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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Marcello Nitsche

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.04.2024
15.09.1942 Brasil / São Paulo / São Paulo
12.03.2017 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Bolha Vermelha, 1968
Marcello Nitsche
Nylon resinado , chapa galvanizada , tubos sanfonados de plástico e motor exaustor industrial
272,00 cm x 533,00 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo (SP)

Marcello Nitsche (São Paulo, São Paulo, 1942 - idem 2017). Pintor, artista intermídia, escultor, desenhista, gravador, professor. Cursa a Faculdade de Belas Artes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde conclui a licenciatura em desenho, em 1969. Recebe, nesse ano, o prêmio da Prefeitura do Município de São Paulo para obr...

Texto

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Marcello Nitsche (São Paulo, São Paulo, 1942 - idem 2017). Pintor, artista intermídia, escultor, desenhista, gravador, professor. Cursa a Faculdade de Belas Artes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde conclui a licenciatura em desenho, em 1969. Recebe, nesse ano, o prêmio da Prefeitura do Município de São Paulo para obra de pesquisa mais relevante na Bienal Internacional de São Paulo. No início da carreira, atua como gravador, passando logo depois a se dedicar à pintura. Aproxima-se da arte pop, realizando pinturas inspiradas no processo de elaboração da imagem utilizado nas histórias em quadrinhos. Desde os anos 1980, a gestualidade da pintura e a trama de pinceladas passam a ser temas centrais em sua produção. Possui esculturas em espaços públicos, como Garatuja, 1978, uma estrutura modulada, instalada na praça da Sé, e Pincelada Tridimensional, 2000, no parque da Luz, ambas em São Paulo. Em pinturas realizadas a partir de 2001, inspira-se nos códigos de barra, e explora linhas verticais e seqüências de números.

Análise

Marcello Nitsche inicia a carreira como gravador. Logo depois, passa a se dedicar à pintura, trabalhando inspirado pela linguagem da arte pop. Não por acaso, o físico e crítico de arte Mario Schenberg (1914-1990) diz que ele é "o mais pop dos artistas brasileiros".1 Em seus quadros, apropria-se das histórias em quadrinhos, com ironia e senso de humor. A partir de 1965, inicia um processo de afastamento da tinta e do pincel, passa a trabalhar com imagens gráficas e formatos objetivos e não convencionais. O trabalho politizado Aliança para o Progresso, 1965, é exemplar desta fase.

Em 1968, realiza Bolhas, grandes esculturas infláveis, que expõe no Salão de Brasília e na Bienal Internacional de São Paulo. Segundo a crítica Aracy Amaral, esses infláveis são "um dos pontos mais altos da criatividade brasileira daquela década, ambientais e instigantes, vinculam a obra com o público participante e seu contexto".2 Em 1969, faz seu primeiro filme: Acrilírico. Dois anos depois, continua essa produção. Faz cinema experimental em Super-8, com as obras O Mar e Cubo de Fumaça.

Durante a primeira metade da década de 1970, realiza outros filmes. Co-dirige o curta-metragem Superfícies Habitáveis, 1973 e faz Auto-Retrato e Costura:, 1975. Esses trabalhos demonstram um interesse crescente do artista pela apropriação de gêneros e elementos consagrados da tradição artística. Dentro dessa linha de pesquisa, em 1978, realiza a escultura Garatuja, uma grande estrutura modulada, que imita um dos gestos da pintura: a garatuja. A peça é colocada na Praça da Sé, em São Paulo, sendo a primeira de uma série de trabalhos tridimensionais exibidos em locais abertos.

