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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

GTO

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.01.2024
1913 Brasil / Minas Gerais / Itapecerica
1990 Brasil / Minas Gerais / Divinópolis

Dança de Reinado, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Mercês, Festa de Nossa Senhora da Aparecida e Festa do Bom Jesus, 1993
GTO
Madeira

Geraldo Teles de Oliveira (Itapecerica, Minas Gerais, 1913 – Divinópolis, Minas Gerais, 1990). Escultor. Destaca-se pela produção de peças originais em madeira.

Texto

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Geraldo Teles de Oliveira (Itapecerica, Minas Gerais, 1913 – Divinópolis, Minas Gerais, 1990). Escultor. Destaca-se pela produção de peças originais em madeira.

GTO, como prefere ser conhecido, é originário de uma família pobre. Exerce ocupações de trabalhador rural, fundidor e vigia noturno antes de se dedicar à escultura. Trabalhando como guarda noturno, tem visões nas quais as esculturas que deveria realizar lhes são mostradas. Como nota o crítico Roberto Pontual (1939-1994), sem nunca ter feito qualquer trabalho de escultura, o artista começa, em torno de 1965, a desbastar grandes peças de madeira. Em suas esculturas, aborda temas variados, como as festas religiosas e as danças do interior de Minas Gerais.

Realiza a primeira individual em 1967, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte. A partir de então, participa de importantes coletivas no Brasil e no exterior, como a Biennale Formes Humaines, no Musée Rodin, em Paris, em 1974; a 13ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1975; e a Bienal de Veneza, Itália, em 1980.

Em termos materiais, emprega constantemente o cedro-vermelho, a maçaranduba-amarela e o vinhático. Suas obras se baseiam na figura humana, utilizada de forma esquemática e repetida, em estruturas geométricas, como o retângulo e o círculo. Usando frequentemente o formão e o canivete, escava a madeira com energia e precisão. Cria efeitos surpreendentes, explorando os cheios e vazios e o ritmo conferido pela sucessão de figuras em suas obras.

Os personagens possuem, muitas vezes, traços e indumentárias populares e também lembram ex-votos. São utilizados para preencher todo o interior de peças, como as rodas mágicas ou mandalas que o artista denomina Rodas vivas. Ainda segundo Pontual, em seus blocos escultóricos, GTO associa o registro de fontes populares com a emergência de arquétipos do inconsciente coletivo.

A obra do artista é tema de livro de Lélia Coelho Frota (1938-2010), Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdade e obra, de 1975, e de filmes como o documentário A árvore dos sonhos (1978), de Carlos Augusto Calil (1951). Em 1995, é realizada a retrospectiva Cinco Anos sem Novos Sonhos de GTO, em Belo Horizonte. Sua produção tem sido exposta em coletivas como Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, em 2000, e Pop Brasil: a Arte Popular e o Popular na Arte, em 2002.

É o precursor de um estilo e uma prática da escultura em madeira que passam a ser realizados por toda uma série de artistas que atuam na região de Divinópolis, em Minas Gerais. Como nota ainda o crítico Roberto Pontual, sua produção final passa por inevitáveis simplificações, sofrendo uma atenuação da complexidade de seu registro simbólico. 

Referência para uma geração de artistas contemporâneos, a produção de GTO bebe muito da cultura popular e se notabiliza pela sua originalidade.

 

Obras 6

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Exposições 34

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Fontes de pesquisa 12

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  • ARTISTAS da escultura brasileira. São Paulo: Volkswagen do Brasil, 1986.
  • BARDI, Pietro Maria. Um século de escultura no Brasil. São Paulo: Masp, 1982.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 16.,1981, São Paulo, SP. Arte incomum. Curadoria Annateresa Fabris; tradução Laurence Patrick Hughes, Aldo Bocchini Neto. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1981.
  • CINCO anos sem novos sonhos de G. T. O. Edésio: miniaturas. Textos de Mauro Eustáquio Ferreira et al. Belo Horizonte: Galeria Paulo Campos Guimarães: Biblioteca Pública Estadual Professor Luiz de Bessa, 1995.
  • DRÄNGER, Carlos (coord.). Pop Brasil: arte popular e o popular na arte. Curadoria Paulo Klein; tradução João Moris, Beatriz Karan Guimarães, Maurício Nogueira Silva. São Paulo: CCBB, 2002.
  • FROTA, Lélia Coelho. Homem: templo no centro de si mesmo, na roda-viva de G. T. O. In: ______. Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdade e obra. Rio de Janeiro: Funarte, 1978.
  • I Bienal latino americana de São Paulo: um evento histórico. São Paulo, 1978. 700 BL588 n.1/1978
  • MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte Popular. Curadoria Emanoel Araújo, Frederico Pernambucano de Mello; tradução Grant Ellis, Izabel Murat Burbridge, John Norman, Paulo Henriques Britto. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo : Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.
  • PONTUAL, Roberto. Arte/ Brasil/ hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
  • PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
  • SALÃO GLOBAL DE INVERNO, 6. , 1979, Belo Horizonte, MG. 6º Salão Global de Inverno. Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 1979.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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