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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Thiago de Paula Souza

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.10.2024
1985 Brasil / São Paulo / Taboão da Serra
Thiago de Paula Souza (Taboão da Serra, São Paulo, 1985). Curador, pesquisador, educador. Faz parte de uma geração de curadores e pensadores negros que expandem as ideias e as práticas artísticas e curatoriais existentes no meio artístico brasileiro. Seu trabalho se preocupa em indagar e problematizar o passado.

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Thiago de Paula Souza (Taboão da Serra, São Paulo, 1985). Curador, pesquisador, educador. Faz parte de uma geração de curadores e pensadores negros que expandem as ideias e as práticas artísticas e curatoriais existentes no meio artístico brasileiro. Seu trabalho se preocupa em indagar e problematizar o passado.

Forma-se em Ciências Sociais na Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e trabalha como educador no Museu Afro Brasil, entre 2014 e 2016. Nessa fase, adquire experiência em atender e formar público em temas como juventude, cultura e resistência e educação e arte. Além disso, pesquisa relações raciais, negritude, arte afro-brasileira, arte-africana, migrações africanas contemporâneas e a arte da África e da diáspora no contexto alemão. 

Segundo ele, duas perguntas norteiam seu pensamento e sua prática, ainda que sejam impossíveis de responder. A primeira diz respeito a como se pode criar exposições que dialoguem com artistas muito ligados à violência colonial sem que se contribua com a assimilação dessas práticas curatoriais. A segunda indaga como a recusa pode ser utilizada para se desarmar as categorias coloniais nas instituições de arte. Também para o curador, uma exposição é a criação de um espaço de sonho e segredo, criado sob tentativa e erro, recorrendo-se eventualmente à recusa das coreografias do racial.

Colabora com a Lanchonete.org, que é uma plataforma cultural existente entre 2013 e 2017. A partir do foco na cidade de São Paulo, a plataforma conduzida por artistas se preocupa com o modo pelo qual as pessoas conduzem a vida nas metrópoles e seus problemas, principalmente no que se refere ao direito à cidade, que é um direito coletivo relacionado à habitação, justiça e inclusão, entre outros tópicos. A plataforma realiza residências e performances artísticas. Seu nome surge das lanchonetes encontradas de norte a sul na cidade, que são pontos de comércio e encontro.

Em 2016, coorganiza a exposição Living on - In Other Words, On Living? (literalmente, em português, Sobrevivendo, ou, em outras palavras, sobre viver?), na Academia de Belas Artes de Viena, Áustria. Essa mostra questiona a produção do pintor colonial austríaco Thomas Ender (1793-1875) colocando-a em contato com o trabalho de artistas contemporâneos e se valendo de discursos pós-colonial, ecológico e de economia crítica.

Igualmente em 2016, no escopo da 32ª Bienal de São Paulo, atua na equipe Accra Study Days, organizada pela curadora Gabi Ngcobo (1974) como sendo parte do programa público e que promove debates e palestras tendo como ponto de partida migrações de Gana para o Brasil com impacto cultural. Também participa da Oficina de Imaginação Política dessa Bienal.

Cria, em 2018, com Gabi Ngcobo, a plataforma I’ve seen your face before (em português, Já vi seu rosto antes), que é parte do projeto Ecos do Atlântico Sul do Instituto Goethe, que promove a língua e a cultura alemãs ao redor do globo. Essa plataforma é transdisciplinar e se interessa por histórias emaranhadas entre a África e suas diásporas como potenciais espaços de aprendizado. Também se abre para estratégias coletivas, seja dentro ou além da arte e de suas instituições. Por causa da pandemia de covid-19, ela sofre alterações. As conversas que aconteceriam pessoalmente passam a acontecer online, numa série intitulada Not in between (em português, Não no meio).

Também em 2018, é membro da equipe curatorial da décima edição da Bienal de Berlim de Arte Contemporânea, com o título We don’t need another hero. A mostra busca novas formatações de conhecimento e poder que sejam mais abertas a serem problematizadas e questionadas. O título do programa público é I’m Not Who You Think I’m Not (Eu não sou quem você acha que não sou) e procura desarmar conhecimentos pressupostos.

Participa como membro do programa Propositions for Non-Fascist Living [Proposições para uma vida não fascista], concebido pela BAK - basis voor actuele kunst, em Utrecht, Países Baixos. Também nesta instituição, faz, em 2020, a curadoria da primeira individual de Tony Cokes (1956), artista negro pós-conceitual estadunidense, naquele país.

Membro da equipe curatorial da terceira edição de Frestas — Trienal de Artes de Sorocaba, organizada pelo Sesc São Paulo, em 2021. A equipe também conta com Diane Lima (1986) e Beatriz Lemos (1981) como curadoras. A mostra, com o título O rio é uma serpente, tem como proposta discutir “ecossistemas naturais, espirituais e subjetivos”. A exposição propõe reflexões para além do imediatismo.

Em 2022, é curador convidado da mostra Atos de revolta: outros imaginários sobre independência, que ocorre no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), ao lado de Beatriz Lemos, Keyna Eleison (1979) e Pablo Lafuente (1976). A mostra, com foco em revoltas populares brasileiras, coloca em diálogo artistas de diferentes momentos históricos e geografias e indaga o que esses movimentos populares propuseram, de modo a questionar os projetos de nação que venceram.

Para a educadora, curadora e pesquisadora Luciara Ribeiro (1989), o curador mostra sua contribuição por meio de textos e projetos curatoriais de arte contemporânea que fortalecem trocas e desvios.

Thiago de Paula Souza demonstra, em suas práticas de curadoria, uma constante preocupação com desfazer, desarmar e indagar práticas e categorias coloniais presentes nas artes e nas instituições de arte. Seu objetivo é, de alguma forma, reorganizar a forma pelas quais as pessoas entendem o mundo.

Exposições 6

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