Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Márcio Pannunzio

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.01.2022
13.11.1958 Brasil / São Paulo / Casa Branca
Márcio de Andrade Pannunzio (Casa Branca, SP, 1958). Gravurista, pintor e desenhista. Vive em Casa Branca até os três anos de idade. Passa a infância e a adolescência em Sorocaba, mudando-se para São Paulo em 1978. Ingressa no ano seguinte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), onde inicia seu trabalho co...

Texto

Abrir módulo

Márcio de Andrade Pannunzio (Casa Branca, SP, 1958). Gravurista, pintor e desenhista. Vive em Casa Branca até os três anos de idade. Passa a infância e a adolescência em Sorocaba, mudando-se para São Paulo em 1978. Ingressa no ano seguinte na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), onde inicia seu trabalho com gravura ao lado de amigos como Francisco Maringelli (1959), com quem compartilha um grande interesse pela técnica e realiza sua primeira exposição, em 1983.

É também na biblioteca da FAU que descobre a obra de expressionistas como Emil Nolde (1867-1956), Edvard Munch (1863-1944) e do brasileiro Oswaldo Goeldi (1895-1961), que exercem influência central sobre seu trabalho. Abandona a faculdade de arquitetura quando decide tornar-se artista. Inicia também na USP os cursos de filosofia, em 1981, e de artes plásticas, em 1984, mas não chega a concluir nenhum deles. Em 1989, muda-se para Ilhabela, no litoral do estado de São Paulo e, a partir das indicações de seu mestre Evandro Carlos Jardim (1935), passa a se concentrar na técnica da gravura de topo. Ela lhe permite realizar trabalhos em escala diminuta, com uma ampla gama de detalhes no exíguo espaço de seu atelier, o que facilita o envio das obras para exposições e salões pelo mundo. Em 2002, recebe Bolsa Vitae para desenvolver um projeto em torno de suas xilogravuras.

Análise

A obra gráfica de Márcio Pannunzio tem algumas características marcantes: feitas em gravura de topo, técnica que garante ao seu trabalho um preciosismo técnico e um detalhamento apurado, suas gravuras são marcadas por uma postura crítica em relação ao mundo. Muitas vezes contêm impactantes referências à violência física e sexual e à decadência e impotência do homem moderno diante do domínio da máquina e do consumismo.

Pannunzio traduz em imagens ao mesmo tempo sedutoras – porque de grande sofisticação gráfica e compositiva – e terríveis um desejo de ação e denúncia diante de um mundo cruel, solitário, que coloca o humano permanentemente em cheque. Seu trabalho gráfico geralmente se articula em séries, como, por exemplo, a intitulada Tristes Trópicos, em referência à obra do antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009). Também estabelece, muitas vezes, um diálogo intenso, mas bastante livre, com a tradição artística, remetendo a temas trabalhados anteriormente por mestres como Rembrandt (1606-1669), Goya (1746-1828) ou Pieter Brueghel (1525-1569). É o caso dos trabalhos Retrato do Artista Quando Jovem, O Sonho da Razão Produz Monstros ou O Triunfo da Morte. Para Pannunzio, que diz ter se apaixonado pela gravura quando fez sua primeira incisão, há nessa arte algo de masoquista, tanto em função das limitações de circulação e exibição de trabalhos desse gênero, como da enorme exigência técnica.

Exposições 64

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 6

Abrir módulo
  • HIRSZMAN, Maria. Um elogio da arte de gravar. O Estado de S. Paulo, Caderno 2. São Paulo, p. D2, 14 fev. 2004.
  • MÁRCIO PANNUNZIO – Xilogravuras. Catálogo de exposição realizada em 2012 na Caixa Cultural São Paulo. Disponível em: http://www.marciopan.com/#!material-promocional/cjze. Acesso em: 16 mai. 2014.
  • MÁRCIO PANNUNZIO. Depoimento do artista, out. 2013.
  • MÁRCIO PANNUNZIO. Site oficial do artista. Disponível em: http://www.marciopan.com/. Acesso em: 16 mai. 2014.
  • SALÃO UNAMA DE PEQUENOS FORMATOS, 2., 1996, Belém, PA. II Salão UNAMA de Pequenos Formatos. Curadoria Emanuel Franco; tradução Margareth Albuquerque. Belém: Unama, 1996. PAsupf 2/1996
  • SILVA, Pedro Arcanjo da. Bienal do Recôncavo: aspectos de uma intervenção contemporânea. 253f. 2010. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia, 2010. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/9841. Acesso em: 05 jan. 2022.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: