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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Jurandir Muller

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.10.2023
1960 Brasil / São Paulo / São Paulo
Jurandir Müller (São Paulo, São Paulo, 1960). Artista multimídia, documentarista, roteirista, produtor e diretor de cinema e vídeo. Artista de várias técnicas e linguagens, Müller realiza projetos para diferentes suportes e mídias, com maior atuação em audiovisuais e multimídias.

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Biografia

Jurandir Müller (São Paulo, São Paulo, 1960). Artista multimídia, documentarista, roteirista, produtor e diretor de cinema e vídeo. Artista de várias técnicas e linguagens, Müller realiza projetos para diferentes suportes e mídias, com maior atuação em audiovisuais e multimídias.

Cria a  Paleo TV, que dirige com Kiko Goifman (1968), produtora voltada para projetos culturais nas áreas de cinema, vídeo, videoinstalação e webartE. A produção é fértil com trabalhos como a série Paisagens Urbanas, o documentário O Pintor, sobre Iberê Camargo (1914-1994), Arte Cidade e A Poética de Philadelpho Menezes (2001).

Seus trabalhos são expostos em mostras coletivas, como a 24a Bienal de São Paulo (1998), a Bienal de Lima (2000), Peru, e a 7ª Bienal do Mercosul (2009), Porto Alegre.

Produz videoinstalações e o premiado CD-ROM Valetes em Slow Motion (1998), que recebe o Grande Prêmio Mobius, Paris, e pertence ao acervo do Centre Georges Pompidou, também em Paris.

Participa, em parceria com Kiko Goifman, da 24ª e 25ª Bienal Internacional de São Paulo, com os trabalhos Jacks in Slow Motion: Experience 02 (1998) e Cronofagia, respectivamente, integrando o núcleo de webarte.

Nos anos 2000, dirige os documentários em vídeo Olhos Pasmados (2000), documentário experimental do qual assina o roteiro, A Poética de Philadelpho Menezes (2001), Coletor de Imagens (2002), Cronofagia (2002) e Morte Densa (2001).

Entre os trabalhos que desenvolve como artista, em dupla com Kiko Goifman, destacam-se: a videoinstalação Morte Densa, apresentada na Fundação Clóvis Salgado, Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2001, e no Sesc Pompéia, São Paulo, dentro da Mostra Território Expandido 3, 2001; Aurora, na Mostra Rede de Tensão, no Paço das Artes, São Paulo, 2001 e Jacks 02, apresentado na Bienal de Artes Visuais do Mercosul de 2009.

Em 2013 e 2014 dirige o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, ao lado de Francisco César Filho (1958).

Análise

Nos anos 1990 e 2000, a parceria com Kiko Goifman resulta em uma produção com lugar cativo em festivais e mostras, com vários prêmios conquistados. Do interior paulista a Paris, seus trabalhos são vistos em diversas cidades brasileiras e no exterior, em eventos como Pacific Film Archive, Estados Unidos, VideoBrasil – Festival Internacional de Arte Eletrônica, Território Expandido, além da Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Com desenvoltura na linguagem videográfica, seus trabalhos adquirem caráter experimental em roteiros originais e direção. Tendo o tempo, a narrativa e as imagens como matéria-prima, faz misturas e se lança para além da linearidade, alcançando os hipertextos digitais multimídias e a Internet, nas produções de websites interativos.

Com temas polêmicos, suas obras discorrem sobre presidiários, violência, morte, velhice, prostitutas. Também percorre as poéticas das formas, das letras e cores, em documentários sobre arquitetura, poetas e artistas plásticos.

Da tela única às várias projeções do multimídia Urbis (1997), apresentado no Itaú Cultural, faz uma reflexão visual sobre os espaços de memória e da arquitetura da Avenida Paulista em seus reflexos. No mesmo ano, Urbis é título também de um vídeo experimental, com as sobreposições e reflexões (visuais e cognitivas) da contemporaneidade das cidades.

Valetes em Slow Motion, de Kiko Goifman e Jurandir Müller, marca a produção brasileira da arte digital, hipertextual, multimídia, tendo a prisão como tema. Textos, sons e imagens abordam o contexto de violência, conflito, promiscuidade, religiosidade e morte deste CD-ROM, premiado em Paris. Os dois artistas desdobram o trabalho em Jacks in Slow Motion: Experience 02, um site que usa a telemática para conectar o público da 24ª Bienal Internacional de São Paulo ao presídio do Carandiru.

Estas tensões temáticas prevalecem também como recurso poético de linguagem, tratado como arte e design. Em Morte Densa, trabalho que é, simultaneamente, um site e uma videoinstalação, em que assassinos de uma só vítima são o tema. As articulações de sentido criadas nos vários suportes refletem a construção do enunciado pelos fragmentos das condições materiais de sua apresentação. A obra torna-se documentário no ano seguinte (2001).

Os documentários que dirige, pautados na pesquisa e com foco no enunciado, conduzem a trabalhos descritivos, como ocorre em A Poética de Philadelpho Menezes, com base no roteiro de Christine Mello (1966).

O traço primordial de Müller reside na apresentação dos enunciados, com ênfase na função poética. As várias técnicas e mídias testam limites e tentam ultrapassá-los. É o de Cronofagia, em parceria com Kiko Goifman, que tematiza o tempo na rede e seus processos de destruição e efemeridade.  

Como produtor, roteirista, diretor e artista, Jurandir Müller trabalha as tramas da linguagem e da técnica, combustível para suas incursões criativas. Dedica-se também a produção e direção de eventos, como quando compõe a dupla de direção do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Os trabalhos coletivos também se destacam em sua produção, que é assinada, em sua maioria, em conjunto, tendo Kiko Goifman como o principal parceiro.

Espetáculos 1

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  • 19/9/1997 - 21/9/1997

Exposições 14

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Fontes de pesquisa 6

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  • A poética de Philadelpho Menezes. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=Vb8FI2X6wCQ > e < https://www.youtube.com/watch?v=8WrSkrEDYBM >. Acesso em: 01.ago.14.
  • ANTARCTICA ARTES COM A FOLHA (1996 : São Paulo, SP). Antarctica Artes com a Folha. Curadoria Stella Teixeira de Barros et al. São Paulo, SP: Cosac Naify, 1998.
  • ASSOCIAÇÃO Cultural Videobrasil. Disponível em: < http://site.videobrasil.org.br/acervo/artistas/artista/37929 >. Acesso em 20 set. 2014.
  • Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 2., 1999, Porto Alegre, RS. II Bienal de Artes Visuais do Mercosul: Julio Le Parc arte e tecnologia. Curadoria Fábio Magalhães e Sheila Leirner. Porto Alegre: Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 1999. 103 p. Exposição realizada em Porto Alegre na II Bienal de Artes Visuais do Mercosul de 05 de novembro de 1999 a 09 de janeiro de 2000.
  • MELLO, Christine. Extremidades do vídeo. São Paulo: Senac, 2008.
  • TERRITÓRIO expandido III. Prêmio Multicultural Estadão 2001. Apresentação Danilo Santos de Miranda; texto Angélica de Moraes. São Paulo, SP: Sesc SP, 2001.

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