Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

William Pereira

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.10.2022
23.10.1962 Brasil / Mato Grosso do Sul / Paranaíba
William Pereira (São Paulo, São Paulo, 1962). Diretor, cenógrafo e figurinista. Representante da vanguarda teatral dos anos 1980, um dos fundadores do grupo Barca de Dionisos.

Texto

Abrir módulo

Biografia

William Pereira (São Paulo, São Paulo, 1962). Diretor, cenógrafo e figurinista. Representante da vanguarda teatral dos anos 1980, um dos fundadores do grupo Barca de Dionisos.

Forma-se pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), e inicia sua carreira profissional com a direção de Leonce e Lena, de Georg Büchner, que reúne um grupo de ex-colegas de sua escola e da Escola de Arte Dramática (EAD), em 1987, denominado Barca de Dionisos. A inventividade da proposta chama a atenção da crítica e do público.

Em 1989, dirige Uma Relação Tão Delicada, de Lolleh Bellon, adaptação de Maria Adelaide Amaral, ótimo resultado com as atrizes Irene Ravache e Regina Braga. No mesmo ano, com a Barca de Dionisos, encena um espetáculo polêmico, O Burguês Fidalgo, adaptação do texto clássico de Molière. Essa mesma inquietação formal está em Elsinore, realização de 1990 que toma o Hamlet, de William Shakespeare, como guia.

No ano seguinte, está à frente de Senhorita Julia, de August Strindberg. Eu Sei Que Vou Te Amar, extraído do livro de Arnaldo Jabor, é sua produção de 1994, com Julia Lemmertz no elenco. No ano seguinte monta A Chunga, de Mario Vargas Llosa, em Miami e Nova York; e A Cor de Rosa, de Flávio de Souza, em São Paulo.

Para a EAD encena o texto Luzes da Boemia, de Ramón del Valle-Inclán, em 1996, obtendo bom resultado e um espetáculo formalmente bem estruturado. Em 1997, para a ECA/USP, faz sua versão de Sinfonia de uma Noite Inquieta ou O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, com iluminação de Guilherme Bonfanti, que vai, no ano seguinte, ao Festival de Teatro de Berlim, na Alemanha.

Outro texto intenso, A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, ocupa-o em 1998. No ano seguinte retorna a um contemporâneo, com A Fábula de um Cozinheiro, de Sam Shepard e Joseph Chaikin.

Suas montagens em 2000 são O Canto dos Cisnes, de Jolanda Gentilezza livremente inspirado na obra de Anton Tchekhov e A Fábula de Um Cozinheiro, de Sam Shepard. Em 2001, integrando o Formação de Público, um projeto de popularização do teatro promovido pela Prefeitura de São Paulo, encena Nossa Vida em Família, de Oduvaldo Vianna Filho, obtendo alta rentabilidade e comunicação com as platéias. Em 2002, volta a Shakespeare, com a montagem de Romeu e Julieta, e encena O Regulamento, de Samir Yazbek, um jovem autor paulista que rapidamente adquire projeção. Também está em Sobre o Amor e a Amizade, reunião de crônicas de Caio Fernando de Abreu.

Em diversas produções em que figura como diretor, ocupa também, o duplo papel de cenógrafo, figurinista ou como diretor musical.

William atua também como diretor de ópera, tendo realizado estágio em direção operística na English National Opera e Royal Opera House, em Londres, entre 1992 e 1993. Encena Pedro Malazartes, ópera de Camargo Guarnieri e Mário de Andrade, em 1994; Madama Butterfly, de Puccini, em 1999, e, no ano seguinte, As Bodas de Fígaro, de Mozart.

Em seu comentário, o crítico Alberto Guzik destaca as virtudes da montagem de Leonce e Lena, dirigida por William Pereira: "O espetáculo tem importância, antes de mais nada, por resgatar para o teatro brasileiro a linguagem específica da pesquisa espacial, de que andávamos divorciados há bem uns dez anos. Daí o prazer de ver a equação espaço-encenação-público rearticulada de maneira inteligente e criativa. A solução dada ao dispositivo cênico impõe-se, não na qualidade de capricho fútil, mas enquanto fator essencial para uma determinada leitura do texto. O diretor William Pereira, e sua equipe, conceberam a peça de Büchner como uma obra em movimento, com o eixo constituído por fugas, viagens, caminhadas e perseguições. Dinamizaram então o espetáculo, dispondo-o sobre plataformas móveis, que se movimentam pelo imenso galpão, seguidas pelo público. Este acompanha a montagem em pé, integrando-se a ela, procurando-a, como os esbirros do rei Pedro buscam o fugitivo príncipe Leonce".1

Notas

1. GUZIK, Alberto. Uma celebração apaixonada, que resgata a pesquisa. Jornal da Tarde, São Paulo, p. 4, 11 dez. 1987.

Espetáculos 98

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 7

Abrir módulo
  • ANUÁRIO de teatro 1994. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996. R792.0981 A636t 1994
  • EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
  • GUZIK, Alberto. Uma celebração apaixonada, que resgata a pesquisa. Jornal da Tarde, São Paulo, p. 4, 11 dez. 1987.
  • Programa do Espetáculo - A Fábula de um Cozinheiro - 2000. Não catalogado
  • Programa do Espetáculo - O Enigma Blavatsky - 2003. Não Catalogado
  • Programa do espetáculo - Diálogo com a Mãe - 2003. Não catalogado
  • SÁ, Nelson de. Diversidade: um guia para o teatro nos anos 90. São Paulo: Hucitec, 1998.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: