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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Literatura de Cordel

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.02.2017
A literatura de cordel é uma expressão literária popular característica do interior do Nordeste, em especial dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Caracteriza-se essencialmente por sua estrutura narrativa, a composição em versos, a impressão em pequenos folhetos de papel jornal ilustrados com xilogravuras, e objetivo d...

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Definição

A literatura de cordel é uma expressão literária popular característica do interior do Nordeste, em especial dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Caracteriza-se essencialmente por sua estrutura narrativa, a composição em versos, a impressão em pequenos folhetos de papel jornal ilustrados com xilogravuras, e objetivo de ser declamada nas feiras públicas. Esses folhetos normalmente são expostos em cordas, por isso a denominação "literatura de cordel". É construída de acordo com um vasto repertório de formas poéticas fixas que delimitam a quantidade de sílabas poéticas, de versos e a disposição das rimas na estrofe.

As origens do cordel podem ser traçadas até as tradições medievais da literatura européia. As canções de gesta, as narrativas históricas, novelescas ou fantásticas, as histórias bíblicas e os exemplários (contos usados para ilustrar tratados morais) são algumas das fontes que contribuíram para o seu surgimento. O libreto europeu, trazido para o Brasil pelos portugueses, pode ser apontado como uma espécie de ancestral do folheto de cordel. Contudo, sua matriz não é exclusivamente européia, as histórias ibéricas foram transplantadas já possuindo contribuições orientais e africanas, e receberam aqui um novo influxo das culturas africanas e indígenas, em especial através da influência do conto folclórico.

Os primeiros folhetos de cordel coletados no Brasil datam de 1890, mas é quase certo que as manifestações do cordel já se façam presentes na metade do século XIX. Leandro Gomes de Barros (1865-1918) é reconhecido como o primeiro cordelista de que se tem notícia. A formação do público do cordel no Nordeste está ligada ao nascimento das feiras de agricultores. A falta de um uso sistemático de meios de comunicação impressos deu força a uma tradição de comunicação oral, e durante muito tempo foram os cordelistas que forneceram informação e divertimento para a população do meio rural nordestino.

As últimas décadas têm presenciado fortes mudanças no perfil do público da literatura de cordel. O enfraquecimento das feiras populares no interior do Nordeste e o fortalecimento dos meios de comunicação de massa fizeram com que a maior parte do público tradicional do cordel se dispersasse ou perdesse o interesse por ele. Enquanto isso, a onda de estudos acadêmicos iniciada na década de 1970 despertou o interesse da classe média por essa literatura. A própria expressão "literatura de cordel", de origem ibérica e que circulava quase que exclusivamente nos círculos eruditos, só foi popularizada nessa época, quando os próprios produtores da literatura de cordel passaram a usá-la em lugar de "folhetos", que é como eles tradicionalmente se referiam a ela.

Fontes de pesquisa 4

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  • CASA DE RUI BARBOSA. Literatura popular em verso: estudos, tomo I. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1973.
  • LUYTEN, Joseph M. O que é literatura popular. São Paulo: Brasiliense, 1992.
  • RIBEIRO, Leda Tâmega. Mito e poesia popular. Rio de Janeiro: Funarte, Instituto Nacional do Folclore, 1986.
  • SLATER, Candance. A vida no barbante: a literatura de cordel no Brasil. Tradução de Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

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