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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Rivane Neuenschwander

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 30.12.2019
12.11.1967 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
Registro fotográfico Cia de Foto/Itaú Cultural

Inventário das Pequenas Mortes (Sopro), 2000
Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander
Super 8 / digital

Rivane Neuenschwander Maciel Guimarães (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1967). Artista visual. Em suas obras, apresenta percepções sobre o cotidiano, usando materiais comuns, como plástico, casca, migalha, cabelo e poeira. Vê a parceria como estratégia para sua poética e dialoga com diversas áreas do conhecimento. Tem ampla pesquisa sobre o medo, ...

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Rivane Neuenschwander Maciel Guimarães (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1967). Artista visual. Em suas obras, apresenta percepções sobre o cotidiano, usando materiais comuns, como plástico, casca, migalha, cabelo e poeira. Vê a parceria como estratégia para sua poética e dialoga com diversas áreas do conhecimento. Tem ampla pesquisa sobre o medo, em seus aspectos psíquicos e sociais, e questiona os códigos de comunicação, como a linguagem e o alfabeto.

Dentre as exposições, destaca-se A Day Like Any Other (2010) realizada no New Museum, em Nova York. Nela, três instalações envolvem participação direta do público: Walking in Circles (2000), I Wish Your Wish (2003) e First Love (2010). Há também instalações como Rain Rains (2002) e A Day Like Any Other (2008). A mostra revela a prática interdisciplinar da artista, que transita entre pintura, escultura, instalação, vídeo e evidencia seu interesse pelas relações orgânicas com a linguagem, a natureza e a temporalidade. Outra característica relevante para a exposição é a participação do público para que a obra seja, de fato, concretizada.

Em 2014, acontece a mostra Mal-entendidos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, com curadoria de Adriano Pedrosa (1965). Trata-se da primeira exposição panorâmica da artista no Brasil, que reúne trabalhos sobre a linguagem, como eixo central das relações humanas, e os mal-entendidos da comunicação e a percepção. Algumas obras são Palavras Cruzadas (2001-2014), instalação feita com caixas de madeira e laranjas desidratadas com letras desenhadas, em que o visitante é convidado a formar palavras e frases; Alfabeto Comestível (2001), que consiste em 26 painéis abstratos, com linhas horizontais, feitas de temperos; e Mal-entendido (2000), que traz um ovo meio submerso em um copo de água, gerando distorção de sua representação. A mostra aponta as diferentes percepções da realidade, dialogando com disciplinas como filosofia, história, psicanálise e linguística. Essa retrospectiva traz sua premissa desde o título: o mal-entendido, o engano, a percepção equivocada que permeia os trabalhos de Rivane. Tais obras mostram que nem tudo é o que parece, que há uma crise na representação e na linguagem, um equívoco na percepção da realidade, buscando outras maneiras de expressão que passem pelos afetos, erros e acaso. A participação do outro se coloca, mais uma vez, como elemento central.

A individual O Nome do Medo (2017) é um desdobramento da pesquisa sobre o medo. Realizada no Museu de Arte do Rio de Janeiro, com curadoria de Lisette Lagnado (1961), a mostra parte de oficinas com crianças para entender seus medos e como traduzi-los em palavras e imagens. Como resultado, cada criança elabora uma capa para vestir seu medo, tanto no sentido de proteção, quanto para afugentá-lo. Para a individual da artista, são confeccionadas 32 capas que traduzem tais medos de ordem psíquica (de cobra, aranha, escuro) e social (de bala perdida, bêbados, guerra). A intenção da mostra é refletir sobre o medo de cada um, que muitas vezes é coletivo, e pensar como ele pode ser traduzido em palavras e objetos. Há um diálogo profundo com a psicanálise, trazendo, para a troca com as crianças, aspectos subjetivos e emocionais do medo. As oficinas, de caráter lúdico, oferecem empoderamento para a criança, que nomeia seu medo e enfrenta-o.

Realiza a exposição O Alienista (2019), na Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel (São Paulo), com parte do conto homônimo do escritor Machado de Assis (1839-1908) para traçar os limites entre razão e loucura no contexto político de 2019. Na mostra, há quatro conjuntos de obras que tratam de relações de poder e disputas de narrativas no Brasil. A série que dá nome à exposição é um conjunto de vinte bonecos, feitos de garrafas, papel machê e tecido, e representam alegorias da política nacional, como o Militar, o Juiz de Fora, o Terraplanista. Trópicos Malditos, Gozosos e Devotos, inspirado no livro Poemas Malditos, Gozosos e Devotos (1984), de Hilda Hilst (1930-2004), é um conjunto de pinturas sobre madeira que falam do estupro como uma das violências fundadoras do Brasil. Há também a obra Assombrados e o vídeo Enredo. Essa exposição individual usa a cultura popular para falar de temas como violência, medo e política, e reforça o diálogo com outras disciplinas, como literatura, filosofia e psicanálise. Traz, mais uma vez, sua pesquisa sobre o medo, mostrando-o também em sua vertente política que tem levado à ascensão governos autoritários.

