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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Júlia Rebouças

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.08.2024
1984 Brasil / Sergipe / Aracaju
Júlia Maia Rebouças (Aracaju, Sergipe, 1984). Curadora, pesquisadora, crítica de arte. Dedica-se a pesquisa e curadoria em arte contemporânea, com ênfase em artistas brasileiros e na reflexão sobre a arte e suas intersecções com questões políticas e sociais.

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Júlia Maia Rebouças (Aracaju, Sergipe, 1984). Curadora, pesquisadora, crítica de arte. Dedica-se a pesquisa e curadoria em arte contemporânea, com ênfase em artistas brasileiros e na reflexão sobre a arte e suas intersecções com questões políticas e sociais.

Gradua-se em 2006 em comunicação social pela Universidade Federal de Pernambuco, e é contemplada com a Láurea Universitária por excelência no desempenho acadêmico. Ainda durante a graduação, idealiza a revista recifense Portal Dois Pontos – Arte Contemporânea, onde atua como editora.

Entre 2006 e 2007, também colabora com a Revista ReviSPA, cobrindo a Semana de Artes Visuais do Recife, e, com o artista beninense Meschac Gaba (1961), integra um projeto da 27ª Bienal de São Paulo como assistente curatorial.

Ingressa no Instituto Inhotim em 2007, e ao longo de nove anos atua na curadoria e diretoria artística da instituição. Colabora ativamente com a conformação do museu, recém-inaugurado em 2006. Integra processos de aquisição e manutenção do acervo, realiza exposições temporárias, participa da gestão institucional, coordena projetos editoriais e de programas públicos, e desenvolve o programa Inhotim Escola, plataforma sobre arte e meio ambiente. Entre as atividades, destacam-se os projetos site specific comissionados, como Hélio Oiticica / Magic Square (2008), Chris Burden / Beam Drop (2008), Pavilhão Matthew Barney (2009), Pavilhão Valeska Soares (2009), Galeria Cosmococas (2010), e Galeria Psicoativa Tunga (2012).

Sua colaboração com Inhotim encerra-se em 2015, quando é convidada pelo curador alemão Jochen Volz (1971) a integrar como cocuradora a equipe da 32ª Bienal de São Paulo, Incerteza Viva (2016). Participa ativamente no desenvolvimento conceitual da mostra, que coloca em evidência as incertezas como um sistema de orientação generativo, construindo a exposição sobre a convicção de ser necessário desvincular incerteza e medo para enfrentar as crises do nosso tempo. Atua, sobretudo, na pesquisa, seleção e desenvolvimento de obras, como Restauro, de Jorge Menna Barreto (1970), projeto comissionado que opera como um restaurante dentro da Bienal, propondo uma experiência de metabolização e digestão para refletir sobre os usos da terra e suas consequências globais.

Entre 2010 e 2015, realiza e colabora com a curadoria de diversas exposições. Entre elas, o 18º e o 19º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (São Paulo, 2013/2015); a 9ª Bienal do Mercosul, Se o Clima For Favorável (Porto Alegre, 2013); e Valeska Soares: Any Moment Now, no Santa Barbara Museum of Art (Santa Bárbara, 2014/2015), organizada pela The Getty Foundation.

Obtém o título de mestre em artes visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais em 2011. Sob orientação da professora doutora Maria Angélica Melendi, apresenta a dissertação Artista-corpo-cidade-política-arte: Relatos sobre Artur Barrio e sua Obra, em que investiga a produção do artista nas décadas de 1960 e 1970, buscando enfatizar sua atuação durante a ditadura militar brasileira e refletir sobre a produção artística em momentos de repressão política.

Em 2017, obtém o título de doutora em artes visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Na tese EIS A ARTE: a Atuação do Crítico, Curador e Artista Frederico Morais, foca a produção deste nas décadas de 1960 e 1970 e reflete sobre as possibilidades de atuação da curadoria como instância de experimentação, criação e como exercício de liberdade. O trabalho desdobra-se no projeto Acervo Frederico Morais, responsável pela preservação de mais de 100 mil documentos arquivados pelo crítico.

