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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Marcelo Tas

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.06.2016
1959 Brasil / São Paulo / Ituverava
Marcelo Tristão Athayde de Souza (Ituverava, SP, 1959). Jornalista, ator, diretor e roteirista. Conhecido como Marcelo Tas, acrônimo dos seus sobrenomes. Muda-se no final da década de 1970 para São Paulo, onde se forma em engenharia civil na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), em 1983. Na faculdade, faz parte da chapa Bel...

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Biografia
Marcelo Tristão Athayde de Souza (Ituverava, SP, 1959). Jornalista, ator, diretor e roteirista. Conhecido como Marcelo Tas, acrônimo dos seus sobrenomes. Muda-se no final da década de 1970 para São Paulo, onde se forma em engenharia civil na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), em 1983. Na faculdade, faz parte da chapa Beleza Pura, editando o jornal de humor anarquista Cê-Viu? e, em 1980, começa a cursar comunicação social na Escola de Comunicações e Artes (ECA), também da USP, mas não conclui a graduação.

Formado e ainda morando em São Paulo, ingressa no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), do dramaturgo Antunes Filho (1929). Na mesma época, conhece Fernando Meirelles (1955), Marcelo Machado (1958), Paulo Morelli (1956) e Beto Salatini – jovens formados na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP), que haviam acabado de fundar uma das primeiras produtoras independentes de vídeo do Brasil: a Olhar Eletrônico. Seu trabalho junto à Olhar Eletrônico o leva a iniciar a carreira como ator na televisão, criando seus primeiros personagens que o tornam conhecido: o repórter Ernesto Varela e o apresentador Bob Mac Jack, do programa Crig-Rá, da TV Gazeta.

Em 1987, morando no Rio de Janeiro a trabalho para o Vídeo Show, da TV Globo, Tas é premiado com uma bolsa de estudos da Fundação Fullbright para cinema e televisão na Tisch School os Arts, parte da New York University (NYU), onde se estabelece por um ano. De volta ao Brasil, compõe, entre 1989 e 1992, a equipe do programa infantil Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, atuando na direção, roteiro e como ator com o personagem Professor Tibúrcio. Depois, no Castelo Rá-Tim-Bum (1994-1997), interpreta o personagem Telekid. Além disso, é roteirista do Programa Legal (1991-1992, TV Globo); diretor e roteirista de Netos do Amaral, na MTV Brasil; diretor de criação do Telecurso 2000, entre 1995 e 1997, na Fundação Roberto Marinho; e âncora do programa Vitrine, na TV Cultura, entre 1998 e 2003.

É colunista do caderno Link, do Estado de S. Paulo, entre 2004 e 2005. Em 2006, cria e dirige o espetáculo multimídia ZAP – O Resumo da Ópera, para a série de pocket óperas do Sesc São Paulo. Desde 2008, é apresentador do programa CQC – Custe o que Custar, na Rede Bandeirantes.

Tem dois livros publicados: Nunca Antes na História deste País, 2009, que reúne frases do ex-presidente Lula durante seu mandato e É Rindo que se Aprende, 2011, que compila uma entrevista concedida ao jornalista Gilberto Dimenstein (1956) sobre educação e comunicação.

Comentário crítico
O trabalho de Marcelo Tas destaca-se principalmente nas áreas de comunicação social, novas tecnologias e educação – principalmente para o público infantil –, sempre permeadas por um traço característico de informalidade e humor.

Sua primeira contribuição para a televisão dá-se com personagens que, mesmo fora do ar há anos, são referência em diversos programas. O primeiro deles, e talvez o mais célebre, é o repórter Ernesto Varela, que elabora perguntas desconcertantes aos entrevistados e por vezes recebe respostas surpreendentes. Como no caso da entrevista coletiva com o então deputado Paulo Maluf (1931), na ocasião de seu aniversário. Depois de levar um bolo e puxar um “parabéns a você” para o político, Varela pergunta: “Deputado, muitas pessoas não gostam do senhor, dizem que o senhor é corrupto, ladrão. É verdade isso, deputado?”, e Maluf lhe dá as costas. Outro episódio clássico ocorre com o piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet (1952), quando Varela indaga sobre atrás de quê os pilotos correm. Piquet responde rapidamente: “Atrás da grana”. O repórter elabora perguntas que todos os telespectadores gostariam de fazer, mas nenhum repórter tinha coragem de formular.

