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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Museu Alfredo Andersen

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 11.12.2023
1959 Brasil / Paraná / Curitiba

Intimidade I
Alfredo Andersen
Óleo sobre tela
76,00 cm x 66,50 cm

O Museu Alfredo Andersen - MAA, o nome indica, é criado para reunir, catalogar e divulgar a obra do pintor norueguês, radicado em Curitiba a partir do ano de 1902, Alfredo Andersen (1860 - 1935), considerado o "pai da pintura no Paraná". Situa-se na casa onde o artista reside e mantém o seu ateliê, entre 1915 e 1935, na atual rua Mateus Leme nº....

Texto

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Histórico

O Museu Alfredo Andersen - MAA, o nome indica, é criado para reunir, catalogar e divulgar a obra do pintor norueguês, radicado em Curitiba a partir do ano de 1902, Alfredo Andersen (1860 - 1935), considerado o "pai da pintura no Paraná". Situa-se na casa onde o artista reside e mantém o seu ateliê, entre 1915 e 1935, na atual rua Mateus Leme nº. 336, na capital paranaense. A história da criação do Museu está ligada à atuação dos familiares e discípulos do pintor - sobretudo de seu filho, também pintor Thorstein Andersen (1905 - 1964) -, que criam uma Sociedade de Amigos de Alfredo Andersen, com o intuito de preservar a obra e memória do artista. Em 1947, é apresentada à Assembléia Legislativa Estadual uma proposta de criação do museu, que é instalado efetivamente em outubro de 1959 como Casa de Alfredo Andersen - Escola e Museu de Arte. Em 1971, o edifício que abriga o Museu é tombado como monumento pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná, passando a denominar-se, em 1979, Museu Alfredo Andersen, ligado à Secretaria da Cultura do Estado do Paraná. Em 1988 o Museu passa por um processo de revitalização e ampliação de sua sede, sendo reaberto ao público no ano seguinte. Em 1990, é construído um prédio contíguo para abrigar o setor técnico e o ateliê de arte. Nesse mesmo ano, o Centro Juvenil de Arte - criado por Guido Viaro (1897 - 1971) em 1953 - é anexado à estrutura do Museu. Em 1999, são inauguradas a Biblioteca Max Conradt Jr. e mais três salas de exposição.

Há no Museu diferentes setores: o Ateliê de Arte, que oferece cursos e oficinas para adultos e jovens a partir dos 15 anos; o Setor de Pesquisa, Arquivo e Documentação; a Biblioteca; o Setor de Arte-Educação, voltado para as escolas e que edita a revista Andersen para Crianças; e o Centro Juvenil de Artes Plásticas. A vocação educativa aparece expressa nas várias atividades formativas que o Museu desenvolve visando, sobretudo, aos públicos infantil e infanto-juvenil. Um programa educativo para terceira idade é levado a cabo especificamente por meio do projeto Chá com Andersen. A destacada face educacional do Museu se relaciona de perto com as atividades do próprio Andersen que, desde o momento de sua chegada a Curitiba, atua como professor de arte, fundando e dirigindo diversas escolas, entre elas a Escola de Desenho e Pintura, que funciona de 1902 a 1915, e a Escola de Artes e Indústrias, que ele dirige a partir de 1909. Além disso, Andersen leciona desenho na Escola Alemã e no Colégio Paranaense.

O acervo do Museu é composto fundamentalmente pelas obras de Andersen (pintura, escultura e cerâmica), que são expostas em mostras de longa duração, e por seus objetos pessoais e de trabalho. Além disso, são realizadas exposições periódicas de trabalhos dos discípulos do pintor (as chamadas Séries de Discípulos e Amigos de Andersen), alguns deles autores de obras pertencentes ao acervo do Museu: Gustavo Kopp (1891 - 1933), Estanislau Traple (1898 - 1958), João Ghelfi (1890 - 1925), Lange de Morretes (1892 - 1954), entre outros. Exposições temporárias dedicadas a artistas diversos - por exemplo, pinturas de Theodoro de Bona (1904 - 1990), em 1981; desenhos de Leila Pugnaloni (1956), em 1996; e trabalhos diversos de Gilberto Salvador (1946), em 2001 - têm lugar periodicamente, assim como exposições coletivas temáticas. O Museu realiza uma Semana Andersen, a cada ano, por ocasião das comemorações do aniversário do pintor, com exposições, apresentações teatrais e filmes. O Salão Nacional de Cerâmica, com premiações para várias áreas dessa atividade (design, popular etc.), é outra das atividades regulares da instituição.

A obra e atuação de Andersen deixam fortes marcas na cena artística paranaense até os anos 1950. A história do Salão Paranaense - evento tradicional da cidade, desde 1944 - é um dos indícios da proeminência assumida por Andersen e por seus discípulos, que definem o gosto e o debate local pela defesa de uma arte realista convencional, afastada dos debates sobre arte moderna levados a cabo no Rio de Janeiro e em São Paulo. As palavras do escritor Dalton Trevisan (1925), no nº. 7 da revista Joaquim (dezembro de 1946) - que tem papel decisivo na renovação artística da cidade - são reveladoras do embate que a arte moderna no Paraná trava com a obra acadêmica de Andersen. Diz ele: "Já se disse que se pode elogiar Viaro sem desmerecer Andersen. Pois este é um ponto preciso: não se pode (....). Se houve um tempo em que era de bom tom admirar Alfredo Andersen, agora é necessário exorcizar a sua sombra". Passados os debates acalorados dos anos de 1940 e 1950, a arte moderna e contemporânea parecem conviver com a arte convencional de Alfredo Andersen e de seus seguidores, incorporadas como parte fundamental da história das artes plásticas no Paraná.

Obras 6

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Reprodução fotográfica Romulo Fialdini

Duas Raças

Óleo sobre tela
Reprodução Fotográfica Autoria desconhecida

Intimidade II

Óleo sobre tela

Exposições 44

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Fontes de pesquisa 5

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  • FREITAS, Artur. A consolidação do moderno na história da arte do Paraná - anos 50 e 60, Revista de História Regional, 8(2): 87- 124, 2003. Disponível em: [http://www.uepg.br/rhr/v8n2/823ArturFreitas.pdf]. Acesso em: 30 jun. 2006.
  • LOURENÇO, Maria Cecília França (org.). Guia de museus brasileiros. São Paulo: Edusp: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000. 498 p., il. color. (Uspiana Brasil 500 anos).
  • PROJETO 2001: Andersen volta à natureza. Texto Nelson Aguilar. Curitiba, Edições Museu Alfredo Andersen, 2001, 152 pp., il. P&b. color.
  • SÉRIE "Discípulos de Andersen" VII: Rodolpho Doubek e Albano Agner de Carvalho. Texto E. D. Tempski, Rafael Greca de Macedo. Curitiba: Museu Alfredo Andersen, 1981. [8] p., il. p&b.
  • TRAPLE, Estanislau. Estanislau Traple. Texto Luis Pilotto. Curitiba: Museu Alfredo Andersen, 1980. [16 p.], il. p.b.

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