japonesa. É composto por três versos de cinco, sete e cinco sílabas, respectivamente, e aborda temas relacionados à natureza no tempo presente.

Espetáculos 1

Abrir módulo

Exposições 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 7

Abrir módulo
  • ARAÚJO, Julia Figueiredo Murta de. Juventude e produção literária: um estudo sobre poesia falada nas periferias paulistanas. 2018. 108 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Culturais) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • CRUZ, Carla. “Quando o poeta e o palhaço se encontram: Daniel Minchoni lança livro Phala’cia em Natal, nesta quinta (29)”. Saiba Mais, 29 dez. 2022. Disponível em: https://saibamais.jor.br/2022/12/quando-o-poeta-e-o-palhaco-se-encontram-daniel-minchoni-lanca-livro-phalacia-em-natal-nesta-quinta-29/. Acesso em: 20 jul. 2023.
  • FUNK da literatura ostentação (pode chegar, chapa!). Interpretação: Daniel Minchoni. Produção musical: Thiago França e Daniel Toledo. 2014. (4 min). Disponível em: https://goo.gl/Bk3AWz. Acesso em: 22 jul. 2023.
  • MINCHONI, Daniel. Daniel Minchoni. SPCultura, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/agente/11828/#/tab=sobre. Acesso em: 23 maio 2023.
  • MINCHONI, Daniel. Phala’cia. São Paulo: Selo Baladeyra, 2022.
  • MOREIRA, Laura Veridiana Fleury. Rap e poesia: diálogos urbanos. 2014. 86 f. Memorial de projeto de pesquisa (Graduação em Comunicação Social-Jornalismo) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
  • ROMÃO, Luiza Sousa. Microfone em chamas: slam, voz e representação. 2022. 233 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: