Goebel Weyne
Texto
Gustavo Goebel Weyne Rodrigues (Fortaleza, Ceará, 1933 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012). Designer, pintor, desenhista e professor universitário. É reconhecido por sua atuação em diversos projetos de design e por ter contribuído para a difusão do ensino de desenho industrial no Brasil, criando, em parceria com outros designers, importantes instituições de ensino e pesquisa na área.
Goebel se inicia no desenho e na pintura em Fortaleza, sua cidade natal. Lá, ele integra o grupo de artistas concretistas do Ceará. Quando completa 18 anos, migra para o Sudeste, onde desenvolve a maior parte de sua carreira – essa nova etapa começa em São Paulo, em 1951, quando recebe uma bolsa de estudos do Museu de Arte Moderna (MAM/SP) e passa a viver na cidade. Na capital paulista, participa informalmente de algumas aulas do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) e realiza seus primeiros trabalhos de design gráfico em revistas.
No final da década, Goebel desenvolve uma intensa relação com empresas e instituições culturais do Rio de Janeiro, o que resulta em sua posterior transferência para essa cidade. Em 1959, por exemplo, torna-se diretor de arte da Revista Módulo, editada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), cargo que ocupa até 1966. Também a partir de 1959 (e até 1965), trabalha como programador visual da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), no Rio de Janeiro e em Brasília.
Ainda em 1959, Goebel participa de um evento que terá grande influência sobre seu trabalho como designer e educador: um curso de comunicação visual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), ministrado pelo designer argentino Tomás Maldonado e pelo designer alemão Otl Aicher, ambos representantes da Escola de Design de Ulm [Hochschule für Gestaltung Ulm] e difusores de sua proposta racionalista e industrialista.
Goebel desenvolve com a Escola de Ulm uma relação significativa, pois convive com diversos profissionais que, tendo lá estudado, trabalham para instituir no Brasil um conceito de design inspirado naquele que a escola pratica – um design que associa arte e indústria, explorando a clareza formal e a racionalidade. Alguns desses profissionais são o brasileiro Alexandre Wollner e o alemão Karl Heinz Bergmiller. Ao lado deles (e de outros designers), Goebel participa da fundação da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), criada em 1962 e inspirada nos ideais de Ulm. Ele tem um papel significativo na definição do perfil pedagógico da Esdi, atuando nela como professor durante décadas.
Ao longo de sua carreira profissional, Goebel combina as atividades educativas com a produção de design, e seu trabalho é reconhecido por importantes instituições. Em 1967, por exemplo, recebe um prêmio pelo cartaz produzido para a 9ª Bienal de São Paulo, no qual consegue, ao explorar uma mesma forma geométrica, em repetição e em variação de tamanho, aludir às transformações sofridas pela arte desde a primeira edição da exposição internacional.
Sua relação com eventos e instituições de arte no Brasil é intensa; outro exemplo é o fato de, em 1968, com o colega Bergmiller, cuidar dos detalhes gráficos da primeira Bienal Internacional de Design, sediada no MAM/RJ. Essa parceria leva ao surgimento, no mesmo ano, do Instituto de Desenho Industrial do MAM/RJ (IDI), criado pelos dois designers. O IDI funciona como um laboratório de pesquisa aplicada ao design, com atividades nas áreas de desenvolvimento de projetos, exposição, informação e consultoria.
Goebel torna-se coordenador do IDI, conciliando a atividade com seu trabalho de professor na Esdi. Sua relação com essa última instituição se prolonga até o final dos anos 2000 – ele se aposenta da escola em 2003, mas continua atuando nela como pesquisador e orientador até 2008. Em todo esse período, e até seu falecimento, trabalha externamente como consultor e designer.
A atividade profissional e a produção de Goebel contribuem para a constituição de uma base para o design brasileiro. Suas iniciativas em prol da institucionalização do ensino e da pesquisa na área são fundamentais para a divulgação didática da profissão de designer no país.
Exposições 9
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22/9/1968 - 8/1/1967
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31/10/1992 - 7/3/1991
Fontes de pesquisa 1
- UMA VISÃO da arte no Ceará. Fortaleza: Grafisa, 1987.
Como citar
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GOEBEL Weyne.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa23462/goebel-weyne. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7