Jandira Lúcia Lália Martini (Santos, São Paulo, 1945 - São Paulo, São Paulo , 2024). Autora, atriz, diretora. Intérprete e fundadora do Royal Bexiga's Company nos anos 1970, torna-se uma bem-sucedida autora de comédias, em parceria com Marcos Caruso (1952), nos anos 1980 e 1990.

Em 1967, forma-se em letras pela Universidade Católica de Santos e, dois anos depois, finaliza o curso de interpretação pela Escola de Arte Dramática (EAD). Inicia sua carreira de atriz na montagem de Medéia, de Eurípides, direção de Silnei Siqueira, que destaca Cleyde Yáconis (1923-2013) como protagonista, em 1970. No mesmo ano está em A Longa Noite de Cristal de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), e em O Interrogatório, de Peter Weiss (1916-1982), duas direções de Celso Nunes(1941). Em 1971 está em Cândido, de Voltaire, dirigido por Myrian Muniz (1931-2004). Em 1973, é a vez de Mais Quero Asno que me Carregue que Cavalo que me Derrube, adaptação realizada por Carlos Alberto Soffredini (1939-2001) para um texto de Gil Vicente (1465-1536), direção de Elvira Gentil (1930).

Junto a diversos ex-colegas de turma funda e organiza a Royal Bexiga's Company, em 1974, com a encenação de O Que Você Vai Ser Quando Crescer?, criação coletiva conduzida por Silnei Siqueira (1934-2013), sua primeira importante premiação, que vai à França no Festival de Nancy. Em 1975 imprime solidez à interpretação de Margarida de Anjou na encenação de Ricardo III, realizada por Flávio Rangel (1934-1988).

Com o Royal Bexiga's volta à cena com Ai de Ti, Mata Hari, em 1975, e Um Ponto de Luz, texto e direção de Fauzi Arap (1938-2013), em 1977. Participa ainda d Bodas de Papel, de Maria Adelaide Amaral (1942), no ano seguinte, assim como O Que o Mordomo Viu, de Joe Orton (1933-1967), em 1985.

Na década de 1980, Jandira  começa a explorar outros papeis no teatro, atuando como autora, em novas parcerias com Marcos Caruso, em textos como Sua Excelência, o Candidato (1986), mesmo ano no qual estreia como diretora na peça Em Defesa do Companheiro Gigi Damiani  e exerce a função em outros títulos como A Revolução Está Chegando e Eu Não Sei o que Vestir, de Lívia Cerrini (1989). Na mesma década, estreia na teledramaturgia na novela Sassaricando (1987-1988), da Tv Globo e atua, ao longo de sua carreira, em novelas de diferentes emissoras.

Durante a década de 1990, trabalha em peças como Porca Miséria (1993); Os Reis do Improviso (1997), dirigido por Noemi Marinho (1953), na autoria e Gato Por Lebre, de Georges Feydeau (1862-1921), em 1999, como diretora. No início dos anos 2000, atua na novela O Clone, da Tv Globo, no papel de Zoraide, que exercia um papel de vilã e ficou responsável por popularizar bordões na época.

Jandira, ao longo de sua carreira, explora diferentes funções e possibilidades de atuação. Seja no teatro ou na televisão, destaca-se por papeis cômicos além de ser responsável pela autoria e direção de espetáculos de teatro.