Maria Christina Monteiro Barbosa (Serra do Navio, Amapá, 1959). Jornalista, fotógrafa, produtora cultural. Dedica-se à pesquisa em fotografia paraense e ao cotidiano da capital do Pará , buscando revisitar arquivos e criar novas imagens.

Começa a fotografar profissionalmente em 1988, a partir de aulas e oficinas na Associação FotoAtiva, em Belém, ministrada pelo fotógrafo Miguel Chikaoka (1950). À medida que participa das atividades desenvolvidas pelo grupo, envolve-se em produções em que a imagem é o tema central, pontuando a relação entre o homem e o tempo. Sua escolha pela fotografia autoral data dos anos 1990, após trabalhar com fotojornalismo. Nesse período, experimenta diversas linguagens artísticas, produzindo vídeos, site specifcs e instalações.

Após receber o Grande Prêmio do I Salão de Fotografia do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU), em 1995, participa como artista selecionada do Salão Arte Pará de 1997 e apresenta três fotografias em preto e branco, resultado de experimentos com espelhos e investigações sobre as diversas possibilidades da luz. Em 2008, participa como artista convidada do mesmo evento e realiza, no Canadá, uma residência artística em fotografia com o projeto Segredos em azul, no Centre Vu, em Montreal. Nos anos seguintes, participa de inúmeras mostras coletivas, como Fotoativa Pará – Cartografias contemporâneas (2009) e Amazônia, a arte (2010), no Museu Vale na cidade capixaba de Vila Velha, além de realizar quatro exposições individuais, como Álbum de família e outras histórias (2010), no Espaço Cultural Banco da Amazônia (Belém).

De volta às participações no Salão Arte Pará, em 2019, é convidada, pelo curador Orlando Maneschy (1968), para integrar a mostra Deslendário amazônico, com Carta para Alice ou o Nome da cidade, um vídeo que retrata uma cidade imaginária composta por imagens dos quatro cantos paraenses. No mesmo ano, participa da exposição As Amazonas do Pará, com curadoria da artista Nina Matos, com a obra Ciranda, cirandinha…, uma projeção de fotos de sombras da própria artista ao som de um antigo carretel de projetor de slides. Em 2021, é convidada a participar da mostra de vídeo História da videoarte na Amazônia: Pará, com o trabalho Subindo a serra (2010), em um movimento de retorno à sua infância e cidade natal.

Possui especialização em Comunicação Científica na Amazônia, com a pesquisa sobre o ]Arquivo[ da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA e o diálogo político entre acervos. Desde seu primeiro contato com essa coleção, em 2010, acompanha todas as ações na composição e no alargamento do acervo, que reúne diversas vozes e obras sobre as manifestações artísticas amazônicas. 

Maria Christina dedica sua pesquisa acadêmica e sua trajetória artística a pensar o cotidiano e as representações artísticas da cultura amazoniana.