Loio-Pérsio
![Composição em Preto, 1959 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000087008019.jpg)
Composição em Preto, 1959
Loio-Pérsio
Óleo sobre tela
97,00 cm x 130,00 cm
Texto
Loio-Pérsio Navarro Vieira de Magalhães (Tapiratiba, São Paulo, 1927 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004). Pintor, desenhista, gravador, ilustrador, artista gráfico e publicitário. Muda-se com a família em 1943 para Curitiba, onde estuda pintura com Guido Viaro (1897-1971). Em 1948, ingressa na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Um ano depois, decide trancar sua matrícula na faculdade e vai para o Rio de Janeiro. Nesta cidade, cursa pintura com Ado Malagoli (1906-1994) e cenografia com Santa Rosa (1909-1956), no Serviço Nacional de Teatro, entre 1949 e 1950. Em 1951, retorna a Curitiba e retoma o curso de direito. No mesmo ano, funda o Centro de Gravura do Paraná. Em 1952, é convidado pelo governo do estado para organizar e dirigir a Casa-Museu Alfredo Andersen e a Pinacoteca Paranaense. Porém, por falta de suporte institucional, demite-se do cargo um ano depois. Em 1953, trabalha em ateliê comum com o pintor, desenhista e gravador alemão Gunther Schierz, discípulo de Käthe Kollwitz. Conclui o bacharelado em ciências jurídicas e sociais em 1955. Transfere-se para São Paulo em 1958, onde trabalha em agência de publicidade e também realiza capas de livros para a Companhia Editora Nacional e Livraria Francisco Alves. Com o prêmio de viagem ao exterior, concedido pelo Salão Nacional de Arte Moderna em 1963, viaja para a Europa, no ano seguinte. É convidado a trabalhar na Escola Superior de Arte de Stuttgart, Alemanha, em 1965. Em 1970, integra o júri de seleção e premiação do Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Entre 1975 e 1976, viaja para Roma, Londres e Paris, onde torna-se pintor-residente na Fundação Karoly em 1974. Em 1981, muda-se para Belo Horizonte, onde leciona desenho e pintura na Escola Guignard. Em 1995, fixa-se novamente em Curitiba.
Análise
A produção de Loio-Pérsio na segunda metade dos anos 1940 enfatiza a técnica do desenho e o trabalho com a linha, sublinhando o contorno de objetos e figuras e apenas sugerindo volumes e planos. O tema geralmente parte de modelos externos, numa chave figurativa, e grande parte dessa produção destina-se à ilustração e à publicidade.
No início da década de 1950, quando retoma o curso de direito anteriomente abandonado, a produção de gravura de Loio-Pérsio toma impulso com a adoção de temas sociais. As primeiras incursões práticas na linguagem abstrata ocorrem em 1957, em pinturas nas quais o artista decompõe figuras e trabalha com manchas de cor, na tentativa de evitar qualquer sugestão de representação. Em exposição realizada na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro em 1958, apresenta trabalhos que ressaltam a elaboração das superfícies, através do emprego de areia, terra, papel, tecidos, cordões, tintas à base de celulose, ceras e resinas. Aprofunda-se a pesquisa na linguagem abstrata, tomando como desafio aliar matéria e cor, sem nenhuma associação figurativa com assuntos ou referência externa. Para a historiadora Vera Regina Vianna Baptista, o que caracteriza a obra de Loio-Pérsio é a composição com ritmo e harmonia estruturados pela linha, o plano e a cor.
Obras 23
Azul
Branco sobre Branco com Listinhas Verdes e Vermelhas
Composição
Composição
Composição
Exposições 61
-
-
19/12/1952 - 6/1/1951
-
19/12/1953 - 6/1/1952
-
-
Fontes de pesquisa 15
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- A ARTE de Loio-Pérsio. Texto Vera Regina Vianna Baptista, Agnaldo Farias; coordenação editorial Francisco Faria; curadoria Francisco Faria; projeto gráfico Guilherme Zamoner. Curitiba: Cronos : Museu de Arte do Paraná, 1999. 130 p., il. p&b color.
- AMARAL, Aracy. Arte para quê?: a preocupação social na Arte brasileira 1930-1970: subsídio para uma história social da Arte no Brasil. São Paulo: Nobel, 1984.
- ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
- Artes Plásticas/ Genialidade de um turrão. Morre o temperamental Loio-Pérsio, o grande mestre da não-figuração no Brasil. Disponível em: [http://www.clubecorreio.com.br/folhadabahia/noticia_impressao.asp?codigo=77689]. Acesso em: 06 fev 2008. Correio da Bahia
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- LOIO-PÉRSIO. A Construção do olhar: desenho & pintura sobre papel. Paraná: Museu de Arte do Paraná, 1996. 38 p., il., figs., foto.
- LOIO-PÉRSIO. Apresentação de Adriano de Aquino, Roberto Pontual e Walmir Ayala. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1988.
- LOIO-PÉRSIO. Loio-Pérsio. Rio de Janeiro: AM Niemeyer Artinteriores, 1986, il. p&b color.
- LOIO-PÉRSIO. Pinturas recentes. São Paulo: Paulo Figueiredo Galeria de Arte, 1988. il. color., foto p.b.
- LOIO-PÉRSIO. Pinturas. Curadoria Vera Maurity; texto Roberto Pontual. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1992. [16 p.].
- LOUZADA, Maria Alice do Amaral. Artes Plásticas Brasil 2002. São Paulo: Júlio Louzada, 2002. v. 13. R702.9 L895a v.13
- No Retrovisor. Disponível em: [http://www.terra.com.br/istoe/1842/artes/1842_no_retrovisor.htm]. Acesso em: 06 fev. 2008. IstoÉ online
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
LOIO-PÉRSIO.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9596/loio-persio. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7