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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Bajado

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.07.2024
09.12.1912 Brasil / Pernambuco / Maraial
15.11.1996 Brasil / Pernambuco / Olinda
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Frevo de Olinda, 1972
Bajado
60,00 cm x 70,00 cm

Euclides Francisco Amâncio (Maraial, Pernambuco, 1912 - Olinda, Pernambuco, 1996). Pintor, desenhista e cartazista. Aos 13 anos, muda-se para Catende, Pernambuco, onde trabalha no cinema da cidade e cria histórias em quadrinho após assistir filmes sobre o velho oeste. Em 1930, mora um ano em Recife, produzindo cartazes e fachadas para diversas l...

Texto

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Euclides Francisco Amâncio (Maraial, Pernambuco, 1912 - Olinda, Pernambuco, 1996). Pintor, desenhista e cartazista. Aos 13 anos, muda-se para Catende, Pernambuco, onde trabalha no cinema da cidade e cria histórias em quadrinho após assistir filmes sobre o velho oeste. Em 1930, mora um ano em Recife, produzindo cartazes e fachadas para diversas lojas. Dois anos mais tarde, emprega-se em uma gráfica como linotipista.

Muda-se para Olinda em 1933, trabalhando como cartazista até 1950 no Cine Olinda. Participa dos carnavais da cidade, fundando diversos blocos e criando bonecos e estandartes. Nos anos 1950, desenha com os cartunistas Péricles (1924-1961) e Félix de Albuquerque (1911-?) a personagem Amigo da Onça, cujas histórias são publicadas na revista O Cruzeiro. Em 1964, inaugura com outros artistas de Olinda o Movimento da Arte da Ribeira. Com recursos escassos para viver e sustentar a família, ganha do marchand e leiloeiro italiano Giuseppe Baccaro (1930) uma casa, em que passa a viver a partir de 1972.

Em 1975, os diretores Fernando Spencer (1927-2014) e Celso Marconi (1930) realizam o documentário Bajado – Um Artista de Olinda. Em 1980, é realizada a exposição 50 Anos de Bajado, sediada no Recife e, depois, em Olinda, onde, no mesmo ano, é inaugurada na Casa Bajado. Em 1985, Juliana Cuentro e José Ataíde lançam o livro Bajado Artista de Olinda. No mesmo ano é inaugurado o Cine Bajado na mesma cidade. Em 1994, é homenageado pela Unesco em exposição na França e expõe seus quadros em Portugal.

Análise

A obra de Bajado é referência da chamada arte popular brasileira. Figura importante para as gerações que o sucedem em Pernambuco, pinta temas da cultura de seu estado, como, por exemplo o Carnaval de Olinda. Os comentários sobre sua obra, no entanto, problematizam o rótulo de artista popular, sobretudo quando esta definição trata da arte que revela um olhar ingênuo de artista do povo.

Pintor e cartazista de estabelecimentos comerciais, Bajado pinta as festas de rua e a população frequentemente sobre borrachas, paralamas de carros e pedaços de PVC. Suas personagens ganham traços fortes, semelhantes aos das histórias em quadrinhos, que conferem às cenas tom irônico e gozador, o que faz de Bajado testemunha crítica da realidade, como observa o artista plástico João Câmara (1944).

Em boa parte de seus quadros, a perspectiva do pintor é a janela, de forma que o observador toma o lugar de quem assiste ao movimento da rua. Andando ou dançando, suas personagens têm pouca diversidade de cores, que costumam ser vibrantes como os cartazes de cinema e as propagandas políticas da época. A variedade de materiais, os elementos de cartazes publicitários e a rua movimentada como palco da maioria das cenas faz de sua obra união de diversas linguagens da arte do século XX. Para a socióloga Laura Buarque Gadelha, Bajado “sintetizou os princípios do que mundialmente se falava, que era a pop art”.1

Nota

1. PRADO, Graça. Bajado. Recife: Cepe, 1997. p.60.

Obras 2

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Espetáculos 1

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Exposições 18

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Fontes de pesquisa 10

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  • Diário de Pernambuco. Recife, 08/05/1991. Não catalogado
  • Diário de Pernambuco. Recife, 10/07/1994. Não catalogado
  • Diário de Pernambuco. Recife, 11/12/1992. Não catalogado
  • Diário de Pernambuco. Recife, 27/01/1990. Não catalogado
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
  • PAÇO das Artes: 10 anos: 1970 - 1980. Texto de Lourdes Cedran. São Paulo: Paço das Artes, 1980, il. p&b color.
  • PAÇO das Artes: 10 anos: 1970 - 1980. Texto de Lourdes Cedran. São Paulo: Paço das Artes, 1980, il. p&b color. SPpa 1980
  • PERIGOS da fama: Bajado. Veja, São Paulo, p. 110. 23 mar. 1977. Não catalogado
  • PRADO, Graça. Bajado. Recife: Cepe, 1997.
  • TRADIÇÃO e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984. Não catalogado

Como citar

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