Carlos Linde
![Retrato do Imperador D. Pedro II, ca.1865 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001464002013.jpg)
Retrato do Imperador D. Pedro II, 1865
Carlos Linde, Dom Pedro II
Óleo sobre tela, c.i.e.
97,50 cm x 78,20 cm
Texto
Biografia
Carlos Linde (Alemanha, ca.1830 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1873). Pintor, litógrafo, gravurista, tipógrafo e escultor. Chega ao Rio de Janeiro em 1859. Supõe-se ter vindo ao país com Karl e Henrique Fleiuss (1823-1882) . No mesmo ano, funda com eles a firma Fleiuss Irmãos & Linde e o Instituto Artístico de Fleiuss Irmãos e Linde: empresa particular de produção gráfica e plástica e, depois, de ensino das artes gráficas. Apresenta três trabalhos na Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro (EGBA) de 1859, obtendo medalha de ouro.
Em 1860, funda com seus sócios a Semana Illustrada, produzindo, por mais de uma década, ilustrações para esse impresso. Publica, pelo Instituto, o Álbum do Rio de Janeiro, formado de um panorama e doze vistas. Em 1862, litografa Recordações da I Exposição Nacional.
A partir de 1863, ensina xilografia no recém-criado Imperial Instituto Artístico. Na EGBA de 1864, tem diversos trabalhos expostos. Nesse ano, litografa o álbum em cores Estrada de Ferro de Dom Pedro II. Entre 1864 e 1865, litografa séries de episódios da Guerra do Paraguai, bem como retratos de seus combatentes. Apresenta a escultura em cera Combate de Dois Índios, na EGBA de 1868. Morre em 1873. Em 1881, na Exposição de História do Brasil, realizada pela Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, dezenas de suas imagens são novamente apresentadas.
Análise
A contribuição de Carlos Linde para a produção artística brasileira do século XIX é, talvez, mais relevante para o âmbito da cultura do que especialmente para o das artes plásticas. Ela deve ser vista pelo estreito contato que estabelece com os irmãos Fleiuss, e pela importância que o Instituto Artístico (sociedade que firmam em 1859) passa a ter para a política educacional do Segundo Império.
O decreto de 1863 de d. Pedro II, que transforma o estabelecimento em Imperial Instituto Artístico, confirma o papel que desempenha em um determinado seguimento da cultura brasileira. De um lado, a firma notabiliza-se pela edição e publicação de textos que são consumidos por uma elite letrada no Rio de Janeiro e em outras províncias. De outro, com a revista Semana Ilustrada, ajuda a inaugurar no Brasil um tipo de impresso que, pautado na difusão de imagens, busca tornar-se acessível para uma maior camada da população, ainda formada, sobretudo, por analfabetos ou semianalfabetos.
Se Henrique Fleiuss destaca-se na firma como uma figura empreendora, Linde, por sua vez, mostra-se mais próximo da produção artística. Além de litografar grande parte das imagens produzidas pelo Instituto entre 1859 e 1873, ano de sua morte, é ele também responsável pelo ensino da gravura que, a partir de 1863, ajuda a formar os primeiros profissionais gráficos, dando a sua contribuição para o desenvolvimento e a difusão de uma iconografia nacional.
Obras 2
Retrato do Imperador D. Pedro II
Trecho de Paisagem Urbana
Exposições 11
Fontes de pesquisa 31
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Como citar
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CARLOS Linde.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa23508/carlos-linde. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
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