Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Pedro Bruno

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
14.10.1888
02.02.1949 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Gilson Ribeiro

Símbolo das Praias, 1923
Pedro Bruno
Óleo sobre tela, c.i.d.
136,00 cm x 81,00 cm

Pedro Paulo Bruno (Ilha de Paquetá RJ 1888 - Rio de Janeiro RJ 1949). Pintor, escultor, desenhista, artista visual, concertista. Recebe as primeiras lições do pintor italiano Ettore Tito. Com a visita de Castagneto à Ilha de Paquetá, em 1897, torna-se seu discípulo. Viaja para a Itália, em 1905, estuda música em conservatórios de Roma e Nápoles,...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Pedro Paulo Bruno (Ilha de Paquetá RJ 1888 - Rio de Janeiro RJ 1949). Pintor, escultor, desenhista, artista visual, concertista. Recebe as primeiras lições do pintor italiano Ettore Tito. Com a visita de Castagneto à Ilha de Paquetá, em 1897, torna-se seu discípulo. Viaja para a Itália, em 1905, estuda música em conservatórios de Roma e Nápoles, e obtém diploma de cantor lírico. Retorna ao Brasil em 1910 e tem aulas com o pintor italiano Schettino. Ingressa na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, em 1918, é aluno de Baptista da Costa e Giuseppe Boschetto (1841 - 1918), e discípulo de Domenico Morelli (1823-1901). Bruno recebe o prêmio viagem ao exterior da 26ª Exposição Geral de Belas Artes, em 1919, com a tela Pátria, e no ano seguinte vai para a Itália para aperfeiçoar-se em pintura na Accademia Brittanica, em Roma. Entre 1921 e 1922 dirige a Classe Geral de Nu dessa academia. De volta ao Brasil, em 1922, funda, com Hermes Fontes (1888 - 1930), a Liga Artística de Paquetá, em 1923. No Salão Nacional conquista medalha de ouro, em 1925, e de honra, em 1943. Realiza exposições individuais no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre. É responsável por diversos projetos paisagísticos e ornamentais em sua cidade natal e defensor entusiasmado da natureza local.

Comentário Crítico
Concertista na juventude, pintor consagrado no Salão Nacional, divulgador cultural e paisagista no fim da vida, a gama de atividades com as quais Pedro Bruno se envolve dá mostra de seu entusiasmo pelas mais diversas formas de expressão artística. Nessa trajetória multifacetada, destaca-se sua contribuição ao desenvolvimento de símbolos necessários à consolidação do projeto nacional republicano, implantado no fim do século XIX no Brasil. Nesse aspecto, a tela Pátria, 1919, hoje no Museu da República, no Rio de Janeiro, é seu trabalho mais significativo, que obtém imensa difusão ao ser reproduzido na antiga nota brasileira de 200 mil cruzeiros. A obra retrata, por meio da alegoria, o momento fundador da identidade nacional, representada pela primeira bandeira da república, feita, segundo a tradição, pela costureira Flora Simas Carvalho, por encomenda do marechal Deodoro da Fonseca.

Nesse novo "nascimento da nação", localizado em âmbito doméstico, não mais público, como faz Pedro Américo em Independência ou Morte, 1888, mostra-se a "república" recém-nascida, protegida pela bandeira da unidade federativa (representada pelas estrelas), no centro do quadro, numa longa diagonal que toma quase a totalidade da tela, sendo costurada pelas senhoras reunidas no aposento de uma casa simples, pintada com tons vivos, numa gama de vermelhos e amarelos intensificada pelas pinceladas de caráter pastoso, embora curtas. O símbolo é abraçado pela criança em primeiro plano, que representa a virtude patriótica a ser emulada. Ao fundo, encontra-se a figura do velho combatente, que, esquecido na penumbra, ainda porta as vestes militares e evoca os feitos em prol da unificação e da defesa nacional.

O quadro é testemunho de um esforço retórico e ideológico dos pintores da Primeira República, que, embora tenham pretendido afastar-se dos preceitos artísticos da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, se mantêm fiéis às regras de representação ensinadas nessa instituição, e pouco interessados na exploração de outras possibilidades pictóricas.

Obras 4

Abrir módulo
Reprodução fotográfica Miguel Martins

Paquetá

Óleo sobre madeira
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Pescadores

Óleo sobre tela

Exposições 47

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 22

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ACQUARONE, Francisco; VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. [170] p., v. 2. LIV-G 759.981 A186p 2.ed. v.2
  • ACQUARONE, Francisco; VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. v. 1. LIV-G 759.981 A186p 2.ed. v.1
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 709.81 A163ar v.2
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. R750.81 A973d 2.ed.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942. R703.0981 B813a
  • COSTA, Angyone. A inquietação das abelhas: o que pensam e o que dizem os nossos pintores, esculptores, architectos e gravadores, sobre as artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello, 1927.
  • COSTA, Angyone. A inquietação das abelhas: o que pensam e o que dizem os nossos pintores, esculptores, architectos e gravadores, sobre as artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello, 1927. LR 709.81 C837i
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5). R703.0981 C376d v.1 pt. 1
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983. 759.981034 F866u
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • OS MESTRES de ontem, hoje e de sempre. São Paulo: A Ponte Galeria de Arte, [19--]. folha dobrada, 1 il. color. A Ponte (SP) DOSSIÊ
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo. A arte e seus processos: o papel como suporte. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1978.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944.
  • REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944. 759.981 R375h
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198). NÃO DISPONÍVEL PARA CONSULTA 709.81 R895p Ed. ilust.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: