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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Suzete Venturelli

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.02.2024
22.06.1956 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica aquivo do artista

F69, 2004
Suzete Venturelli, Mario Maciel
Instalação

Suzete Venturelli (São Paulo, São Paulo, 1956). Artista computacional. Gradua-se em desenho e plástica pela Universidade Mackenzie em 1978. Em 1981, na França, obtém o título de mestre em Histoire de l'Art et Archeologie na Université Montpellier III - Paul Valery. Seu outro mestrado é concluído em 1982, em Arts Et Sciences de L'art, pela Univer...

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Suzete Venturelli (São Paulo, São Paulo, 1956). Artista computacional. Gradua-se em desenho e plástica pela Universidade Mackenzie em 1978. Em 1981, na França, obtém o título de mestre em Histoire de l'Art et Archeologie na Université Montpellier III - Paul Valery. Seu outro mestrado é concluído em 1982, em Arts Et Sciences de L'art, pela Université Sorbonne Paris I.

Torna-se docente na Universidade de Brasília (UnB), em 1986, onde defende a área de arte e tecnologia. A instituição inicia o Programa de Pós-graduação em Artes em 1991, inicialmente concentrado em Arte e Tecnologia da Imagem, uma linha de pesquisa do programa. Neste mesmo ano abre o primeiro laboratório dedicado à arte computacional, o Laboratório da Imagem e Som  (LIS), que passa a ser chamado, em 2011, de Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional (Midialab). O espaço funciona como um ateliê para a área, reunindo artistas-pesquisadores de arte computacional. Conclui o doutorado em em Esthétique et Science de l’Art pela Université Sorbonne Paris I em 1988, mesmo ano em que recebe Menção Honrosa no Prêmio Moebius de Multimídia. Em 1989, participa da fundação do grupo Infoestética, que é também nome de três exposições, em 1989, 1991 e 1993. Fazem parte dele artistas como Paulo Fogaça (1936), Bia Medeiros (1955), Aluízio Arcela (1948), Tania Fraga (1951) e Conrado Silva (1940-2014). O grupo coloca Brasília no campo da arte e tecnologia no Brasil.

Venturelli também organiza eventos como o Encontro Internacional de Arte e Tecnologia (#ART) e faz curadoria de exposições, como Cinético_Digital (2005) no Itaú Cultural em São Paulo, ao lado de Mônica Tavares (1958). Em 2013 e 2014 faz estágio pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e participa de exposições no Brasil, Estados Unidos, Suécia, Portugal e França. Nelas, apresenta trabalhos de animação, games e instalações interativas, como Sinais Vitais (2015), no CCBB de Brasília, e PI V2.0 (2014), concerto audiovisual, na Orebro Universitet, Suécia. Dentre os vários prêmios que recebe, destaca-se o Prêmio Festival Latino-americano e Africano de Arte e Cultura (Flaaac/UnB), em 2013.

Análise

Suzete Venturelli é uma artista exploradora que converte em arte suas pesquisas em tecnologia da imagem, interatividade, acessibilidade, música e educação. Com um currículo amplo, é pesquisadora do CNPq, publica em jornais, revistas e livros, forma pesquisadores em vários níveis, indo da iniciação científica a doutorado. Sua área de atuação é a arte computacional, termo que ela mesma define como postura da arte em tempos tecnológicos.

Suzete Venturelli é um dos principais nomes do grupo Infoestética. Adepta ao trabalho colaborativo, defende a arte computacional com base no uso das linguagens de programação pelos próprios artistas.

Seus trabalhos envolvem a modelagem de ambientes e corpos virtuais, em imagens sintéticas com contraste de cor, luz e sombra. É o que se verifica em Mundos Virtuais (1998), Corpos Virtuais (1999), e na instalação Silépticos Corpos (1999).

Em 2004, ao lado do artista visual Mario Maciel (1949-2009), concebe F69, um gamearte que questiona os elementos clássicos dos jogos eletrônicos, como a competição, buscando a motivação do jogo no contexto lúdico do sexo. Este trabalho foi apresentado na Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, Emoção Art.ficial 2.0.

