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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Kimi Nii

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.09.2018
1947 Japão / Honshu / Hiroshima
Kimi Nii (Hiroshima, Japão 1947). Ceramista e escultora. Vive no Japão até os nove anos de idade, quando parte com a família para o Brasil, em 1957, e se estabelece em São Paulo. Em 1972, forma-se em desenho industrial pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). De 1970 a 1979, trabalha com design gráfico e em ...

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Biografia

Kimi Nii (Hiroshima, Japão 1947). Ceramista e escultora. Vive no Japão até os nove anos de idade, quando parte com a família para o Brasil, em 1957, e se estabelece em São Paulo. Em 1972, forma-se em desenho industrial pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). De 1970 a 1979, trabalha com design gráfico e em 1978, inicia sua atividade como ceramista. Em sua produção escultórica e utilitária de cerâmica de alta temperatura utiliza torno e modelagem manual. Dela resultam peças esmaltadas ou que tiram partido das tonalidades e da textura do barro queimado. Em 1983 e 1985, realiza exposições individuais na Galeria Deco, especializada na produção de artistas plásticos contemporâneos japoneses e nipo-descendentes, e, em 1996, no Museu do Açude, Fundação Castro Maya, no Rio de Janeiro. No fim da década de 1990, sua produção difunde-se também no Japão, com a realização de mostras individuais na Plaza Gallery, em 1999, e no Espaço Manabu Mabe, em 2001, ambas em Tóquio. Seguem-se nos anos 2000 outras exposições individuais em museus e centros culturais, o que revela o reconhecimento de sua produção artística de esculturas em cerâmica. A artista expõe no Museu de Arte de Santa Catarina em 2003 e no Instituto Tomie Ohtake em 2004, quando apresenta, além das séries Donguris e Diamantes, uma grande peça de madeira, intitulada Giroforma, com 2,70 metros de comprimento e 2,60 metros de diâmetro, uma novidade em sua obra.

Análise

Como ocorre com diversos artistas japoneses ou nipo-descendentes, Kimi Nii articula em sua obra a técnica tradicional com a linguagem artística ocidental. Com base nos procedimentos da cerâmica japonesa, a artista explora novas soluções, experimenta os recursos e os limites do material.

Kimi Nii tem uma vasta produção utilitária, bastante valorizada por ela, que, no início de sua trajetória, se guia pela vontade de aplicar os conceitos que aprendera na escola de design: "desenho limpo e forma pura, aliados à necessidade".1 Tais preocupações se aproximam dos objetivos da Bauhaus. No entanto, essa economia formal mantém um vínculo indiscutível com elementos da visualidade oriental e mostra-se como opção em suas esculturas, que partem de um desenho preciso. Do barro modelado são construídos volumes de formas simples. São objetos verticais, como os Papiros, cones em espiral, ou horizontais, como Discos.

Várias esculturas recebem nomes como Cone, Cilindro, Esfera. Em outros objetos, Zepelins, Focas, Carretéis, a artista faz alusão a objetos do cotidiano e muitas vezes realiza cortes nas peças, incisões que realçam os traços, criam frestas e fendas pela eliminação da matéria. Sua série sobre a flora, desenvolvida a partir da década de 1990, reforça seu interesse pelas formas orgânicas - são bromélias, cactos, ninfeáceas, copos-de-leite, botões, frutos, sementes, capins-rosas, capins-verdes, ananás. As Donguris formam outra série em sua produção. A palavra donguri, em japonês, significa avelã. O formato da noz é referência para essas peças baixas, de aproximadamente 40 centímetros de altura, de forma irregularmente cônica, que se apóiam de modo instável sobre o chão, podendo girar a um pequeno impulso da mão.

Sua obra, mais do que artesanato, é caracterizada como arte, uma vez que transcende os aspectos apenas utilitários, dentro de uma preocupação com a aplicação do repertório formal da ceramista, e é reconhecida como tal, inserindo-se em exposições de artes visuais.

Nota

1. Segundo depoimento publicado no site da artista. Disponível em: < http://www.kiminii.com.br/ >. Acesso em: 18 ago. 2007.

Exposições 46

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Mídias (1)

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Kimi Nii - Enciclopédia Itaú Cultural
A cerâmica entra na vida de Kimi Nii como um passatempo. Na faculdade de desenho industrial, ela aprende a projetar tendo em mente conceitos como economia das formas e eficiência e passa a usar essas técnicas em suas esculturas e em objetos utilitários com o material. “Quando você faz um utensílio muito bem feito, que tem um conceito, ele é um objeto de arte, não é?”, comenta a ceramista, que já expôs em galerias e museus no Brasil e no Japão, país onde nasceu. A formação em design, aliada a importante influência da cultura oriental, resulta em um trabalho de formas puras e econômicas, que podem ser observadas tanto em seus copos e pratos quanto nas esculturas de traços mais orgânicos, inspiradas em formas de flores como helicônias e bromélias. “Cresci num meio onde a cultura zen é básica. Todo mundo pensa o mínimo, o mais essencial”, conta.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 8

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  • BRASIL Japão arte. Curadoria Erisson Thompson de Lima Junior, Joh Mabe; tradução Jussara Barreto Bezerra. São Paulo: Fundação Mokiti Okada M.O.A., 1995. s.p.
  • GERAÇÕES: a arte contemporânea nipo-brasileira. Curadoria João J. Spinelli, Elisabeth Leone. São Paulo, SP: UNICID, 2003.
  • LYGIA Reinach/Kimi Nii: esculturas/flora cerâmica. São Paulo: Múltipla de Arte, 1994.
  • NII, Kimi. Ceramics. Apresentação Haroldo de Campos; Tomie Ohtake. Tokyo: Plaza Gallery, 1999. [18 p.], il. p.b. color.
  • NII, Kimi. Donguri Kimi Nii. Curadoria Agnaldo Farias. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2004.
  • NII, Kimi. Kimi Nii. São Paulo: Mônica Filgueiras Galeria de Arte, 1997.
  • STUDIO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIAS DE IMAGEM (3. : 1993 : São Paulo). 3º Studio Internacional de Tecnologias de Imagens. Coordenação Luiz Guimarães Monforte, Lucila Mara Sbrana Sciotti. São Paulo, SP: Unesp, 1993.
  • TOMIE Ohtake na trama espiritual da arte brasileira: exposição comemorativa dos 90 anos da artista. Curadoria Paulo Herkenhoff; tradução Izabel Murat Burbridge, Cynthia Derriel, Cândida Luisa Alves Almeida, Teresa Van Acker. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2004.

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