Participa de várias exposições coletivas nacionais e internacionais, como 50ª e 51ª Biennale di Venezia (2003, 2005, Veneza), 27ª e 28ª Bienal de São Paulo (2006, 2008, São Paulo), Histórias da Sexualidade (2017, São Paulo), entre outras. Suas obras estão em grandes coleções institucionais como Tate Modern (Londres), Guggenheim (Nova York), MoMA (Nova York), TBA21 (Viena), Inhotim (Brumadinho).

Rivane é uma artista de trânsito nacional e internacional, com obras apresentadas em instituições importantes. Usa a participação como método de trabalho e tem pesquisa aprofundada sobre o medo, que se desdobra em exposições em várias partes do mundo. Trabalha com instalações, vídeos, fotografias e pinturas e usa materiais banais para construir narrativas sobre linguagem, natureza e temporalidade.

Obras 6

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Frame do vídeo Domingo (Sunday) de Rivane Neuenschwander/Divulgação

Domingo (Sunday)

Hd digital, dolby digital 5.1
Reprodução Fotográfica Cao Guimarães

Sem Título

Formigas, durex e saco plástico
Reprodução Fotográfica Cao Guimarães

Sem Título

Flores de tecido e arame

Exposições 157

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Mídias (1)

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Rivane Neuenschwander - Enciclopédia Itaú Cultural
O processo de criação da mineira Rivane Neuenschwander ocorre de diferentes maneiras. Ele pode ter inspiração em um trabalho já realizado, pode surgir de um conceito original, da necessidade de abordar um determinado tema ou até mesmo de características arquitetônicas do espaço expositivo. Migalhas de pão, formigas, fios de cabelo e pedaços de cebola se transformam em matéria-prima de suas instalações. “São materiais simples. Pode ser talco. Pode ser sujeira. São coisas que fazem parte do meu cotidiano”, explica. Para concretizar suas ideias, ela conta com a colaboração de outras pessoas, sejam elas assistentes ou o público, que são convidados a interagir com as obras e, muitas vezes, provoca reações imprevisíveis. “De certa maneira, consigo controlar o tempo e os animais. Mas o ser humano é imprevisível do começo ao fim. Então, acho essencial oferecer uma plataforma que possa se formalizar da maneira como você mais ou menos previu.”

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 42

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  • A IDENTIDADE virtual, a pedra sabão. Tradução Graciela Ravetti, Sara Rojo. Ouro Preto, 1994.
  • A INFÂNCIA perversa: fábulas sobre a memória e o tempo. Curadoria Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1995.
  • A QUIETUDE da terra, vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé. Concepção e edição France Morin; edição John Alan Farmer; versão em inglês H. Sabrina Gledhill, Lavinia Sobreira Magalhães, Alejandro Reyes, Nadine Fajerman. Salvador: Museu de Arte Moderna da Bahia, 2000.
  • ABJETO: José Bento, Mabe Bethônico, Marconi Drummond, Rivane Neuenschwander, Roberto Bethônico. Belo Horizonte: Centro Cultural UFMG, 1994.
  • ANTARCTICA ARTES COM A FOLHA (1996 : São Paulo, SP). Antarctica Artes com a Folha. Curadoria Stella Teixeira de Barros et al. São Paulo, SP: Cosac Naify, 1998.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 24. , 1998, São Paulo, SP. Um e/entre outros/s. Curadoria Paulo Herkenhoff, Adriano Pedrosa. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 27., 2006, São Paulo, SP. 27a. Bienal de São Paulo: guia. Curadoria Lisette Lagnado; versão em inglês Alberto Dwek, Alison Entrekin, Christopher Ainsbury, Luiz Roberto Mendes Gonçalves, Regina Alfarano; tradução Ann Robertson, Robert Culverhouse, Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Michael Sleiman, Odile Cisneros, Susana Vidigal. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2006. 700 BI588sp 27/2006 guia
  • BRASIL. Plural y singular. Curadoria Laura Buccellato, Clelia Taricco. Buenos Aires: MAMba, 2000.
  • CANTON, Katia. Novíssima arte brasileira: um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras, 2001.
  • CANTON, Katia. Novíssima arte brasileira: um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras, 2001. 700.981 C232n
  • CERTA fotografia. Rio de Janeiro: Galeria da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 1993.
  • COTIDIANO/ARTE: O Objeto Anos 90. Curadoria Lisette Lagnado. São Paulo: Itaú Cultural, 1999. (Eixo Curatorial 1999).
  • CREAM: contemporary art in culture. Design Julia Hasting; curadoria Carlos Basualdo, Francisco Bonami, Dan Cameron, Okwui Enwezor, Matthew Higgs, Hou Hanru, Susan Kandel, Rosa Martínez, Asa Nacking, Hans Ulrich Obrist; texto César Aira, Arjun Appadurai, Nicolas Bourriaud, Gilles Deleuze, Chris Kraus, Julia Kristeva, Philippe Sollers, Toni Morrison, David Robbins, Edward Said, Eve Kosofsky Sedgwick. London: Battenberg, 1998.
  • CYPRIANO, Fabio. Rivane Neuenschwander usa filtro de Machado de Assis para ver Brasil atual. ARTE! Brasileiros, São Paulo. Disponível em: https://artebrasileiros.com.br/arte/rivane-neuenschwander-usa-filtro-de-machado-de-assis-para-ver-brasil-atual/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • DIAS, Bianca. No lugar do fantasma. Select, São Paulo, n. 34, 20 maio 2017. Disponível em: https://www.select.art.br/no-lugar-do-fantasma/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • FIORAVANTE, Celso. Rivane exibe seu barroco mínimo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 02 jul. 1996. Ilustrada, p. 4-8.
  • FORTES D’Aloia & Gabriel. Rivane Neuenschwander. Site da galeria. Disponível em: http://fdag.com.br/artistas/rivane-neuenschwander/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • GOULART, Beatriz. A dupla face do medo. Bravo! São Paulo, 21 fev. 2017. Disponível em: https://medium.com/revista-bravo/os-medos-na-inf%C3%A2ncia-7d9c08111d0. Acesso em: 12 nov. 2019
  • GROSSO, Inês. Um dia como outro qualquer. 14 maio 2015. Disponível em: https://inhotim.org.br/blog/um-dia-como-outro-qualquer/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • HERKENHOFF, Paulo (org.); PEDROSA, Adriano (org.). Marcas do corpo, dobras da alma. São Paulo: Takano, 2000.
  • IMAGEM não virtual. Curadoria Sérgio Romagnolo; apresentação Sérgio Romagnolo. São Paulo: Casa Triângulo, 1994.
  • KODIC, Marília. Uma artista fora da ordem. Cult, São Paulo. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/uma-artista-fora-da-ordem/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • LAGNADO, Lisette; PEDROSA, Adriano (Eds.). 27ª Bienal de São Paulo – Como Viver Junto. Fundação Bienal: São Paulo, 2006.
  • MATERIAL, immaterial. Curadoria Benjamin Genocchio; texto Lisette Lagnado, Anthony Bond. Sydney: Art Gallery of New South Wales, 1994.
  • MAZZUCCHELLI, Kiki. Linguagem fraturada. Select, São Paulo, 13 nov. 2014. Crítica. Disponível em: https://www.select.art.br/linguagem-fraturada/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • MESQUITA, Ivo; COHEN, Ana Paula (Eds.) 28ª Bienal de São Paulo – Em Vivo Contato. Fundação Bienal: São Paulo, 2008.
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. A Day Like Any Other. Disponível em: https://archive.newmuseum.org/exhibitions/1056. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Coisa de ninguém. Coisa de todos. Disponível em: http://fdag.com.br/exposicoes/coisa-de-ninguem-coisa-de-todos/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Eu desejo o seu desejo. Disponível em: http://fdag.com.br/exposicoes/eu-desejo-o-seu-desejo/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Inhotim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ab6n_Dae-rs. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Mal-entendidos. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2014.
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. O Alienista. Disponível em: http://fdag.com.br/exposicoes/o-alienista/. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. O nome do medo. EAV Parque Lage. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KzLjS9Pgsv0. Acesso em: 12 nov. 2019
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Rivane Neuenschwander. Projeto gráfico Marcelo Drummond; fotografia Daniel Mansur; texto Cao Guimarães. São Paulo: Casa Triângulo, 1996.
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Rivane Neuenschwander. Projeto gráfico Marcelo Drummond; texto Rosa Martínez; versão em inglê Dominic Currin. São Paulo: Galeria Camargo Vilaça, 1998.
  • NEUENSCHWANDER, Rivane. Rivane Neuenschwander. Texto Mats Stjernstedt, Lisette Lagnado, Rivane Neuenschwander; projeto gráfico Raul Loureiro; fotografia Anna Kleberg, Cao Guimarães, Stephen White, Vicente de Mello, Rivane Neuenschwander. São Paulo: Galeria Camargo Vilaça, 2000.
  • RUBIM, Nani. Rivane Neuenschwander cria obras a partir dos medos das crianças. O Globo, Rio de Janeiro, 21 fev. 2017. Artes visuais. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/rivane-neuenschwander-cria-obras-partir-dos-medos-das-criancas-1-20955771. Acesso em: 12 nov. 2019
  • SESC TV. Curta Artes: Rivane Neuenschwander (Parte I). SescTV. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4XuyIgvnIHE. Acesso em: 12 nov. 2019
  • SESC TV. Curta. Rivane Neuenschwander (Parte II). Sesc TV. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yLvOlr_O5-E. Acesso em: 12 nov. 2019
  • SESC TV. Visita Guiada: Rivane Neuenschwander. SescTV. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mHLfrCIMziQ. Acesso em: 12 nov. 2019
  • TREVISAN, Ricardo (coord. ). Amanhã, hoje a Casa Triângulo de 1988 a 1995. Curadoria Maria Izabel Branco Ribeiro; texto Tadeu Chiarelli. São Paulo, 1995.
  • UTOPIAS contemporâneas. Curadoria José Alberto Nemer. Belo Horizonte: Fundação Palácio das Artes, 1992.

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