Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

François-René Moreaux

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.11.2023
03.01.1807 França / Champagne-Ardenne / Rocroi
25.10.1860 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Paisagem Pernambucana - Olinda, 1860
François-René Moreaux
Óleo sobre cartão

François-René Moreaux (Rocroi, Ardennes, França, 1807 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 1860). Pintor, caricaturista, fotógrafo e professor. Na França, estuda pintura histórica com Antoine-Jean Gros (1771-1835). Expõe no Salon des Beaux Arts, em 1836 e 1837. Nesse ano, viaja ao Brasil ao lado do pintor Louis-Auguste Moreaux (1818-1877), ...

Texto

Abrir módulo

François-René Moreaux (Rocroi, Ardennes, França, 1807 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 1860). Pintor, caricaturista, fotógrafo e professor. Na França, estuda pintura histórica com Antoine-Jean Gros (1771-1835). Expõe no Salon des Beaux Arts, em 1836 e 1837. Nesse ano, viaja ao Brasil ao lado do pintor Louis-Auguste Moreaux (1818-1877), seu irmão e aluno[1]. Percorre os estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul, onde realiza desenhos de paisagens locais. Em 1841, fixa-se no Rio de Janeiro. Desenvolve retratos, que são litografados pela Heaton & Rensburg para a produção do álbum Galeria Contemporânea Brasileira. Participa de doze Exposições Gerais de Belas Artes: de 1841 a 1850, em 1859 e em 1860. Em 1842, recebe o Hábito da Ordem de Cristo por O Ato da Coroação de Sua Majestade O Imperador, obra comprada por d. Pedro II. Em 1844, apresenta a tela Declaração de Independência no Dia 7 de Setembro de 1822, uma das primeiras sobre o tema. Envolve-se em discussão pública com Manuel Araújo Porto-Alegre (1806-1879), que critica seu David Triunfante, exposto no ano anterior. Nos anos seguintes, o debate continua por meio de publicações na imprensa[2]. Entre 1854 e 1856, colabora com ilustrações para a revista Brasil Illustrado. Entre 1855 e 1857, associado a E. G. Doer, anuncia seus serviços também como fotógrafo[3]. Em 1856, é um dos fundadores do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Morre em 1860. Tem participação póstuma na 1a Exposição de História do Brasil, em 1881.

Análise

Sabe-se pouco sobre a vida de François-René Moreaux antes de ele vir ao Brasil, em 1838, além do fato de ter estudado pintura de história com Antoine-Jean Gros[4].

O artista parte da França em momento de declínio da pintura histórica. A chegada dele ao Brasil, entretanto, coincide com o bom momento desse gênero no país: em 1841, d. Pedro II torna-se imperador e utiliza as belas-artes para construir a imagem do novo governo. Além disso, há escassez de profissionais habilitados, resultado do retorno à França de vários pintores históricos integrantes da Missão Artística Francesa de 1816.

Embora Moreaux percorra o Nordeste e o Sul, percebe a importância dos eventos históricos no Rio de Janeiro e, no ano da coroação, decide fixar-se na capital do Império. Participa assiduamente das Exposições Gerais de Belas Artes, nas quais apresenta pinturas históricas e retratos. Em 1841, expõe o Ato de Coroação do Imperador, adquirido por d. Pedro II para sua coleção pessoal.

A pintura mais conhecida do artista é a Declaração de Independência no Dia 7 de Setembro de 1822, obra na qual idealiza e representa livremente o suposto momento em que d. Pedro I, pai de d. Pedro II, proclama a independência às margens do Riacho do Ipiranga, em São Paulo.

Notas

1. Há divergências sobre o fato de Louis-Auguste Moreaux viajar com o irmão. Em 1838, Louis-Auguste expõe uma última tela no Salon des Beaux Arts. O Dictionnaire Critique et Documentaire des Peintres, Sculpteurs Dessinateurs et Qraveurs indica que a chegada do pintor ao país ocorre em 1838, embora autores brasileiros sustentem que sua chegada se dá no ano de 1837.