No início da década de 1980, as produtoras independentes não existiam e as emissoras não compravam programações terceirizadas. A Olhar Eletrônico foi uma das estreantes neste segmento. Daí seu pioneirismo. Outra novidade é o tipo de jornalismo praticado, mantendo estreitos laços com a ficção e fortemente humorístico – a ingenuidade do repórter é uma representação, pois ele sabe exatamente o que quer perguntar. E tudo tem início quando o  jornalista Goulart de Andrade (1933) se interessa pelo trabalho da produtora e a leva para a Gazeta.

Na sua segunda fase de personagens, Tas trabalha com iniciativas educativas e novas tecnologias. Incorporando o Professor Tibúrcio, em Rá-Tim-Bum, faz brincadeiras para as crianças em fase de pré-alfabetização, trazendo noções básicas de raciocínio lógico e percepção visual, como a categorização de objetos e as formas geométricas. Dois anos depois, já como o Telekid do Castelo Rá-Tim-Bum, responde às perguntas do personagem Zequinha, vivido pelo ator Fredy Allan (1985), sempre iniciando suas explicações com o famoso bordão “Porque sim não é resposta”. As explicações são mais complexas, visto que o programa volta-se para um público de 4 a 10 anos, e por isso envolvem história, geografia e temas sociais.

Pela excelência da iniciativa educativa, ambos os programas foram muito bem recebidos pela crítica e ganharam diversos prêmios. Entre eles estão o da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) como “melhor programa infantil” para Rá-Tim-Bum (1992) e Castelo-Rá-Tim-Bum (1994), e as medalhas de ouro categoria “infantis” para Rá-Tim-Bum (1990) e prata para Castelo (1994), no New York Film and Television Festival.

Após o Telecurso, dedicado a assuntos do ensino médio, o caminho de Tas pela educação continua prezando pelo estreitamento com a tecnologia. Em 1999, cria o espetáculo multimídia ZAP – O Resumo da Ópera e é responsável pela instalação Beco das Palavras, no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, em que, também por meio de recursos tecnológicos, aprende-se sobre a etimologia das palavras.

Desde 2008, comanda a bancada do programa da Rede Bandeirantes CQCCuste o que Custar, que alia humor a jornalismo. Tas continua com projetos voltados ao público infantil, a exemplo do programa CGGConversa de Gente Grande, no mesmo canal, que conta com a participação de diversas crianças de 3 a 10 anos em entrevistas e discussões; e do Plantão do Tas, para o canal de TV por assinatura Cartoon Network, em que é o âncora de um jornal divertido de notícias inventadas.

Espetáculos 1

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Exposições 2

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Fontes de pesquisa 10

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  • BRESSANE, Ronaldo. Páginas negras: careca de saber. Revista Trip, n. 166. São Paulo: Trip Editora, mai. 2008.
  • CASTRO, Rui. No ar, o trapalhão Ernesto Varela. Folha de S.Paulo, São Paulo, 24 jun. 1984.
  • CHARLAB, S.; CREMACIO, C. Marcelo Tas voltou. Publicado originalmente na revista UM, ed. 41, editora Símbolo. Disponível em: http://www.selecoes.com.br/marcelo_tas_voltou. Acesso em: set./out. 2013.
  • FRANÇA, Carla. Tas invade o Fantástico. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 mar. 1998.
  • HAMA, Lia. Ernesto Varela, o repórter. Revista Trip, n. 221. Trip Editora, São Paulo, mai. 2013.
  • MARSIAJ, Angela. Globo contrata Marcelo Tas. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 fev. 1997.
  • PRIOLLI, Gabriel. No ar, inteligência e ritmo. Folha de S.Paulo, caderno Acontece, São Paulo, 27 nov. 1984.
  • SASSA, Yone. A despedida de Marcelo e sua turma. Jornal da Tarde, São Paulo, 10 jul. 1987.
  • TAS, Marcelo. Site oficial. Disponível em: http://marcelotas.terra.com.br/. Acesso em: out./nov. 2013.
  • TINOCO, Pedro. MTV chega à fronteira. Jornal do Brasil, São Paulo, 22 dez. 1990.

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