Nos anos 1980, os elementos gestuais da pintura se transformam no principal assunto do trabalho de Nitsche. O artista toma as pinceladas livres e os gestos espontâneos, e os converte em signos gráficos. O trabalho torna-se cada vez mais complexo. Ao invés de lidar com um gesto, passa a trabalhar a trama de pinceladas. Na escultura Pincelada Tridimensional, 2000, uma malha de gestos é convertida em forma gráfica, formalizada como objeto tridimensional e depois instalada no Parque da Luz, em São Paulo. Essas formas gestuais e objetivadas são exploradas durante as décadas de 1980 e 1990. Em 2001, desenvolve uma nova série de pinturas que se inspiram nos códigos de barra. Segundo a historiadora Ana Maria Belluzzo, "os quadros modulados por linhas verticais e marcados por números, são pinturas reduzidas, particularizadas pela variação de mínimos elementos [...] A exploração das possibilidades do próprio código de barras, abre uma nova etapa de investigação para Marcello Nitsche, que individualiza e diversifica cada quadro, cada série, cada múltiplo".3

Notas

1. SCHENBERG, Mario. Marcelo Nitsche. In: ______. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988. p. 41.

2. AMARAL, Aracy. Olhando os fragiles de Nitsche. In: ______. Arte e meio artístico: entre a feijoada e o x-burguer : 1961 - 1981. São Paulo: Nobel, 1983. p. 357.

3. NITSCHE, Marcello. O código universal da pintura versus; o código universal dos produtos. São Paulo: Galeria São Paulo, 2002.

Obras 8

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Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Bolha Vermelha

Nylon resinado , chapa galvanizada , tubos sanfonados de plástico e motor exaustor industrial
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Buum!

Óleo, látex, chapa galvanizada sobre chapa de fibra de madeira
Reprodução Fotográfica Fernando Scavone

Garatuja

Chapa de ferro metalizada com zinco, placa de aço vincada

Espetáculos 1

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Exposições 205

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Fontes de pesquisa 29

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • A NOVA dimensão do objeto. São Paulo: MAC/USP, 1986.
  • AMARAL, Aracy. Olhando os fragiles de Nitsche. In: ______. Arte e meio artístico: entre a feijoada e o x-burguer: 1961-1981. São Paulo: Nobel, 1983.
  • ARTE contemporânea. Texto Nelson Somma Jr.. São Paulo: Sergio Caribé Galeria de Arte, 1998. 65 p., il. p.b. color.
  • ARTE e artistas plásticos no Brasil 2000. São Paulo: Meta, 2000.
  • ARTE suporte computador. Organização Solange Lisboa e Antonio Ruete. São Paulo: Casa das Rosas, 1997.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • BRASILIDADE e independência. Brasília: Foyer do Teatro Nacional, 1985.
  • DUARTE, Paulo Sérgio. Anos 60: transformações da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Lech, 1998.
  • ESCULTURA ao ar livre / 4 Pintores. Guarujá: Hotel Jequitimar, 1981. (Festival de Verão/Guarujá 81).
  • LAROUSSE Cultural: Brasil A/Z, enciclopédia alfabética em um único volume. São Paulo: Universo, 1988.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes plásticas Brasil 1996: seu mercado, seus leilões. São Paulo: Júlio Louzada, 1996. v. 8.
  • NITSCHE, Marcello. Marcello Nitsche. São Paulo: Ana Cláudia Roso Escritório de Arte, 1994.
  • NITSCHE, Marcello. Marcello Nitsche. São Paulo: Galeria Arte Global, 1976.
  • NITSCHE, Marcello. Marcello Nitsche. São Paulo: Múltipla de Arte, 2000.
  • NITSCHE, Marcello. O código universal da pintura versus: o código universal dos produtos. São Paulo: Galeria São Paulo, 2002.
  • NITSCHE, Marcello. [Currículo atualizado].
  • OBJETO na arte: Brasil anos 60. Coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: FAAP, 1978.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1981, São Paulo, SP. Panorama de arte atual brasileira 1981: escultura. São Paulo: MAM, 1981.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1985, São Paulo, SP. Panorama de arte atual brasileira 1985: formas tridimensionais. São Paulo: MAM, 1985.
  • PANORAMA de Arte Atual Brasileira, 1988, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1988: formas tridimensionais. São Paulo: MAM, 1988.
  • PANORAMA de arte atual brasileira 1972: escultura, objeto. São Paulo: MAM, 1972.
  • PINACOTECA do Estado de São Paulo - São Paulo. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. (Museus brasileiros, 6).
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • RAMOS, Sandra (coord.). Quatro matérias: forma, matéria, cor. Curadoria Cildo Oliveira. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1997. 16 p. il. color.
  • SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.
  • TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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