2. As relações de Porto-Alegre com a família Moreaux começam na França, nos anos de 1830, período em que o pintor brasileiro faz intercâmbio naquele país, sob a tutela do pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848). Na obra Vista da Mãe d’Água (1833), presente no acervo da Pinacoteca do Estado São Paulo, Porto-Alegre escreve: A M. Moreau, un souvenir de la mère d’eau [A M. Moreau, uma lembrança da mãe d’água].

3. É possível que François-René tenha aprendido o ofício de fotógrafo com o alemão Revert Henrique Klumb (183?-1886), segundo depoimento de Mello de Moraes Filho (1843-1919), registrado em 1904.

4. Algumas fontes afirmam que François-René estuda também com o artista francês Jean Baptiste Couvelet.

Obras 4

Abrir módulo

Exposições 17

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 36

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • AULER, Guilherme. Irmãos Moreau. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 7 jul. 1957.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de Pintores Brasileiros. Rio de Janeiro: Spala Editora, 1986.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • BUENO, Alexei. O Brasil do século XIX na Coleção Fadel. Rio de Janeiro: Instituto Cultural Sergio Fadel, 2004.
  • BÉNÉZIT, Emmanuel-Charles. Dictionnaire critique et documentaire des peintres, sculpteurs dessinateurs et qraveurs: de tous les temps et de tous les pays par un groupe d´écrivains spécialistes français et étrangers. Nova edição revista e corrigida. Paris: Grund, 1976. 10 v.
  • CAMARGO, Armando de Arruda; LÔBO, Hélio de Sá; AZEVEDO, João da Cruz Vicente de (Orgs.). A paisagem brasileira: 1650-1976. São Paulo: Sociarte: Paço das Artes, 1980.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • CATÁLOGO da exposição de História do Brazil realizada pela Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typ. de G. Leuzinger & Filhos, 1881.
  • CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. A pintura de história no Brasil do século XIX: panorama introdutório. Arbor – Ciencia, Pensamiento y Cultura, Madri, v. 185, n. 740, p. 1147-1168, nov./dic. 2009.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888. 254 p.
  • DUQUE, Gonzaga. Impressões de um amador: textos exparsos de crítica (1882-1909). Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2001.
  • FERREZ, Gilberto. Iconografia do Rio de Janeiro: 1530-1890, catálogo analítico. Rio de Janeiro: Casa Jorge, 2000. 2v.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • GENEANET. François René Moreaux. Disponível em: https://gw.geneanet.org/garric?lang=en&n=moreaux&oc=0&p=francois+rene. Acesso em: 10 set. 2019.
  • JUNIO. Pelas exposições. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, ano VI, n.278, p.7, 1881.
  • JUNIO. Pelas exposições. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, ano VI, n.279, p.6, 1881.
  • KOSSOY, Boris. Dicionário histórico de fotógrafos e do ofício fotográfico no Brasil (1840-1910). São Paulo: ECA-USP, 2000.
  • KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Os artistas estrangeiros. In: CIVITA, Victor (Ed.). Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural: Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo: Fundação Padre Anchieta, s. d.
  • LEVY, Carlos Roberto Maciel. Exposições gerais da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes: período monárquico, catálogo de artistas e obras entre 1840 e 1884. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1990. v.1.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Livraria José Olympio, 1963. 5 v.
  • LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984. v. 1.
  • MARINO, João (Org.). Tradição e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal, 1984.
  • MORAES FILHO, Mello. Artistas do meu tempo: seguidos de um estudo sobre Laurindo Rebello. Rio de Janeiro: H. Garnier - Livreiro-Editor, 1904. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4149.
  • O MUSEU Nacional de Belas Artes. São Paulo: Banco Safra, 1985.
  • OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles; MATTOS, Cláudia Valladão de. Brado do Ipiranga. São Paulo: Edusp, 1999.
  • PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
  • R. Gazetilha. Revista Illustrada, Rio de Janeiro, ano II, n.75, p. 3, 1877.
  • RIOS FILHO, Adolfo Morales de los. O Rio de Janeiro Imperial. Rio de Janeiro: TopBooks, 2000.
  • RIOS FILHO, Adolfo Morales de los. O ensino artsítico. Revista do Instituto Histórico Geográfico, Rio de Janeiro, v. 8, 1942.
  • TRADIÇÃO e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: