Cecília Cotrim Martins de Mello (Rio de Janeiro, 1961). Pesquisadora e crítica de arte. Dedica-se ao estudo sobre as artes à frente da organização de publicações sobre arte contemporânea, dentro e fora do circuito acadêmico, além de produzir textos críticos e atuar como docente por quase vinte anos.

Na juventude, tem aulas de pintura com o artista Eduardo Sued (1925). Nos anos 1980, a paixão pelo design moderno direciona a estudante ao curso de comunicação visual na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Depois de formada, em 1985, tem dificuldade de encontrar projetos instigantes de design para trabalhar. Interessada pela teoria e história da arte, cursa a especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil na mesma instituição.  Em 1990, muda-se para Paris e estuda história da arte na Universidade Sorbonne, onde defende a tese de doutorado Romantisme et actualité dans les œuvres d'Oswaldo Goeldi et d'Iberê Camargo, em 1996. 

A formação teórica consistente a conduz para a pesquisa e a escrita, em especial sobre arte moderna e contemporânea brasileira. Escreve com frequência textos críticos, ensaios e entrevistas com artistas para livros, publicações e sites especializados. Dois de seus principais trabalhos realizados no campo da pesquisa são feitos em parceria com a crítica e curadora de arte Glória Ferreira (1947-2022). O primeiro é a organização de textos do crítico de arte norte-americano Clement Greenberg (1909-1994), para o livro Clement Greenberg e o debate crítico (1997). O segundo é uma seleção de textos sobre arte escritos por artistas durante as décadas de 1960 e 1970, publicados na coletânea Escritos de artistas anos 60-70. (2006). Essas duas importantes publicações trazem para o público brasileiro textos fundamentais para o estudo da história e crítica de arte e tem presença constante nas bibliografias de cursos de arte. 

No período entre 1997 e 2013, integra o time de professores da pós-graduação em História Social da Cultura da PUC do Rio de Janeiro, onde se dedica ao ensino e à pesquisa de arte contemporânea. Entre 2002 e 2006, participa do Espaço Experimental Rés-do-Chão, onde convive intensamente com artistas. Considerado um centro cultural independente, abrigado na residência do artista Edson Barrus (1962), o espaço é frequentado por diversos artistas que se encontram para colocar em prática propostas experimentais.

Cecília está à frente de importantes produções sobre a história e o pensamento crítico da arte no Brasil, além de atuar no campo da docência e na produção analítica do fazer artístico brasileiro.