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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Adriana Varella

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.06.2022
28.04.1963 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Spur - Turquia, 1999
Adriana Varella
Videoinstalação

Adriana Canlizzi de Queiroz Varella (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1963). Videoartista, artista visual e professora. Com atuação híbrida e multidisciplinar, trabalha com fotografia, desenho, performance, vídeo, som, escultura, instalação, site specific e arte pública. Suas obras desafiam o imaginário ao usar intervenções e experimentações.

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Adriana Canlizzi de Queiroz Varella (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1963). Videoartista, artista visual e professora. Com atuação híbrida e multidisciplinar, trabalha com fotografia, desenho, performance, vídeo, som, escultura, instalação, site specific e arte pública. Suas obras desafiam o imaginário ao usar intervenções e experimentações.

A formação em artes tem início em 1991, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, um dos principais centros de formação e debate sobre arte contemporânea da cidade do Rio de Janeiro. Segundo o teórico e professor Arlindo Machado (1949), Adriana Varella é uma das artistas mais produtivas dos anos 1990, extraindo das videoinstalações uma pesquisa robusta, além de formar uma nova geração de videoartistas e videoinstaladores1.

Em meio a artistas que buscam um corpo híbrido emergente, o projeto poético de Adriana Varella trabalha múltiplas formas de organização do pensamento e do corpo, estabelecendo deslocamentos e tensões na construção de novas identidades. Exemplo disso é Banquete Antropofágico (1994), instalação em vídeo composta por 12 canais, montada no Museu da República, no Rio de Janeiro. Nela, pratos dispostos sobre uma mesa de larga dimensão projetam imagens variadas, provocando sensações orgânicas relacionadas ao corpo, à vida e à morte2.

Entre 1995 e 2000, leciona videoarte e instalação na escola do Parque Lage. Em 1996, com bolsa concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), aprofunda a pesquisa em videoarte e videoinstalação. Em 2002, muda-se para os Estados Unidos, para estudar no San Francisco Art Institute. Passa também pela University of California, em Berkeley. Em 2006, desenvolve projetos de arte pública na School of Visual Arts, em Nova York.

Em 2005, a Comissão de Artes Públicas da cidade de Palo Alto, na Califórnia, encomenda a Adriana Varella e ao artista Nilton Malz um projeto de arte pública para o Lytton Plaza, no centro da cidade. Os artistas criam a escultura Digital DNA (2005), instalada em um espaço público no Vale do Silício, centro financeiro de inovação e desenvolvimento de alta tecnologia. A obra se constitui de componentes eletrônicos de teclados descartados em um formato de ovo, fazendo referência ao nascimento da tecnologia de informação e sua obsolescência. Em agosto de 2017, a prefeitura emite um relatório recomendando sua retirada diante do custo de manutenção. Após permanecer 12 anos no local, a escultura é desmontada e adquirida por um colecionador de arte anônimo em 2018, sendo restaurada e reposicionada na área externa da Harvard Business School em Boston.

Em 2009, a companhia de teatro americana Living Theatre (1947) convida Adriana Varella para criar um projeto. Com base em uma experiência imersiva e colaborativa, a artista abre o AnarkoArtLab Collective (2009). Com participantes de múltiplas nacionalidades e experiências artísticas multimidiáticas, o laboratório se torna uma comunidade de troca e experimentação sobre arte, igualdade, coletividade e anarquia. Tem como referência outros movimentos libertários da arte como Dadaísmo, Fluxus e Situacionismo. Desde 2012, o coletivo também promove o Anarko Art Festival dentro do Festival de Artes Anarquistas de Nova York.

Ao longo dos anos, desenvolve o conceito de Trans, utilizando-se da transdisciplinaridade e de tudo aquilo que está no entre e no através das disciplinas para implicar uma transformação do corpo e da sociedade. A videoinstalação Trans – Pequenos Esboços (transição/translúcido/transgressão/transmutação/transversal) (2010) consiste numa proposta imersiva, com cinco projeções que ocupam as paredes e o chão da galeria central do Museu Oi Futuro de Ipanema, no Rio de Janeiro. A instalação procura instaurar um imaginário de sonho, partindo de espacialidades virtuais e temporalidade épica. Figuras caminham de uma projeção à outra, formando territórios de transição e transmutação numa progressão narrativa à procura de um corpo que seja Trans e híbrido, assim como instalativo e memorial. Segundo a teórica Denise Carvalho, em Trans, as noções de transcendência nacional, racial, cultural e sexual fazem com que os territórios de identidades construídas se dissipem diante do que não é classificável, rotulável3.

Desde o início de suas atividades artísticas, o vídeo se impõe nas obras de Adriana Varella, como motor de suas reflexões sobre a sociedade contemporânea. Na busca por ruptura e transcendência, a artista integra o vídeo com outros materiais e mídias em um processo de criação que almeja construir possibilidades de mundo.

Notas

1. MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil: três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2003, p.36.

2. MELLO, Christine. Extremidades do Vídeo. São Paulo: Senac São Paulo, 2008.

3. CARVALHO, Denise. Adriana Varella’s trans: mutatis mutandis. In: SARAIVA, Alberto (Org.). Trans: Adriana Varella. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2011, p. 168.

Obras 2

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Exposições 29

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Fontes de pesquisa 4

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  • ADRIANA VARELLA. Site da artista. Disponível em: http://www.adrianavarella.net/. Acesso em: 18 nov. 2019
  • MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil: três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2003.
  • MELLO, Christine. Extremidades do Vídeo. São Paulo: Senac São Paulo, 2008.
  • SARAIVA, Alberto (Org.). Trans: Adriana Varella. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2011. (Arte e tecnologia).

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