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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Zaco Paraná

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 16.10.2024
03.07.1884 Polônia / a definir / Brzezany
10.07.1961 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

Dionysos, 1914
Zaco Paraná
Gesso
75,00 cm x 32,00 cm

João Zaco Paraná (Jan 'Zak, Brzezany, Polônia 1884 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1961). Escultor, pintor, retratista, desenhista e professor. Imigra com a família para o Brasil em 1887, Aprende carpintaria com o pai, Miguel Zak, e passa a esculpir santos e utensílios domésticos em madeira. Auxiliado por engenheiros da ferrovia onde seu pai t...

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Biografia

João Zaco Paraná (Jan 'Zak, Brzezany, Polônia 1884 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1961). Escultor, pintor, retratista, desenhista e professor. Imigra com a família para o Brasil em 1887, Aprende carpintaria com o pai, Miguel Zak, e passa a esculpir santos e utensílios domésticos em madeira. Auxiliado por engenheiros da ferrovia onde seu pai trabalha como ferreiro, instala-se em Curitiba, em 1895, a fim de empreender seus estudos. De 1898 a 1901, estuda, como bolsista do Governo do Estado do Paraná, na Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná. É aluno de Mariano de Lima (1858-1942), convivendo com João Turin (1880 - 1949). Nessa época passa assinar João Zaco Paraná. Entre 1901 e 1902 estuda na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro - Enba com Daniel Bérard (1846 - 1910), ainda contando com a bolsa estadual. No ano seguinte, com o auxílio do governo paranaense, embarca para Europa, onde reside por vários anos. Em 1908 faz uma viagem de estudos aos Estados Unidos. Na Europa, estuda (de 1903 a 1909), na Academia Real de Belas Artes em Bruxelas, Bélgica, sob a orientação de Charles Van der Stappen (1843-1910), diretor da escola da Academia, célebre por incorporar estudos fotográficos à prática compositiva da escultura; e na Escola Superior de Belas Artes de Paris, sob a supervisão de Jules Coutan (1848-1939). Vive em Paris, onde conhece Marc Chagall, Constantin Brancusi, Aristide Maillol, Picasso, Amadeo Modigliani, Antoine Bourdelle, Juan Gris e Chain Soutine, mas se mantém ligado aos preceitos da escultura realista. Em 1913 realiza com o pintor James Wall Finn um painel decorativo para a Biblioteca Astor, em Nova York. Em 1922, de volta ao Brasil, estabelece-se no Rio de Janeiro. Por volta de 1923, realiza O Semeador, encomenda em homenagem à contribuição dos poloneses à cultura brasileira. Na década de 1940, leciona modelagem na Enba, Rio de Janeiro, sendo efetivado como professor catedrático em 1949, com a apresentação da tese A Modelagem nas Artes do Desenho. Permanece nessa instituição até 1953.

Análise

A escultura de Zaco Paraná é inicialmente influenciada pelo diálogo com a fotografia, utilizada como recurso para o estudo da composição, como instrumento de análise do movimento da figura humana, de estudo de poses ou mesmo na observação dos diferentes jogos de claro-escuro formados na incidência de luz sobre objetos e materiais. O artista atribui grande importância ao modelado, considerado a base de toda criação em escultura.

A relevância do procedimento para o artista pode ser notada em trabalhos como Amor Materno, 1907, ou Menina de Máscaras, de 1913, pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Ambas de bronze, revelam um modelado preocupado em captar as formas de maneira sintética, através de uma linha contínua e sinuosa que delimita superfícies e volumes quase sem atritos ou interrupções, à maneira de Bourdelle ou Maillol, escultores que admira e com os quais convive em Paris nos anos 1910. Nessas obras, é possível perceber certa influência das discussões relativas à escultura moderna, embora o artista posteriormente demonstre frustração por não ter se afastado completamente dos preceitos da escultura realista.

No contexto da arte paranaense, Zaco Paraná é considerado, com o pintor Theodoro de Bona e os escultores João Turin e Erbo Stenzel, um dos representantes do movimento de renovação artística dos anos 1920, de forte cunho regionalista, característica de várias manifestações das vanguardas no Brasil do início do Século XX. Imbuído desse caráter de redescoberta do dado local, funda com o escultor João Turim e o artista e cientista Frederico Lange (Lange de Morretes) o movimento "paranista" (1927-1930), que tem como mote a identidade regional do Estado, com a construção de um imaginário a partir de símbolos da cultura paranaense.

Obras 3

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Reprodução Fotográfica Haraton Cezar Maravalhas

O Semeador

Bronze

Exposições 28

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Fontes de pesquisa 7

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. Subsídios para a história da escultura, gravura e desenho do Rio de Janeiro: 1889-1930. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, s.d. p.209.
  • PROGRAMA de preservação da arte escultórica paranaense: primeira metade do século XX. Apres. Rafael Greca de Macedo. Textos de Christine Vianna Baptista. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1995. n.p.
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198). p.351.
  • TEMPSKI, Edwino Donato. João Zaco Paraná. Curitiba: Lítero-Técnica, 1984. (Estante paranista, 19).
  • ZACO PARANÁ. João Zaco Paraná: obras pertencentes ao acervo público e coleções particulares. Curitiba: Museu de Arte do Paraná/Casa João Turin, 1993. (2ª Mostra de Escultura João Turin: Sala Especial II).

Como citar

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