Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Niobe Xandó

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
1915 Brasil / São Paulo / Campos Novos Paulista
19.02.2010 Brasil / São Paulo / São Paulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Sem Título, 1985
Niobe Xandó
Acrílica sobre tela, c.i.d.
100,00 cm x 115,00 cm

Niobe Nogueira Xandó Bloch (Campos Novos do Paranapanema, atual Campos Novos Paulista SP 1915 - São Paulo SP 2010). Pintora, desenhista e escritora. Autodidata. Vive a infância e a adolescência no interior de São Paulo, muda-se para a capital em 1932. Casa-se aos 16 anos com João Baptista Ribeiro Rosa, destacado militante, e passa a frequentar o...

Texto

Abrir módulo

Biografia
Niobe Nogueira Xandó Bloch (Campos Novos do Paranapanema, atual Campos Novos Paulista SP 1915 - São Paulo SP 2010). Pintora, desenhista e escritora. Autodidata. Vive a infância e a adolescência no interior de São Paulo, muda-se para a capital em 1932. Casa-se aos 16 anos com João Baptista Ribeiro Rosa, destacado militante, e passa a frequentar os locais de reuniões do Partido Comunista. Inicia sua carreira como artista plástica em 1947. Nesse ano, conhece os pintores Yoshiya Takaoka(1909-1978) e Geraldo de Barros (1923 - 1998) no ateliê do professor e artista Raphael Galvez (1895 - 1961). Faz sua primeira exposição individual em 1953, em São Paulo, na Livraria das Bandeiras, na Praça da República. Separada do primeiro marido, casa-se novamente com o intelectual tcheco Alexandre Bloch, por intermédio de quem se torna amiga de Vilém Flusser, que escreve artigos sobre sua obra de Xandó. Durante o ano de 1957, viaja pelas cidades de Madri, La Coruña e Paris. Seu trabalho ganha destaque em 1965, na 8ª Bienal Internacional de São Paulo. De volta ao Brasil, muda-se com o marido para Salvador. O casal segue para a Europa em 1968, com períodos em Paris, Londres e Estocolmo. Regressam ao Brasil em 1971, vivendo em São Paulo até 1980. Xandó viaja a Nova York em 1981 e 1983, depois regressando em definitivo ao Brasil. Entre as exposições em que se destaca estão a 10ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1969, onde tem sua obra apresentada na sala especial de Artes Mágica, Fantástica e Surrealista, e a 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, realizada em 1978, onde seu trabalho representa a influência das culturas africana e indígena na arte brasileira.

Comentário Crítico
Niobe Xandó começa a pintar na década de 1950, executando obras figurativas de um cromatismo bem cuidado, que deixam entrever múltiplas referências: Paul Gauguin, Edvard Munch, Marc Chagall, estão entre elas. Aos poucos, sua obra caminha para um imaginário fantástico cada vez mais próximo da abstração, como em Bicho Estranho (1966) e Ave-Flor II (1967). O tema das máscaras é desenvolvido com constância durante a década de 1960, e passa a ser um motivo recorrente na obra da artista a partir de então. É também nessa década que ela cria a série dos Totens, na qual recobre volumes de madeira com as linhas e cores usadas nas Máscaras. Outra forte corrente de pesquisa é aquela ligada ao letrismo, movimento das décadas de 1960 e 1970 que pretendia criar uma nova escrita com base em símbolos. Apesar de não se filiar oficialmente a esse grupo, Xandó realiza obras em sintonia com tais ideias, como O Enigma da Nova Escrita I (1966) e Brasil (1970). Sobre esses trabalhos, Xandó comenta, em carta de 1969: "O meu problema com as letras é o de contrair, isto é, eliminar linhas, escrever o máximo com o mínimo das mesmas". Ao mesmo tempo, a artista aborda o embate entre o arcaico e o contemporâneo em obras que podem ser agrupadas sob o nome - criado por ela mesma - mecanicismo, como O Círculo Branco (1970) e Black Power II (1970), e sobre as quais a artista pondera, em carta de 1978: "Aos poucos estes elementos mecânicos passaram a dominar meu trabalho. Sentia então duas coisas: horror e atração. Acho que isto é um conflito do primitivo com o mundo atual".

Obras 39

Abrir módulo
Registro fotográfico autoria desconhecida

Abstrato

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica José Vilhora

As Meninas

Óleo sobre madeira

Exposições 140

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 13

Abrir módulo
  • ABDALLA, Antonio Carlos (cur.). O Letrismo e o Mecanicismo na obra de Niobe Xandó. São Paulo: MAM, 2004.
  • ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de, SOARES, Dulce (coord.). Pintura no Brasil: um olhar no século XX. São Paulo: Nobel, 2000.
  • ARTE transcendente: exposição de pintura. São Paulo: MAM, 1981.
  • BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 10., 1969, São Paulo, SP. Catálogo. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1969.
  • CONSTRUTIVISTAS e Figurativos da Coleção Theon Spanudis. São Paulo: Centro de Artes Porto Seguro, 1978.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte afro-brasileira. Curadoria François Neyt, Catherine Vanderhaeghe, Kabengele Munanga, Marta Heloísa Leuba Salum; tradução Arnaldo Marques, Rachel McCorriston, Paulo Henriques Britto, John Norman. São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais; Fundação Bienal de São Paulo, 2000.
  • Morre em São Paulo a artista Niobe Xandó. Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 de fev. 2010. Ilustrada, p. 12. Não catalogada
  • NEISTEIN, José. Feitura das artes. São Paulo, Perspectiva, 1981. (Debates, 174).
  • NIOBE Xandó. Texto de Maria Luiza Sabóia Saddi. São Paulo: Galeria de Arte Paulo Vasconcellos, 1989.
  • NIOBE Xandó: exposição retrospectiva. São Paulo: Galeria de Arte Paulo Vasconcellos, 1989.
  • NIOBE Xandó: pintura, desenhos, colagens, múltiplos. São Paulo: Azulão Galeria, 1977.
  • SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: