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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Elieni Tenório

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 07.11.2022
28.06.1972 Brasil / Amapá / Mazagão
Reprodução Fotográfica Aquivo do Artista

No Stúdio, 2001
Elieni Tenório
Acrílica óleo e caneta esferográfica

Elieni Tenório Soares (Mazagão, Amapá, 1954). Artista plástica. Seus trabalhos envolvem técnicas híbridas como fotografia com imagens radiográficas, desenho, pintura, gravura e escultura. Sua pesquisa tem foco na abordagem estética das diferentes representações do universo feminino.

Texto

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Elieni Tenório Soares (Mazagão, Amapá, 1954). Artista plástica. Seus trabalhos envolvem técnicas híbridas como fotografia com imagens radiográficas, desenho, pintura, gravura e escultura. Sua pesquisa tem foco na abordagem estética das diferentes representações do universo feminino.

Baseada em Belém do Pará, Elieni realiza curso de extensão no Laboratório de Pesquisa em Artes Plásticas na Universidade Federal do Pará (UFPA), ministrado pelos professores Haroldo Baleixe (1962), Jorge Eiró (1960) e Ronaldo Moraes Rêgo (1956), e o curso de capacitação de instrutores na Fundação Cultural Curro Velho. Ministra oficinas de gravura, pintura e desenho neste mesma fundação e no Instituto de Artes do Pará (IAP). 

Inicia a sua carreira artística em 1989, em Belém, participando de coletiva no Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur). Sua primeira exposição individual ocorre em 1998, sob o título "Suburbano coração", no Centro Cultural Brasil-Estado Unidos (CCBEU), na qual apresenta pinturas retratando anjos e demônios do arrabalde em uma estética que seu então orientador, Jorge Eiró, denomina de bregkitsch no texto de apresentação da mostra. Eiró destaca que o tratamento plástico das telas é precário, assim como as situações e ambientes que Tenório transforma em crônicas visuais, criando um contexto “brega” para as figuras kitsch, como anjos.

No final dos anos 1980, sua obra tem cunho figurativo e é predominantemente produzida em técnicas de gravura, mas por causa da orientação e da convivência com os artistas paraenses com quem estuda na UFPA, a abordagem temática de suas pinturas se volta, a partir de 1997, para o cotidiano da periferia metropolitana. Nesse contexto, Elieni Tenório inicia uma série de trabalhos sobre a mulher periférica.

Seu projeto Sobre a pele (2008) é contemplado com a Bolsa de Pesquisa Experimentação e Criação Artística do IAP. A bolsa resulta em uma viagem à Wiesbaden, na Alemanha, e o amadurecimento artístico e experiência que Tenório traz na bagagem dão maior visibilidade a seu trabalho. O projeto é selecionado, em 2009, pelo programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, e exposto na coletiva “Trilhas do desejo” (2009). Para a curadora Marisa Mokarzel (1949), Sobre a pele avança em relação às pesquisas sobre o cotidiano da mulher ao se concentrar no vestuário íntimo. Pela pesquisa de suportes em que a obra se apresenta e pela diversidade de materiais utilizados – entre moldes, rendas, entretela, organzas, fechos –, o processo de Elieni constrói e reconstrói índices de intensa sensualidade.

Em 2018, cores de pele são usadas como tema na exposição “Elegia do corpo”, sugerindo nos objetos expostos partes do corpo que estariam encobertas com tecidos, rendas e transparências, também trabalhados na paleta de diferentes tons de pele. A artista compõe a instalação que dá título à sua individual, elaborando peças com aparência de corselets, tops, frentes-únicas que, à primeira vista, parecem ter sido feitas para vestir, mas logo se revelam inadequadas para o uso. 

Em 2019, realiza a retrospectiva "Retratos da artista enquanto corpo", na Galeria Benedito Nunes, na Fundação Cultural do Estado do Pará. Na mostra, apresenta trabalhos voltados para o universo feminino, focando na sua própria trajetória de vida. Tem obras publicadas no livro Rios de terras e águas: navegar é preciso (2009), publicação educativa sobre arte e patrimônio cultural, realizada pela Universidade da Amazônia (Unama), com patrocínio da Petrobrás. O cuidado com o patrimônio é um interesse constante na trajetória da artista, que atua como membro do conselho cultural da Fundação Ipiranga, em Belém, organização que preserva o patrimônio artístico paraense, promove ações culturais e atua na disseminação das manifestações artísticas locais.

A artista amapaense, que escolheu Belém do Pará como lar, traça um percurso que vai do autodidatismo, experiência que informa as primeiras etapas de sua trajetória como pintora, à experimentação de linguagem com esculturas e instalações que possibilitam um aprofundamento em seus temas de predileção, como o feminino, a sensualidade e a realidade social da mulher nortista. O conjunto de sua produção revela uma pesquisadora atenta às questões e inquietações de seu tempo e sua geopolítica, afastando-a definitivamente do campo que se convencionou chamar de arte naïf.

Obras 1

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Reprodução Fotográfica Aquivo do Artista

No Stúdio

Acrílica óleo e caneta esferográfica

Exposições 41

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Fontes de pesquisa 8

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