Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Jules Martin

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.10.2024
26.02.1832 França / Provença-Alpes-Cote d'Azur / Moustiers-Sainte-Marie
18.09.1906 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica Autoria desconhecida

Avenida Paulista no dia da Inauguração, 8 de Dezembro de 1891, 1891
Jules Martin
Aquarela, c.i.e.
59,00 cm x 80,00 cm
Acervo do Museu Paulista

Jules-Victor-André Martin (Moustiers-Sainte-Marie, França, 1832 - São Paulo, São Paulo, 1906). Pintor, professor, arquiteto, litógrafo e empresário. Embora possuísse formação artística, Jules Martin não se consolida como pintor, mas como versátil empresário. Sua trajetória profissional, desde a sua chegada a São Paulo, é marcada por ambiciosos p...

Texto

Abrir módulo

Jules-Victor-André Martin (Moustiers-Sainte-Marie, França, 1832 - São Paulo, São Paulo, 1906). Pintor, professor, arquiteto, litógrafo e empresário. Embora possuísse formação artística, Jules Martin não se consolida como pintor, mas como versátil empresário. Sua trajetória profissional, desde a sua chegada a São Paulo, é marcada por ambiciosos projetos editoriais e urbanísticos.

Em 1844, ingressa na Escola de Belas Artes de Marselha. Em 1852, vai a Paris, e trabalha por três anos no ateliê de George Schlater.1 Chega a São Paulo em 1868, a convite do seu irmão, Pierre, sócio do livreiro André Luis Garraux. Em Sorocaba, trabalha na empresa de algodão do irmão. Em 1869, muda-se para a capital, expondo algumas pinturas no Estúdio de Carneiro & Gaspar e nas Casas Garraux.

Em 1870, abre um curso de desenho e em 1871 monta uma das primeiras casas litográficas de São Paulo. Em 1875, sua oficina recebe do imperador Dom Pedro II (1825-1891) o título de "imperial litografia". Martin destaca-se pela impressão dos primeiros mapas detalhados de São Paulo - em grandes formatos ou de bolso - e de cidades vizinhas em expansão econômica, como Santos. Em 1877, produz o primeiro Mapa da Província de São Paulo. Sua oficina é ainda responsável pela produção de inúmeras peças gráficas que circulam no estado, como São Paulo Antigo, São Paulo Moderno, voltadas à promoção do crescimento urbano e econômico vivido pela cidade desde o fim do século XIX.

Quanto aos projetos urbanísticos, o nome de Martin aparece na idealização de um boulevard que, após sua conclusão na década de 1890, torna-se o primeiro viaduto de São Paulo: o Viaduto do Chá. O projeto original (em estrutura metálica, desmontado em 1938 para dar lugar a um novo viaduto, ainda existente) tem o intuito de facilitar a travessia, à época difícil, do Vale do Anhangabaú, importante local de ligação do comércio, entre o centro velho (Praça da Sé) e o centro novo (Praça da República). Ganha a concessão para construção do viaduto, o que gera uma série de discussões nos jornais locais. Não consegue construi-lo com recursos próprios, passando a execução à outra empresa.

Esboça, em 1888, o desenho para a futura estátua de José Bonifácio (moço). Em 1892, pautado em seu projeto original, é inaugurado o Viaduto do Chá. Em 1890, realiza outra planta da capital do estado de São Paulo e seus arrabaldes. Projeta uma Galeria de Cristal (voltada para o comércio no centro da cidade), concluída em 1900. Nesse ano, organiza a Revista Industrial do Estado de São Paulo para ser enviada à Exposição Universal de Paris. Em 1905, ao lado de Nereu Rangel Pestana e Henrique Vanorden, edita o álbum São Paulo Antigo, São Paulo Moderno: 1554-1904, que inclui fotografias de Guilherme Gaensly (1843-1928).

Os constantes projetos de sua autoria, mesmo com execução feita por outros, colocam Martin como uma das personalidades mais conhecidas e comentadas em periódicos paulistanos entre os anos 1870 e 1900. Muitas vezes, não por acaso, o Viaduto do Chá é chamado de Viaduto Jules Martin.

Nota
1.
Não se sabe se se trata do pintor Friedrich Georg Fridrikovitch Schlater (vulgo Chliater) ou de seu filho, Alexander Georg Fédorovitch Schalter, também pintor.

Obras 1

Abrir módulo

Exposições 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 22

Abrir módulo
  • BARBUY, Heloísa. A cidade-posição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Edusp, 2006.
  • CAMARGO, Odécio Bueno de. Jules Martin: artista, patriota, empreendedor, 1832-1906. São Paulo: Edicon, 1996.
  • CATÁLOGO DA PINACOTECA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. São Paulo: Banco Safra, 2005.
  • DIÁRIO DE SÃO PAULO. São Paulo, 1869-1906.
  • FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1991. (Coleção texto & arte, 3).
  • Jules Martin. Correio Paulistano, São Paulo, 19 set. 1906. p.5. Necrologia. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/090972_06/9471. Acesso em: 14 jul. 2022.
  • KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
  • LAPA, José Roberto do Amaral. A cidade: os cantos e os antros: Campinas, 1850-1900. São Paulo: Edusp, 1996.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MARTIN, Jules-Victor André. Revista industrial: Brasil, estado de São Paulo em Paris: Exposição de 1900. São Paulo, 1900. Acervo IEB/USP.
  • MEBIUS, Dagoberto. Professor Francisco de Paula Xavier de Toledo e o colégio do Lageado do Campo Largo de Sorocaba. Disponível em: http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe3/Documentos/Individ/Eixo1/277.pdf.
  • MOURA, Paulo Cursino de. São Paulo de outrora: evocações da metrópole. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: Edusp, 1980.
  • O MUSEU Paulista da Universidade de São Paulo. Prefácio Orlando Marques de Paiva; edição Orlando Marques de Paiva; comentário Sílvia Maranca; fotografia Romulo Fialdini. São Paulo: Banco Safra, 1984. 319 p., il. color. (Banco Safra).
  • OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. O registro dos limites da cidade: imagens da várzea do Carmo no século XIX. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v. 6-7. p. 37-59 (1998-1999). Editado em 2003.
  • REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens das cidades: onde estão as litografias de Jules Martin. Jornal da Tarde. Caderno de Sábado, São Paulo, p. 6, 25 ago. 1990.
  • S. Paulo Antigo e Moderno. Correio Paulistano, São Paulo, 10 jan. 1905. Publicações. p.2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/090972_06/5832. Acesso em: 14 jul. 2022.
  • STICKEL, Erico João Siriuba. Uma pequena biblioteca particular: subsídios para o estudo da iconografia no Brasil. São Paulo: Edusp, 2004.
  • TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores Paisagistas: São Paulo 1890 a 1920. São Paulo: Edusp: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
  • TEIXEIRA, Dante Martins; PAPAVERO, Nelson; MONNÉ, Miguel Angel. Insetos em presépios e as 'formigas vestidas' de Jules Martin (1832-1906): uma curiosa manufatura paulistana do final do século XIX. Anais do Museu Paulista, vol. 16, n. 2, jul.-dez. 2008, p. 105-127.
  • TIRAPELI, Percival; SILVA, Manoel Nunes da. São Paulo artes e etnias. São Paulo: Unesp, 2007.
  • TOLEDO, Benedito Lima de. Álbum iconográfico da Avenida Paulista. 2. ed. São Paulo: Ex Libris, 1987.
  • VEJA SÃO PAULO. Como se fez o Viaduto do Chá. IV Centenário de São Paulo, especial Memória. Jan. 2004.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: