Biografia
Aluizio Arcela Júnior(João Pessoa, Paraíba, 1948). Artista visual e músico. Gradua-se em engenharia elétrica em 1974, torna-se mestre em 1977 também em engenharia elétrica e doutora-se em 1984 em informática, sempre na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Suas pesquisas de mestrado e doutorado tratam de aspectos sonoros, matemática e computação, temas que se aprofundam na síntese de som e intervalo musical.

Desde 1984 atua como professor da Universidade de Brasília (UnB), dedicando-se ao ensino de ciência da computação e música. Na UnB, em 1985, cria o Laboratório de Processamento Espectral, no Departamento de Ciência da Computação. É um dos responsáveis pela instalação do programa de pós-graduação em arte e tecnologia da imagem, no Instituto de Artes da UnB, em 1994.

Sua atuação artística tem início em audiovisual, com Ballet de Lessajous (1974). Desde então dedica-se à relação som e imagem, em vídeos e música computacional. Integra o grupo Infoestética que organiza exposições em 1989 e 1991. Também fazem parte do grupo Suzete Venturelli (1956) e Bia Medeiros (1955). Com Luz, Geometria e Som (1994), cria uma de suas séries mais conhecidas, aliando sons e imagens sintéticas, gerados por softwares desenvolvidos pelo artista.

Análise da Trajetória
Aluizio Arcela faz música e imagens a partir de códigos. O meio para uma e para outras é o computador, que processa os códigos em construções sonoras de instrumentos e timbres de síntese numérica, com orientação melódica da música eletroacústica. Alia a esta estrutura a geração de imagens sintéticas, de inspiração abstrata geométrica, em composições coloridas e nitidamente modeladas por base matemática. Os efeitos nas imagens, quando atualizadas, remetem a animações construídas em tempo real, sem a existência do quadro a quadro. Arte computacional, em seu sentido estrito.

A formação em engenharia com doutorado em informática marca sua produção artística, cuja matéria prima é a matemática, transformada poeticamente em sonoridades e imagens que não perdem seu referente, o próprio código. De Tipofonia I (1980)  a Sinfonia Piloto (2010), Arcela marca seu trabalho pela sonoridade específica e intensa pesquisa dos intervalos no espaço-tempo.

O processo artístico proporciona ao autor a possibilidade de se tornar híbrido nos campos da informática, da música, seu foco artístico principal, e das artes visuais, com a qual mantém uma relação próxima. Expõe seus trabalhos com frequência no Brasil. De sua produção ressaltam-se 15 programas de computador, responsáveis por sua obra singular.