Entre 2018 e 2020, realiza importantes curadorias, todas com a proposta de reflexão em torno das relações entre arte e questões políticas e sociais. A exposição MitoMotim, no Galpão VB, em São Paulo, em 2018, parte das ideias de mito e motim, articuladas como um palíndromo no título da mostra, para refletir sobre os modos e as possibilidades de insurgência diante de cenários de instabilidades sociais. 

No ano seguinte, é curadora do 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão (2019), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). A exposição apresenta o conceito de Sertão como um modo de pensar e de agir. Segundo Rebouças, "Sertão é, antes e depois de tudo, experimentação e resistência, qualidades fundamentais para viver a arte"1.

É responsável pela direção artística e cocuradoria, ao lado do curador Diego Matos (1979), de Entrevendo – Cildo Meireles, no Sesc Pompeia, em São Paulo, em 2019/2020. A mostra, maior antologia já exposta na América Latina sobre o artista, busca elaborar a multiplicidade de acepções da ideia de sentido na obra de Cildo Meireles (1948).

Atua ainda como docente, integra juris e comitês e organiza e colabora com projetos editoriais, geralmente ligados às curadorias que realiza, como os catálogos Terra Comunal: Marina Abramovic + MAI (Edições Sesc, 2015); 32ª Bienal de São Paulo: Incerteza Viva (Fundação Bienal de São Paulo, 2016); 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão (MAM, 2019); Entrevendo_Cildo Meireles (Sesc Pompeia, 2019).

A atividade curatorial aliada a projetos editoriais marca a trajetória profissional de Júlia Rebouças, que contribui ativamente com a pesquisa sobre arte contemporânea e sua circulação, e com o desenvolvimento e a consolidação da carreira de artistas brasileiros.

 

Nota:

1. Cf. REBOUÇAS, Júlia. 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão. Texto curatorial. Disponível em: https://mam.org.br/exposicao/36o-panorama-da-arte-brasileira-sertao/. 

Exposições 4

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Fontes de pesquisa 9

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  • BIENAL DE SÃO PAULO, 32, 2016, São Paulo. 32ª Bienal de São Paulo. Incerteza viva. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2016. 442 p. Exposição realizada no período de 7 set. a 11 dez. 2016.
  • MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO, 2019, São Paulo. 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2019. 115 p. Exposição realizada no período de 17 ago. a 17 nov. 2019.
  • REBOUÇAS, Júlia. 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão. Disponível em: https://mam.org.br/exposicao/36o-panorama-da-arte-brasileira-sertao/. Acesso em: 6 mar. 2020.
  • REBOUÇAS, Júlia. Artista - corpo - cidade - política - arte: relatos sobre Artur Barrio e sua obra. 2011. 147 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/JSSS-8QKHHT. Acesso em: 6 mar. 2020.
  • REBOUÇAS, Júlia. EIS A ARTE: a atuação do crítico, curador e artista Frederico Morais. 2017. 926 f. Tese (Doutorado em Artes Visuais) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
  • REBOUÇAS, Júlia. [Currículo]. Enviado pela curadora em: 3 mar. 2019.
  • SESC POMPEIA, 2019/2020, São Paulo. Entrevendo - Cildo Meireles. São Paulo: Edições Sesc, 2019. 168 p. Exposição realizada no período de 26 set. 2019 a 2 fev. 2020.
  • SESC SÃO PAULO. Entrevendo: exposição no Sesc Pompeia reúne o maior acervo de Cildo Meireles já exposto na América Latina. São Paulo. 19 set. 2019. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/online/artigo/13625_ENTREVENDO+EXPOSICAO+NO+SESC+POMPEIA+REUNE+O+MAIOR+ACERVO+DE+CILDO+MEIRELES+JA+EXPOSTO+NA+AMERICA+LATINA. Acesso em: 6 mar. 2020.
  • VIDEOBRASIL. MitoMotim. 12 abr. 2018. São Paulo: Videobrasil, 2018. Disponível em: http://site.videobrasil.org.br/exposicoes/galpaovb/mitomotim/. Acesso em: 6 mar. 2020.

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