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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Felipe Tassara

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.12.2023
29.05.1963 Brasil / São Paulo / São Paulo
José Felipe de Oliveira Tassara (São Paulo, São Paulo,1963). Cenógrafo e diretor de arte. Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), atua há mais de 15 anos na área de design de exposições e cenografia para os principais museus do país, em parceria com a cenógrafa e diretora Daniela T...

Texto

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José Felipe de Oliveira Tassara (São Paulo, São Paulo,1963). Cenógrafo e diretor de arte. Formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), atua há mais de 15 anos na área de design de exposições e cenografia para os principais museus do país, em parceria com a cenógrafa e diretora Daniela Thomas (1959).

Além de desenvolver projetos expográficos nacionais, Tassara tem experiências de produção fora do país, em mostras como De Picasso a Barceló (2001), no Museu de Belas Artes de Buenos Aires Brésil Indien (2005), no Grand Palais, em Paris.

Seu primeiro trabalho de destaque na expografia é a mostra 500 Anos de Arte Russa (2002), realizada na OCA, no Parque Ibirapuera. Uma das soluções museográficas encontradas é deixar aparente a estrutura do prédio de Oscar Niemeyer (1907-2012), com a intenção de criar um diálogo entre as influências da vanguarda russa e a trajetória comunista do arquiteto, como afirma Tassara em entrevista na época 1. Também na OCA, assina outros projetos de grande porte, como China – Os Guerreiros de Xi’an e os Tesouros da Cidade Proibida, em 2003; Picasso na OCA – Uma Retrospectiva (2004), e Dinos na OCA e Outros Animais Pré-históricos (2006). Esta exposição é a maior já realizada sobre dinossauros no Brasil e inaugura uma tendência de mostras científicas interativas. Para ela, Tassara e Thomas desenham uma expografia que se aproxima de uma expedição arqueológica por meio de dispositivos tecnológicos.

A tendência de usar a tecnologia na criação de ambientes multissensoriais torna-se característica em outros trabalhos de Tassara, como no Museu do Futebol, inaugurado em 2008. A exposição permanente ocupa três andares e o projeto expográfico apresenta uma narrativa sobre o esporte no Brasil, com elementos que indicam o percurso contínuo pelas 16 etapas temáticas. Recursos interativos são reforçados ao longo do trajeto, como na sala Anjos Barrocos, na qual telas suspensas no ar mostram imagens de 25 ídolos do esporte e pode-se escolher cabines com opções de partida e narração de gols. Em Exaltação, ambiente imersivo sob as arquibancadas, é possível ouvir áudios gravados da torcida em jogos. Neste módulo, o projeto museográfico de Tassara e Thomas é apontado pelo pesquisador Ricardo Alberton Fernandes como um exemplo de "intencionalidade cenográfica", tipo de recurso que pode facilitar a compreensão de uma exposição pelo público 2.

Outro projeto semelhante é o da museografia realizada para o Museu da Imigração do Estado de São Paulo, antigo Memorial do Imigrante, reaberto em 2014. Na exposição Migrar: Experiências, Memórias e Identidades, Tassara cria oito módulos independentes em um trajeto que contempla a relação com a arquitetura da antiga hospedaria. Em cada um deles, recursos multimídia são explorados para narrar a história da chegada dos imigrantes: de áudios com depoimentos a telas manipuláveis nas quais é possível refazer os diferentes trajetos até ali. Elementos como luz e som também são explorados, como no módulo Cotidiano, uma representação de como eram os dormitórios e o refeitório da hospedaria. Nesse módulo, "o objetivo é centrar o migrante como sujeito principal – sua experiência de deslocamento, seus sonhos, suas expectativas e seus estranhamentos"3.

Em ambos os casos, "espaços cenográficos por excelência", como define Fernandes, a ideia de ambientes multissensoriais revela-se de forma clara. Para o autor, a "ambiência narrativa [nesses projetos] está configurada de forma a estimular os visitantes não somente pela exploração visual do ambiente, mas principalmente por meio de uso de outros elementos de encenação, possibilitando a ampliação de seus sentidos"4.

A atuação de Felipe Tassara na área de expografia ganha força nos últimos anos, paralelamente à criação de novos museus ou aos processos de revitalização que buscam maior alcance de público. Entre as novas formas de comunicação com os visitantes, o design de exposições – especialmente em projetos que exploram recursos interativos por meio da tecnologia – torna-se uma referência nesse processo.

 

 

Notas 

1. Depoimento a Fabio Cypriano. CYPRIANO, Fabio. Tá Russo. Folha de S.Paulo. São Paulo, 3 jun. 2002. Caderno Ilustrada.

2. FERNANDES, Ricardo Alberton. Perspectivas Expográficas Contemporâneas: as exposições do Museu da Imigração do Estado de São Paulo e do Museu do Futebol e suas contribuições para a apresentação da temática museológica. 2017. Dissertação (Mestrado em Museologia) - Museologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. p. 101.

3. Descrição sobre o módulo expositivo do projeto em material oficial enviado pelo museu. FERNANDES, op. cit., p.54.

4. Ibid. p. 101.

Espetáculos 6

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Exposições 12

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Fontes de pesquisa 7

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  • CYPRIANO, Fabio. Tá Russo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 3 jun. 2002. Caderno Ilustrada.
  • FERNANDES, Ricardo Alberton. Perspectivas Expográficas Contemporâneas: as exposições do Museu da Imigração do Estado de São Paulo e do Museu do Futebol e suas contribuições para a apresentação da temática museológica. 2017. Dissertação (Mestrado em Museologia) - Museologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
  • LUPO, Bianca. Tecnologia, materialidade e espacialidade no museu contemporâneo. In.: VENTURELLI, S; ROCHA, C. (Orgs.). Anais do 15º Encontro Internacional de Arte e Tecnologia. Brasília: Universidade de Brasília, 2016. Disponível em: https://art.medialab.ufg.br/up/779/o/Bianca_Lupo.pdf. Acesso em: 11 jul. 2018
  • MOURA, Elton Alissom de. Os novos museus e exposições científicas interativas e independentes no Brasil. 2012. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) – Instituto de Estudos da Linguagem e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/270630/1/Moura_EltonAlissomde_M.pdf. Acesso em 12 jul. 2018
  • NOSTRADAMUS. São Paulo: Companhia Estável de Repertório, 1986. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Cultura Artística. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - Carmem com Filtro - 1986. Não catalogado
  • Programa do espetáculo - Educação Sentimental de Um Vampiro, 2007. Não catalogado

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