Em 2010, a artista vence o edital XPTA.Lab, da Cinemateca Brasileira, com  os pesquisadores Algeir Sampaio (1968) e Cleomar Rocha (1969), e juntos lançam o Wikinarua, uma webarte com conceito colaborativo. O trabalho se organiza no conceito de web 2.0, convidando os internautas a colaborarem com uploads de informações culturais localizadas geograficamente. Este trabalho aponta as preocupações sociais da artista, aspecto que se amplia em sua produção.

A música passa a merecer atenção de Venturelli em Geopartitura (2012). A intervenção urbana usa projeções em grandes formatos, e é apresentada em várias cidades brasileiras, como Manaus, Rio de Janeiro e Florianópolis. O trabalho utiliza interfaces gráficas de dispositivos móveis para acionar linhas que emitem sons. É o encontro da música e da imagem na rua, ambientada pela tecnologia móvel e pelas proporções das obras.

No campo da robótica, a artista desenvolve, com o engenheiro Breno Rocha (1988) e o artista visual Lauro Gontijo (1982), Tijolo Esperto (2009), trabalho selecionado pelo Rumos Arte Cibernética do Itaú Cultural e também vencedor de edital de pesquisa da FAP-DF. Tijolo Esperto é um prisma de base retangular, como um tijolo, com lâmpadas led que fazem referência ao Game of Life, do matemático John Conway (1937). A proposta é de uma parede destes tijolos, formando um painel de leds, como uma vida que se amplia a cada peça.

A artista recebe, em 1998, Menção Honrosa no Prêmio Moebius de Multimídia. É uma das indicadas ao 2o. Prêmio Sérgio Motta, em 2001, e ao 9o. Prêmio Internacional de Multimídia, em Beijin, China. Recebe o Prêmio Destaque da Artistas Visuales Associados de Madrid (Avam) e Telefonica, Espanha.

Sua produção não distingue pesquisa e expressão artística, ciência e educação. Há uma mescla de projetos de pesquisa que resultam em produções artísticas e acadêmicas, verificadas em exposições, congressos e relatórios de pesquisas. O traço de seu trabalho é a produção realizada a várias mãos, tendo como base a arte computacional e a interatividade nos vários planos de sua atuação.

Obras 1

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Reprodução fotográfica aquivo do artista

F69

Instalação

Exposições 9

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Fontes de pesquisa 9

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  • VENTURELLI, Suzete. Arte: espaço_tempo_imagem. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004. v. 1.
  • VENTURELLI, Suzete. Currículo do sistema currículo Lattes. [Brasília], 30 jun. 2015. Disponível em: < http://lattes.cnpq.br/0129810966268826 > . Acesso em: 30 jun. 2015.
  • VENTURELLI, Suzete; ARCELA, Aluizio. Infoestética: perspectivas de novos sentidos. In: FRANÇA, Vera ; WEBER, Maria; PAIVA, Raquel; SOVICK, Liv (Org.). Estudos de Comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2003, v. 1. p. 232-244.
  • VENTURELLI, Suzete; BARRETO, F. P.; LOCH, C.; VALENTIM, V.H. Geopartitura: Collective concert with music, image, technology and interactivity. In: Roy Ascott. (Org.). Technoetic Telos: Art, Myth and Media. 2.ed.London: Intellect Ltd Article, 2012. v. 9. p. 231-237
  • VENTURELLI, Suzete; BARRETO, F. P.; LOCH, C.; VALENTIM, V.H. Geopartitura: Collective concert with music, image, technology and interactivity. In: Technoetic Telos: Art, Myth and Media. Technoetic Arts: A Journal of Speculative Research. v. 9, n.2-3, 2011.
  • VENTURELLI, Suzete; DOMINGUES, Diana (Orgs.). Criação e poéticas digitais. Caxias do Sul: Editora da Universidade de Caxias do Sul, 2005. v. 1.
  • VENTURELLI, Suzete; MACIEL, Mario Luiz Belcino. Imagem Interativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008. v. 1.
  • VENTURELLI, Suzete; ROCHA, Cleomar; MEDEIROS, Maria Beatriz de (Orgs.). ART - arte e tecnologia: modus operandi universal. Brasília: Programa de pós-graduação em arte da UnB, 2012. v. 1.
  • VENTURELLI, Suzete; TAVARES, Monica. Cinético_digital. ARS (USP), USP-São Paulo, v. 1, n.1, p. 104-116, 2005.

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