Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Pedro Escosteguy

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
14.07.1916 Brasil / Rio Grande do Sul / Santana do Livramento
28.06.1989 Brasil / Rio Grande do Sul / Porto Alegre
Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural

Linha de Força, 1965
Pedro Escosteguy
Mista sobre madeira
120,00 cm x 150,00 cm

Pedro Geraldo Escosteguy (Santana do Livramento RS 1916 - Porto Alegre RS 1989). Pintor, escultor, poeta. Em 1938, forma-se em medicina, em Porto Alegre. Na década de 1950, integra o Grupo Quixote e publica os livros Canto à Beira do Tempo, 1955, e A Palavra e o Dançarino, 1958. Vive no Rio de Janeiro de 1960 a 1980, e colabora com as revistas O...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Pedro Geraldo Escosteguy (Santana do Livramento RS 1916 - Porto Alegre RS 1989). Pintor, escultor, poeta. Em 1938, forma-se em medicina, em Porto Alegre. Na década de 1950, integra o Grupo Quixote e publica os livros Canto à Beira do Tempo, 1955, e A Palavra e o Dançarino, 1958. Vive no Rio de Janeiro de 1960 a 1980, e colabora com as revistas O Cruzeiro e Leitura. Inicia-se na pintura em 1964, no ateliê de Antonio Dias (1944), sob o incentivo deste e de Tomoshige Kusuno (1935). Começa também a realizar objetos, vários dos quais possuem um sentido de crítica social e política. Integra as mostras Opinião 65 e Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, onde também participa, em 1967, da mostra Nova Objetividade Brasileira. Em 1968, faz o texto e o roteiro do documentário Arte Pública, realizado pela Totem Filmes, em São Paulo, e participa do evento Arte no Aterro, no Rio de Janeiro. Integra ainda a Secretaria e Comissão de Planejamento da Associação Internacional de Artistas Plásticos. Em 1971, realiza a instalação Um Comedor de Carcereiros, na Galeria Claude Bernard, em Paris. Atua nas artes até 1980. Retorna a Porto Alegre, onde grava, em 1986, alguns de seus poemas em disco e publica o livro Relatório da Noite, 1988.

Comentário Crítico
Pedro Escosteguy forma-se em medicina, em Porto Alegre, em 1938. Na década de 1950, dedica-se à atividade literária e à poesia. Ele integra o Grupo Quixote, constituído por jovens escritores, que implantam uma estética de vanguarda na literatura gaúcha. A partir de 1960, vive no Rio de Janeiro, escrevendo para as revistas Leitura e O Cruzeiro. Nesta, entre 1961 e 1962, publica os anticontos, com ilustrações de página inteira, dos caricaturistas Appe e Ziraldo (1932). São narrativas que apresentam rápidos instantâneos do cotidiano, empregando uma linguagem rica em imagens e sonoridades poéticas.

Desde essa época, Escosteguy dedica-se também às artes plásticas e participa de importantes exposições como Opinião 65, Propostas 65 e Nova Objetividade Brasileira. Inicia-se em pintura com Antonio Dias (1944) e atua com artistas como Hélio Oiticica (1937 - 1980), Rubens Gerchman (1942 - 2008) e Carlos Vergara (1941). Sua produção inicial tem caráter de denúncia, em face ao contexto de repressão política, em obras com mensagens claras e diretas. Elas tendem ao tridimensional, em forma de caixas ou então pela apropriação de objetos cotidianos. São elaboradas com base em conceitos universais: guerra, paz, morte e destruição. As palavras, associadas à mensagem política, estão presentes em grande parte de sua produção, como ocorre em Jogo (Roleta) e em Torturador (O Monstro), ambas de 1964.

A solicitação à participação do público é outro dado importante em sua obra: Escosteguy cria objetos que devem ser tocados ou manipulados. Em Pintura Tátil (1964), realiza uma espécie de relevo que deve ser apreendido mais pelo tato do que pela visão. A obra evoca acontecimentos trágicos, tanto por sua visualidade quanto pelas frases gravadas no relevo, como "Noite Violenta Esta". O apelo à participação do espectador também está presente nos vários trabalhos denominados Imantados, como Jogos da Paz (1966), nos quais Escosteguy produz superfícies de ferro, com placas móveis, em cores vivas, que podem ser movimentadas pelo público.

Algumas obras da década de 1970 revelam um caráter poético, como Haicai (1978) e Do Amo ao Amor (1970), em que a construção articula, em uma leitura de sentido vertical, as letras da palavra amor, duplicadas e espelhadas, e, em movimento, se encontram e desencontram. O emprego das palavras tem uma estética gráfica que remete às técnicas utilizadas pelos meios de comunicação de massa, nos tipos e cores, refletindo também uma visualidade urbana.

O artista retorna a Porto Alegre em 1980, quando volta a dedicar-se principalmente à literatura. Tanto na obra literária quanto na produção visual, Pedro Escosteguy revela grande experimentação formal e a preocupação com o contexto social e político. Falece em 1988, deixando vários trabalhos inéditos, entre eles, roteiros de cinema e livros de poesia.

Obras 1

Abrir módulo
Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural

Linha de Força

Mista sobre madeira

Exposições 39

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 10

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de. Figurações Brasil anos 60: neofigurações fantásticas e neo-surrealismo, novo realismo e nova objetividade brasileira. São Paulo: Itaú Cultural / Edusp, 1999.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • BIENAL BRASIL SÉCULO XX, 1994, São Paulo, SP. Bienal Brasil Século XX: catálogo. Curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. Disponível em: https://issuu.com/bienal/docs/name049464.
  • DUARTE, Paulo Sérgio. Anos 60: transformações da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Lech, 1998.
  • ESCOSTEGUY, Pedro. Poéticas visuais. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, 2003.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • OPINIÃO 65. Curadoria. Rio de Janeiro: Galeria de Arte Banerj, 1985. (Ciclo de exposições sobre arte no Rio de Janeiro).
  • PROPOSTAS 65: exposição e debates sobre aspectos do realismo atual do Brasil. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 1965. [8] p.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: