Dalcídio Jurandir
Texto
Dalcídio Jurandir Ramos Pereira (Vila de Ponta de Pedras, Pará, 1909 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1979). Romancista, jornalista e professor. Com 1 ano de idade muda-se com a família para Vila de Cachoeira, Pará. Com 13, transfere-se com a família para a capital do Estado, Belém, onde mora até 1928, quando vai para o Rio de Janeiro. Abandona o estudo formal e trabalha como garçom e revisor na revista Fon-Fon. Volta a Belém e assume cargos públicos, além de colaborar com a imprensa local. Comunista declarado, participante ativo da Aliança Libertadora Nacional (ALN), na década de 1930, enfrenta perseguições políticas, é preso duas vezes. Em 1938, de volta à vila natal, na Ilha de Marajó, atua como inspetor escolar. Dois anos depois, publica seu primeiro romance, Chove nos Campos de Cachoeira, iniciando uma série de relatos ficcionais que fica conhecida como Extremo Norte. Nos anos 1940, volta a viver no Rio de Janeiro, publica mais um romance, Marajó, e trabalha como redator do Serviço Especial de Saúde Pública, do governo federal. Atua também como jornalista, escrevendo no jornal O Radical e na revista Diretrizes. Em 1952, viaja para a União Soviética e, apresentado e promovido pelo romancista Jorge Amado (1912-2001), tem uma de suas obras traduzidas para o russo. Depois de viagem ao Rio Grande do Sul, pretende iniciar uma outra série de ficção, Extremo Sul, e escreve um primeiro romance, Linha do Parque, mas não dá continuidade a esse ciclo. Embora citado entre autores de tendência regionalista, essa é certamente uma das características de sua obra, focada na Região Norte do Brasil, Dalcídio se destaca pela complexa construção interior de seus personagens, individualizando a trama e valorizando as transformações pessoais em seus romances. Anuncia sua aposentadoria como escritor em 1971. Em 2003, na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, é criado o Instituto Dalcídio Jurandir, que recebe dos filhos do romancista todo o seu acervo particular, com mais de 750 livros de sua biblioteca, além de suas correspondências com Jorge Amado, Graciliano Ramos (1892-1953) e com o pintor Candido Portinari (1903-1962) e os originais de diversos romances seus.
Obras 11
Fontes de pesquisa 2
- FREIRE, José Alonso Torres. Entre construções e ruínas: uma leitura do espaço amazônico em romances de Dalcídio Jurandir e Milton Hatoum. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
- NUNES, Benedito; PEREIRA, Soraia Reolon; PEREIRA, Ruy. Dalcídio Jurandir, romancista da Amazônia. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa: Secult, 2007.
Como citar
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DALCÍDIO Jurandir.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa19092/dalcidio-jurandir. Acesso em: 05 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7