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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Electra e os Fantasmas

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.02.2016
22.08.1950 Brasil / São Paulo / São Paulo – Teatro Royal
Montagem de Ruggero Jacobbi (1920-1981) com a Sociedade Paulista de Comédia, para versão condensada do original de Eugene O'Neill, protagonizada por Madalena Nicoll.

Texto

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Histórico

Montagem de Ruggero Jacobbi (1920-1981) com a Sociedade Paulista de Comédia, para versão condensada do original de Eugene O'Neill, protagonizada por Madalena Nicoll.

A peça, intitulada Mourning Becomes Electra, reescreve a trilogia clássica grega Oréstia, composta por Ésquilo. O enredo é praticamente o mesmo, assim como a progressão psicológica e o das personagens centrais: Agamêmnon, Clitemnestra e Electra; que, na versão norte-americana, formam uma família puritana do final do século XIX, os Mannon.

A encenação de Ruggero Jacobbi não faz justiça ao original. Levada num teatro pequeno e deliberadamente concebida como versão "de câmara", a montagem corta do texto todas as intervenções do coro, os comentários musicais das ações ocorridas na mansão dos Mannon, enxugando a ação para adequar-se a um espetáculo de tamanho convencional.

Segundo Décio de Almeida Prado (1917-2000): "O palco do Royal (...) não com¬portava evidentemente os cenários austeros, pesados, frios e solenes - dessa frieza e solenidade peculiares às coisas ricas e mortas - descritas pelo autor. A solução de Jacobbi foi de fugir ao problema, evitando uma impressão mais exata da realidade ao recorrer exclusivamente ao branco e preto. Se, no primeiro quadro, que se repete algumas vezes durante o transcorrer do espetáculo, os cenários de Tulio Costa conseguiram funcionar muito bem dentro desta solução, que em si poderia ser econômica e original, o mesmo já não se pode dizer das outras cenas, onde não se harmonizam e não se casam a tragédia de perseguidos, de endemoniados, imaginada por O'Neill, e aqueles móveis levíssimos e branquinhos".1

Entre os intérpretes sobressai-se Madalena Nicoll, imprimindo à voz o ritmo e o colorido adequados à Lavínia; ao lado de Sergio Britto (1923-2011) e Tito Fleury. Recebem reparos Elísio de Albuquerque, Míriam Carmen e Luiz Linhares, pouco à vontade em suas criações, embora o conjunto transmita o empenho dramático requerido.

A realização não obtém o favor do público, encerrando sua temporada antes do previsto e, redireciona o perfil de atuação da companhia, que se torna itinerante e passa a se dedicar ao teatro popular, percorrendo bairros e a periferia.

O crítico Décio de Almeida Prado destaca, em seus comentários: "A cartada que Eugene O'Neill jogou ao escrevê-la é uma das mais ousadas, uma das mais curiosas artisticamente, uma das mais ricas de todo o teatro moderno. Não saberíamos dizer com segurança se o autor venceu - e para isso seria preciso vê-la numa versão integral e perfeita, posto que o teatro se julga no palco. Mas, de qualquer forma, achamos que merecia ser reproduzida em sua plenitude, a fim de que o público pudesse avaliar livremente, não deixando a platéia com a impressão, algo desapontadora, de que a ela já chegou irremediavelmente julgada e condenada diante de si, como se tivesse sido apresentada, mais do que por um encenador, por um crítico inabalável em seus pontos de vista".2

Notas

1. PRADO, Décio de Almeida. 'Electra e os Fantasmas' . In: ______. Teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 1996, p. 162.

2. PRADO, Décio de Almeida. 'Electra e os Fantasmas' . In: ______. Teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 1996, p. 163-164.

 

Ficha Técnica

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Autoria
Eugene O'Neill

Tradução
Carla Civelli
Raimundo Magalhães Júnior

Direção
Ruggero Jacobbi

Direção (assistente)
Carla Civelli

Cenografia
Tulio Costa

Figurino
Tulio Costa

Elenco
Elísio de Albuquerque / Seth
Luiz Linhares / Electra e os Fantasmas
Madalena Nicol / Electra e os Fantasmas
Myriam Carmen / Electra e os Fantasmas
Rejane Ribeiro / Electra e os Fantasmas
Sergio Britto / Electra e os Fantasmas
Tito Fleury / Electra e os Fantasmas

Produção
Ruggero Jacobbi

Fontes de pesquisa 3

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  • MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
  • OLIVEIRA, Berenice Albuquerque Raulino de. Ruggero Jacobbi: uma presença italiana no teatro brasileiro. 2000. 293 p. Tese (Doutorado em Artes Cênicas)-Escola de Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
  • PRADO, Décio de Almeida. Apresentação do Teatro Brasileiro Moderno. São Paulo: Perspectiva: 1996.

Como citar

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