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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Silva Alvarenga

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 14.03.2017
1749 Brasil / Minas Gerais / Ouro Preto
01.11.1814 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução Fotográfica Horst Merkel

Glaura: Poemas Eróticos, 1799
Silva Alvarenga
Brasiliana Itaú/Acervo Banco Itaú

Manuel Inácio da Silva Alvarenga (Vila Rica, Minas Gerais, 1749 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1814). Poeta. Filho do músico Inácio Silva Alvarenga, parte para a Europa em 1771 para estudar direito canônico na Universidade de Coimbra. Em Portugal estabelece intenso contato com poetas como Alvarenga Peixoto (1744-1793) e Basílio da Gama (1741-...

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Biografia

Manuel Inácio da Silva Alvarenga (Vila Rica, Minas Gerais, 1749 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1814). Poeta. Filho do músico Inácio Silva Alvarenga, parte para a Europa em 1771 para estudar direito canônico na Universidade de Coimbra. Em Portugal estabelece intenso contato com poetas como Alvarenga Peixoto (1744-1793) e Basílio da Gama (1741-1795), mantendo com este último forte amizade. Inicia suas atividades literárias em 1774, publicando o poema herói-cômico O Desertor das Letras sob o codinome Alcino Palmireno, o qual usaria durante toda sua carreira como poeta. Regressa ao Brasil em 1777, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Funda a Sociedade Literária do Rio de Janeiro, que veicula ideias liberais. Devido ao contorno progressista das ideias veiculadas por sua sociedade científica, é acusado de subversão, e é preso. Permanece no cárcere por quase três anos, quando é solto por intervenção de D.Maria I, a quem já havia louvado no poema Templo de Netuno, quando ainda vivia em Portugal. Livre, continua a dedicar-se à atividade intelectual e literária. Em 1799 publica Glaura: poemas eróticos de um americano, passando a ser considerado um dos principais poetas da Arcádia Mineira. Mais tarde, colabora na revista literária O Patriota, continuando a difusão de ideais liberais, por meio de artigos.

Análise

Expoente importante do Arcadismo brasileiro, Silva Alvarenga destaca-se por elaborar uma poesia que flerta com modos brasileiros de expressão bastante específicos, como a música popular. Nesse sentido, pode-se dizer que a musicalidade popular, característica de seus versos, abre caminho para o trabalho dos românticos brasileiros, que também trabalharão com tais formas de expressão.

Alvarenga leva às últimas consequências o desejo árcade de construir uma poesia repleta de naturalidade, em que a simplicidade e a expressão espontânea fossem cultivadas em detrimento de imagens rebuscadas. Tais características podem ser observadas em Glaura: poemas eróticos de uma americano, livro composto de 59 rondós e 57 madrigais. Os poemas, que têm como tema central o sentimento amoroso são atravessados pela recusa à grandiloquência épica, que se faz sentir desde a epígrafe do volume: "Adeus, ó Heróis, quem enfim/ Nas cordas da doce lira/ se respira terno amor". Trata-se, portanto, da recusa aos grandes temas e formas épicos e da valorização da expressão lírica pessoal, espontânea; da busca pela naturalidade contra os artifícios da linguagem; da elaboração de formas breves, como são os rondós e madrigais.

Apesar de trabalhar os grandes temas e formas árcades em voga no momento, Silva Alvarenga os tinge de cor local, imprimindo a musicalidade popular em seus versos por meio da utilização de "ritmos langorosos,1 e da exaltação da natureza nacional, prenunciando, dessa forma, aspectos que o Romantismo brasileiro assumiria posteriormente.

Nota

1 A expressão é de Antonio Candido.

Obras 1

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Fontes de pesquisa 1

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  • CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2007.

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