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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Augustus Earle

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.05.2024
01.06.1793 Reino Unido / Inglaterra / Londres
10.12.1838 Reino Unido / Inglaterra / Londres
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Mercado de Escravos no Rio de Janeiro
Augustus Earle

Augustus Earle (Londres, Inglaterra 1793 - Idem 1838). Pintor, aquarelista e desenhista. É sobrinho do famoso retratista americano Ralph Earl (1751 - 1801) e filho do pintor James Earle. Ingressa na Royal Academy of Arts [Academia Real de Artes] de Londres, em 1807. Em 1815, viaja para Malta, onde registra as paisagens. Conhece toda a costa do M...

Texto

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Augustus Earle (Londres, Inglaterra 1793 - Idem 1838). Pintor, aquarelista e desenhista. É sobrinho do famoso retratista americano Ralph Earl (1751 - 1801) e filho do pintor James Earle. Ingressa na Royal Academy of Arts [Academia Real de Artes] de Londres, em 1807. Em 1815, viaja para Malta, onde registra as paisagens. Conhece toda a costa do Mediterrâneo e, depois, vai a Gibraltar. Volta à Inglaterra em 1817 e, já em 1818, percorre os Estados Unidos durante dois anos. De lá, aporta no Rio de Janeiro, em 1820. Afora dois meses que passa no Chile e no Peru, permanece no Brasil até o início de 1824, sempre exercendo atividade artística. Tenta embarcar para a Índia. Seu navio aporta, devido a uma tempestade, em Tristão da Cunha, no Atlântico Sul. Após três dias ancorada, a embarcação parte, deixando o artista e um tripulante na ilha. Earle espera pela passagem de outro barco durante cerca de oito meses. Consegue ser recolhido e chega à Austrália, onde vive por três anos. Entre 1827 e 1830, vai à Nova Zelândia e à Índia, e, por fim, retorna a Londres. Em 1832, é engajado como desenhista na expedição do navio Beagle, da qual participa o naturalista Charles Darwin (1809 - 1882). Nesse mesmo ano Darwin e Earle passam tempos juntos no Rio de Janeiro, mas o artista deixa a expedição por motivos de saúde. Reside em Montevidéu durante cerca de dois anos e volta à Inglaterra provavelmente em 1834, onde se supõe que permaneça até a morte, cujo local e data são desconhecidos. Sabe-se que em 1838 expõe Um bivaque de viajantes na Austrália, na Royal Academy. 

Análise
Augustus Earle é um típico artista viajante do século XIX. Aventureiro, conhece diversas partes do mundo e registra as paisagens e costumes locais. Em 1830 e 1832 respectivamente, publica, na Inglaterra, um livro de esboços sobre a Austrália e um diário de suas estadas na Nova Zelândia e em Tristão da Cunha.

No Brasil, reproduz paisagens, cenas populares, retratos e espécimes de história natural. A maior parte dessas obras encontra-se na Austrália. Duas foram incluídas no livro Viagem ao Brasil, da pintora e escritora Maria Graham (1785 - 1842), de 1824. Da época da participação na expedição Beagle, restam três gravuras de paisagens urbanas e naturais do Rio de Janeiro e Salvador.

Segundo David James, seus desenhos e aquarelas podem ser comparados em qualidade aos de outros viajantes famosos, como Debret (1768 - 1848) e Rugendas (1802 - 1858) 1. Possui evidente domínio técnico: o desenho é correto nas proporções e perspectiva, como se vê em Largo do Paço por Volta de 1824, em que mostra a atividade cotidiana e a paisagem urbana da região do antigo cais do Rio de Janeiro. Em Entrudo, apresenta uma cena de Carnaval em um prostíbulo carioca, à qual consegue imprimir movimento por meio de linhas diagonais e representação de objetos dispersos. O comentador David James destaca, em sua obra, um caráter especificamente inglês, em função da liberdade com que trata os temas e na tendência à intensificação2, um certo exagero que ultrapassa o meramente documental. Ele compara Entrudo a pinturas da série A Rake´s Progress, do inglês William Hogarth (1697 - 1764).

Notas

1. JAMES, David. Um pintor inglês no Brasil do primeiro reinado. Revista do patrimônio histórico e artístico nacional, Rio de Janeiro, nº 12, 1955, p. 151.

2.Idem, p. 162.

Obras 1

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Exposições 2

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Fontes de pesquisa 9

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • Annuaire international des ventes. Paris: Mayer, 1981-.
  • BÉNÉZIT, Emmanuel-Charles. Dictionnaire critique et documentaire des peintres, sculpteurs dessinateurs et qraveurs: de tous les temps et de tous les pays par un groupe d´écrivains spécialistes français et étrangers. Nova edição revista e corrigida. Paris: Grund, 1976. 10 v.
  • Disponível em:[http://www.dnzb.govt.nz/dnzb/default.asp?Find_Quick.asp?PersonEssay=1E1]. Acesso em: 14/01/2005. Dictionary of New Zealand Biography
  • FERREZ, Gilberto. A muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro: quatro séculos de expansão e evolução. Rio de Janeiro: Raymundo de Castro Maya: Candido Guinle de Paula Machado: Fernando Machado Portella: Banco boavista, 1965. 259 p. Il color.
  • JAMES, David. Um pintor inglês no Brasil do primeiro reinado. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 12, p. 151-169, 1955.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MARIA, Carlos Eugênio Marcondes de. A travessia da Calunga Grande. São Paulo: Edusp, 2000. 691 p. Il color.

Como citar

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