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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Solange Farkas

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.05.2024
01.04.1955 Brasil / Bahia / Feira de Santana
Maria Solange Oliveira da Silva Farkas (Feira de Santana, Bahia, 1955). Curadora e gestora cultural. Dedica-se à pesquisa e ao fomento da arte contemporânea desenvolvida no Sul Geopolítico1, com ênfase na videoarte.

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Maria Solange Oliveira da Silva Farkas (Feira de Santana, Bahia, 1955). Curadora e gestora cultural. Dedica-se à pesquisa e ao fomento da arte contemporânea desenvolvida no Sul Geopolítico1, com ênfase na videoarte.

Tem seu primeiro contato com as artes em 1977, ao organizar uma mostra de cinema marginal brasileiro, na faculdade de jornalismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde completa a graduação em 1979. Na ocasião, com o apoio do Instituto Goethe de Salvador, promove um encontro entre os principais cineastas da época, como Andrea Tonacci (1944-2016), Rogério Sganzerla (1946-2004) e Júlio Bressane (1946).

Entre 1976 e 1989, escreve como repórter para a publicação da Jornada de Cinema de Curta-Metragem da Bahia e para os cadernos de cultura dos jornais A Tarde e Tribuna da Bahia. Muda-se para São Paulo em 1978 e cria, em 1983, o Festival Videobrasil2, com o fotógrafo húngaro Thomaz Farkas (1924-2011). As primeiras oito edições do evento são realizadas no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Desde o início, Solange assume a curadoria do Festival.

O evento é oficialmente internacionalizado em 1990 (na 8ª edição). A curadora abre a mostra competitiva a profissionais da América do Sul, Austrália, África e Sudeste Asiático e institui o Programa de Residências Videobrasil, para promover intercâmbios entre artistas e instituições no Brasil e no mundo.

Em 1991, funda a Associação Cultural Videobrasil, para acolher institucionalmente o acervo de obras e publicações produzidas pelo Festival. Com o gestor cultural Danilo Miranda (1943), estabelece uma parceria entre a Videobrasil e o Serviço Social do Comércio (Sesc) para realização do evento. Na 9ª edição (1992), ele passa a ter periodicidade bienal, a ocorrer no Sesc Pompeia e a concentrar-se nos vídeos de caráter artístico e experimental.

Solange promove encontros e debates importantes para integração do circuito artístico do Sul Geopolítico, levando a São Paulo, a partir de 1994, todos os artistas participantes da mostra. Realiza a retrospectiva do videoartista coreano Nam June Paik (1932-2006), na 11ª edição (1996), e expande o Festival para acomodar o Oriente Médio. Sua curadoria contribui para a inserção do vídeo nas artes e para a confluência com outras linguagens, como pintura, escultura, dança e poesia, abrindo novos caminhos de experimentação para a imagem eletrônica.

Realiza no Sesc Pompeia a curadoria da Mostra Africana de Arte Contemporânea (2000), com o crítico sul-africano Clive Kellner (1968), e a Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea (2005), no Museu de Arte Moderna da Bahia e na Sala Walter da Silveira, em Salvador. Na 16ª edição (2007), parte do Festival é levada ao Museu de Arte Moderna da Bahia, então dirigido por Solange, que permanece à frente da instituição como diretora e curadora-chefe até 2010.

Também no Sesc Pompeia, entre 2009 e 2012, realiza curadorias que estabelecem diálogos entre o Sul Geopolítico e a produção contemporânea internacional. Destacam-se: Sophie Calle ⎼ Cuide de você (2009), Joseph Beuys: A revolução somos nós (2010) e Isaac Julien: Geopoéticas (2012).

Em 2011, a mostra competitiva é aberta a todas as manifestações artísticas, reafirmando-se a aproximação do Festival ao campo das artes. Segundo Solange, a intensificação desse diálogo "está em sintonia com a inserção crescente do vídeo e da imagem em movimento no circuito da arte contemporânea"3. Na ocasião, apresenta 12 instalações do artista dinamarco-islandês Olafur Eliasson (1967).

No aniversário de 30 anos do Festival Videobrasil, Solange inaugura o GalpãoVB (2015), espaço de exibição, encontro e pesquisa, criado para ativar o acervo de vídeos da instituição. Em 2019, transforma o evento em bienal, integrando-o aos calendários internacionais e fortalecendo seu posicionamento no cenário global das artes.

Em parceria com a Edições Sesc, coordena publicações que aprofundam conteúdos desenvolvidos nas mostras. Uma delas é o Caderno Sesc_Videobrasil, revista anual que aborda temas relevantes para a arte e a cultura. Outros projetos importantes são o ff»dossier, publicação online que dá visibilidade à produção artística do eixo geopolítico sul, e a série Videobrasil Coleção de Autores, que destaca o trabalho de artistas contemporâneos em evidência na cena internacional, como o libanês Akram Zaatari (1966) e o brasileiro Rafael França (1957-1991).

A curadora integra júris, comitês e conselhos nacionais e internacionais. Recebe prêmios importantes, como o Prêmio Sergio Motta (2004) e o Montblanc de la Culture Arts Patronage (2017). Convidada, atua na curadoria de diversos eventos de arte contemporânea, entre os quais estão: FUSO – Mostra Anual de Videoarte (Portugal, 2011, 2013 e 2017), 12ª Bienal de Dacar (Senegal, 2016) e 10ª Bienal de Sharjah (Emirados Árabes Unidos, 2011).

Desde o início de sua carreira, Solange Farkas contribui para consolidar e incorporar a videoarte no circuito artístico brasileiro. Por meio do Festival e da Associação Cultural Videobrasil, formaliza um significativo acervo, composto principalmente por obras em vídeo. Colabora com a formação e manutenção de uma rede de artistas e instituições, promovendo a pesquisa, fomento e circulação da arte contemporânea desenvolvida no Sul Geopolítico.

 

Notas

1. O chamado Sul Geopolítico engloba a América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Europa do Leste, Sul e Sudeste Asiático e Oceania.

2. É utilizado neste verbete o termo Festival Videobrasil. Ao longo das edições da mostra, sua nomenclatura foi alterada devido a mudanças conceituais: na 1ª edição, Festival de Vídeo Brasil; na 2ª edição, Festival Fotoptica-MIS de Vídeo Brasil; da 3ª à 8ª edição, Festival Fotoptica Videobrasil; na 9ª edição, Festival Internacional Videobrasil; da 10ª à 15ª edição, Videobrasil Festival Internacional de Arte Eletrônica; na 16ª edição, Festival Internacional de Arte Eletrônica Sesc_Videobrasil; na 17ª edição, Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil; da 18ª à 20ª edição, Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil; na 21ª edição, Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil.

3. Farkas, Solange. Estratégias e Riscos. Texto curatorial do 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil. Disponível em: http://site.videobrasil.org.br/festival/arquivo/festival/textos/1151390. Acesso em: 29 nov. 2019.

Exposições 15

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Fontes de pesquisa 3

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  • ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL. Associação Cultural Videobrasil. São Paulo. Disponível em: http://site.videobrasil.org.br/. Acesso em: 19 out. 2019
  • FARKAS, Solange. [Currículo]. Enviado pela curadora em: 8 nov. 2019.
  • FARKAS, Solange; MARTINHO, Teté. Videobrasil: três décadas de vídeo, arte, encontros e transformações. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2015.

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