Cunha de Leiradella
Texto
Cunha de Leiradella (Póvoa de Lanhoso, Portugal, 1934). Dramaturgo, romancista, contista, roteirista. Seus textos têm em comum personagens angustiados, que anseiam por liberdade e não conseguem se comunicar. O pano de fundo de suas obras é o cotidiano urbano das grandes cidades.
Leiradella tem o primeiro contato com o teatro aos 18 anos, ao assistir à peça A Gota de Mel (1953), dirigida por Antônio Pedro (1909-1966), no Teatro Experimental do Porto, e passa a se interessar por essa arte.
Com a perseguição política do governo salazarista, foge para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 21 de abril de 1958. Com o apoio do poeta português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972), passa a colaborar no Portugal Democrático, jornal fundado em São Paulo por portugueses emigrados e de oposição à ditadura de Salazar.
Com o Teatro de Equipe do Estado da Guanabara, monta e dirige seus primeiros textos para o teatro: Réquiem op. 1 (1964), Inúteis como os Mortos (1965), e O homem Calado (1965). Ao lado do ator e diretor de teatro Amir Haddad (1937) e Maria Helena Khünner, funda o Teatro Universitário Carioca (Tuca-RIO) em 1965.
A partir de 1980, passa a viver em Belo Horizonte, onde tem grande recepção do público. Espanta-se com o acontecimento, já que no Rio de Janeiro não vive experiência parecida. O resultado do fato é o romance Um Caso sem Importância (1989), em que escritores locais, como Murilo Rubião (1916-1991) e Roberto Drummond (1933-2002), se tornam personagens. Em 1985, funda e preside o Sindicato dos Escritores do Estado de Minas Gerais.
Leiradella possui uma produção extensa e premiada. Eduardo da Cunha Júnior é o personagem de todos os seus romances, uma relação simbiótica com o autor, mas que não chega a ser uma espécie de alter ego. Segundo o escritor, o personagem possui características que ele próprio gostaria de ter.
Em seus textos, Leiradella constantemente busca a verdade, os porquês, as causas dos atos de cada personagem. Segundo o autor, a função da arte é social, ela trata do ser humano e é feita para o ser humano. Sua obra gira em torno do ser humano e seus sentimentos, assim, a angústia é o fio condutor de romances como O Longo Tempo de Eduardo da Cunha Júnior (1987) e A Solidão da Verdade (1996), bem como a incomunicabilidade é a condutora da peça de teatro O Homem Sentado (1987), e o anseio por liberdade conduz a peça Judas (1992).
Com uma produção extensa em várias áreas de atuação, Cunha de Leiradella constrói suas obras explorando o interior do ser humano, criando situações e climas espelhados no cotidiano da vida urbana e em seus cenários.
Espetáculos 2
Fontes de pesquisa 4
- ARQUIVO Nacional Torre do Tombo. Disponível em: http://antt.dglab.gov.pt/. Acesso em: 05 fev. 2021.
- LEIRADELLA, Cunha de. Cunha de Leiradella [Entrevista cedida a] Helton Gonçalves de Souza. Programa VEREDA LITERÁRIA (entrevista) com o escritor e dramaturgo Cunha de Leiradella. Belo Horizonte: Fundac-BH, [s.d.] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lx0OtyuqlRE. Acesso em: 05 fev. 2021.
- LEIRADELLA, Cunha de. In: DICIONÁRIO Triplov de Autores, Póvoa de Lanhoso, Portugal, [s.d.]. Disponível em: https://www.triplov.com/map/dicionario/ccc/cunha_de_leiradella/cunha_de_leiradella.ht. Acesso em: 05 fev. 2021.
- LINK Fang. Cunha de Leiradella. Disponível em: https://pt.linkfang.org/wiki/Cunha_de_Leiradella. Acesso em: 05 fev. 2021.
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CUNHA de Leiradella.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa11645/cunha-de-leiradella. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7