Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Glenio Bianchetti

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.04.2024
15.01.1928 Brasil / Rio Grande do Sul / Bagé
18.02.2014

Dois Meninos com o Pássaro, 1957
Glenio Bianchetti
Linoleogravura
55,50 cm x 42,90 cm
Acervo Fundação Itaú

Glênio Alves Branco Bianchetti (Bagé, Rio Grande do Sul, 1928 – Brasília, 2014). Gravador, pintor, ilustrador, tapeceiro, professor e desenhista. Retrata paisagens e a figura humana, transitando entre o expressionismo, o interesse pela abstração e o grafismo. 

Texto

Abrir módulo

Glênio Alves Branco Bianchetti (Bagé, Rio Grande do Sul, 1928 – Brasília, 2014). Gravador, pintor, ilustrador, tapeceiro, professor e desenhista. Retrata paisagens e a figura humana, transitando entre o expressionismo, o interesse pela abstração e o grafismo. 

Inicia os estudos artísticos em Bagé, na década de 1940, junto com Glauco Rodrigues (1929-2004), sob orientação de José Moraes (1921-2003). Em 1949, ingressa no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Funda, em 1951, ao lado de Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves (1925-2019), o Clube de Gravura de Bagé, posteriormente incorporado ao Clube de Gravura de Porto Alegre.

Esse Grupo de Bagé, formado também por Carlos Scliar (1920-2001) e Vasco Prado (1914-1998), realiza produção artística de caráter social, tratando da realidade das classes mais pobres, do trabalho e dos costumes regionais. Nos trabalhos de Bianchetti dessa época, como Paisagem de Bagé (1949), nota-se a simplificação formal, com pincelada gestual e uma gama cromática que garante caráter dramático.

Na década de 1950, dedica-se sobretudo à  xilografia e à linoleogravura, retratando operários em olarias ou meninos brincando, geralmente, em espaços abertos. Em suas obras, destaca-se a qualidade do desenho e o uso apurado dos contrastes entre claro e escuro, sem gradações intermediárias, como ocorre em Sempre Vivas (1952) ou em Mulher Costurando (1957), na qual nota-se a influência do expressionismo.

A partir dos anos 1960, trabalha sobretudo com pintura, litografia e gravura em metal. Na pintura, os temas principais de Bianchetti são a figura humana, a natureza-morta e a paisagem.  Em seus quadros ficam insinuados a admiração do artista pelo cubismo e o interesse pela abstração. 

Em 1962, muda-se para Brasília e ajuda a fundar a Universidade de Brasília (UnB). É responsável pela criação do Ateliê de Arte e o Setor Gráfico dessa instituição e leciona desenho e pintura até 1965, quando é afastado pelo regime militar. No início da década de 1970, participa da criação do Museu de Arte de Brasília e atua em projetos voltados ao ensino artístico. 

A partir da década de 1970, o artista utiliza os grafismos ao lado das manchas de cor, em obras de cores muito contrastantes, como em Moça Lendo (1973). Em 1976, o reencontro com os outros integrantes do Clube de Gravura de Bagé tem como resultado a idealização do Museu da Gravura Brasileira, inaugurado em 1977 com exposição de Bianchetti, Rodrigues, Gonçalves e Scliar. 

Em 1988, é reintegrado à UnB. Entre 1996 e 1997, é organizada mostra retrospectiva do Grupo de Bagé com exposições em várias capitais. Em 1999, é homenageado com a retrospectiva dos seus cinquenta anos de carreira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. No ano seguinte, também em Brasília, o artista expõe na Câmara Legislativa 28 quadros pintados ao longo da década de 1990 e, para a ocasião, entre eles Natureza Morta (1994), Janela para o Mar (1993) e Moça na Varanda (2000).  Em 2004 é publicado o livro Glenio Bianchetti, de autoria de José Paulo Bertoni.

Atuante também na transmissão do ensino da arte, Glênio Bianchetti explora abordagens tanto abstratas quanto figurativas. Interessado por representar a presença humana e seus contornos, o artista retrata paisagens e cenas com simplificação formal e apuro no traçado do desenho.

Obras 14

Abrir módulo
Reprodução fotográfica Cristiano Pereira

2 Moças

Acrílico sobre fundo sólido
Reprodução fotográfica Cristiano Pereira

Barcos

Acrílico sobre fundo sólido
Reprodução fotográfica Cristiano Pereira

Casal na Praia

Acrílico sobre fundo sólido

Espetáculos 1

Abrir módulo

Exposições 210

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 22

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ACERVO Glênio Bianchetti. Brasília: Câmara dos Deputados. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/museu/acervo/obras-de-arte/glenio-bianchetti/glenio-bianchetti-sem-titulo. Acesso em: 12 set. 2021.
  • AMARAL, Aracy. Arte para quê?: a preocupação social na Arte brasileira 1930-1970: subsídio para uma história social da Arte no Brasil. 3. ed. São Paulo: Itaú Cultural : Studio Nobel, 2003. 435 p.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BERTONI, José Paulo. Glenio Bianchetti. Brasília: Bertoni, 2004. LIV-G 759.98165 B577b
  • BIANCHETTI, Glênio. 50 anos de arte. Curadoria Gisela Magalhães. Brasília: Ministerio de Relaciones Exteriores, 1999.
  • BIANCHETTI, Glênio. 50 anos de arte. Curadoria Gisela Magalhães. Brasília: Ministerio de Relaciones Exteriores, 1999. CAT-G B577c 1999
  • BIANCHETTI, Glênio. Bianchetti: pintura. São Paulo: MAM, 1970.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985. SPfb 1985
  • D'ÁVILA, Vera (Org.). Mercocidades: artes visuais - 2000. Apresentação Charles Kiefer; versão em espanhol Maria Izabel de la Puerta Chitão. Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 2000.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FIGUEIREDO, Aline. Artes Plásticas no Centro-Oeste. Apresentação Aline Figueiredo. Cuiabá: UFMT/MACP, 1979. 360 p., il. color.
  • GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MOSTRA RIO GRAVURA, 1999, Rio de Janeiro. Mostra Rio Gravura: catálogo geral dos eventos. Tradução Stephen Berg. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal, 1999.
  • MUSEU DA GRAVURA BRASILEIRA. Site oficial do Centro Universitário da Região da Campanha. Disponível em: https://urcamp.edu.br/acao-comunitaria/museus/museu-da-gravura-brasileira-mgb-faturcamp. Acesso em: 12 set. 2021.
  • PANITZ, Marília. Glênio Bianchetti e a arte para muitos olhos. Site Oficial da Fundação Iberê Camargo. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2019. Disponível em: http://iberecamargo.org.br/glenio-bianchetti-e-a-arte-para-muitos-olhos/. Acesso em: 12 set. 2021.
  • PONTUAL, Roberto. Arte/ Brasil/ hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • POÉTICA da resistência: aspectos da gravura brasileira. Curadoria Armando Mattos, Denise Mattar, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1994.
  • PROJETO Caixa Resgatando a Memória. Texto Marilene Burlet Pieta, Paulo Gomes, Susana Gastal; apresentação Marisa Veeck; design gráfico Mário Röhnelt; versão em inglês Brigitta Struck; versão em espanhol Eva Maria Fayos Garcia; apresentação Sérgio Cutuolo dos Santos. Porto Alegre: Caixa Econômica Federal, 1998.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: